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É educador há mais de 30 anos e diretor executivo da Escola Americana de Vitória.

Como aumentar suas chances de estudar em uma faculdade no exterior

Atividades extracurriculares são muito importantes e consideradas por várias instituições no exterior, principalmente nos Estados Unidos, onde há um especial interesse nesse componente da vida acadêmica do candidato

  • Cristiano Carvalho É educador há mais de 30 anos e diretor executivo da Escola Americana de Vitória.
Publicado em 04/08/2023 às 15h00

Todos os anos, o início do segundo semestre caracteriza-se pela reta final dos alunos que estão participando de processos seletivos para estudar em universidade no exterior. No entanto, o preparo para alcançar o tão almejado sucesso deve iniciar bem antes e com ações cuidadosamente planejadas em colaboração entre aluno, escola e família. Abordarei aqui três pilares fundamentais nessa jornada: desempenho, atividades extracurriculares e orientação de carreira.

Muitas universidades no exterior, e a maioria nos Estados Unidos, usam como um dos principais critérios de seleção de candidatos o GPA (Grade Point Average), uma sigla que em tradução livre significa a média de todas as notas dos alunos no Ensino Médio (nas escolas americanas esse segmento tem início no 9º ano do Ensino Fundamental). Por meio dessa análise de histórico escolar, as universidades buscam alunos que de forma consistente investiram em sua formação acadêmica.

Tomando Harvard como exemplo, no último processo seletivo para alunos saindo do Ensino Médio para o Ensino Superior, 70% dos selecionados tinham GPA 4,0 (que seria 100% de média), 23% tinham entre 3,75 e 3,99 (ou seja, uma média de todas as disciplinas superior a 93%). Estamos falando de um total aproximado de 43 mil candidatos e de uma taxa de aceitação de 4,6%. Portanto, não basta apenas se preparar e “dar um gás” no final do Ensino Médio. Consistência é palavra chave aqui.

Atividades extracurriculares são muito importantes e consideradas por várias instituições no exterior, principalmente nos Estados Unidos, onde há um especial interesse nesse componente da vida acadêmica do candidato.

Em um mundo que demanda cada vez mais iniciativas empreendedoras, inovadoras e de liderança, as atividades extracurriculares funcionam como evidências para a banca de seleção de que o candidato está preparado para os desafios de uma universidade e será capaz de ter sucesso em seu curso.

Vale ressaltar que não há uma ou outra atividade específica a ser realizada. Muitos alunos ingressam quase que compulsoriamente em atividades de cunho social somente para constar no currículo. Isso não basta. Faz uma leve diferença.

Harvard
Harvard. Crédito: Pixabay

No entanto, se o aluno teve uma ideia inovadora, conectou equipes, liderou um processo e entregou algo de resultado à comunidade ou a um cliente ele estará em um outro patamar.

E se esse aluno é um atleta, que com disciplina e incentivo da família e escola, consegue se destacar no esporte e academicamente, suas chances de entrar em uma universidade no exterior até com bolsa de estudos são significativamente potencializadas.

O terceiro pilar, de fundamental relevância, é a orientação de carreira. Um adolescente entre 14 e 17 anos raramente tem clareza sobre o que deseja seguir em termos de carreira. Ainda que possua essa definição, em um contexto de constantes e velozes mudanças, é alta a probabilidade de ajustes de rota.

Por esse motivo, adquirem vantagem nesse processo os alunos que estudam em instituições que conectam os estudantes com o meio corporativo e que possuem um orientador na escola responsável por debater com eles as opções de carreira e estratégias para candidaturas às universidades alvo.

Precisa melhorar o nível de inglês? Por se tratar da língua franca mundial, até em países onde o inglês não é a língua oficial, dominá-lo não é mais um diferencial há algum tempo; é pré-requisito básico. O orientador auxiliará o aluno com sugestões de atividades extracurriculares, como programas de verão, trabalho voluntário, estágios, dentre outras opções.

Esse profissional também orienta o aluno na exploração das diversas opções de universidades bem como nas cartas de candidatura e de recomendação. Cartas com evidências de aprendizagem bem estruturadas, tanto na narrativa do candidato quanto nas de seus professores e orientador, podem ser o critério final de aceite ou não em uma universidade no exterior.

Levando-se em consideração os pilares de desempenho, atividades extracurriculares e orientação de carreira aqui apresentados, um aluno em processo seletivo para universidades no exterior tem ampliadas as suas possibilidades de transformar sonho em realidade. Lembre-se: a construção dessa jornada começa agora. Quanto antes, melhor.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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