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Com jovens consumindo informação, ensinar virou uma tarefa mais complexa

A disseminação da informação tornou a tarefa de ensinar cansativa, porque cada vez mais os jovens estão ávidos por respostas rápidas, que nem sempre o educador pode oferecer

  • Jefferson Ferreira
Publicado em 10/11/2019 às 04h00
Atualizado em 10/11/2019 às 04h00
Relação dos jovens com a informação: consumo e produção. Crédito: Divulgação
Relação dos jovens com a informação: consumo e produção. Crédito: Divulgação

No mundo pós-moderno, as mudanças de comportamentos são rápidas e constantes, assim como as opiniões. Na era digital, líquida e dinâmica, o que esperar dos jovens? E o que esperar da educação para esses jovens? Vemos nossa juventude mais próxima de meios como o Facebook e o WhatsApp. Consequentemente, as opiniões cotidianas da mesma juventude sobre a política, a sociedade, a economia e a cultura perpassam pelas tendências de curtas informações.

A disseminação da informação tornou a tarefa de ensinar cansativa, porque cada vez mais os jovens estão ávidos por respostas rápidas, que nem sempre o educador pode oferecer. Nesse sentido, o professor, que antes apenas era um mediador do conhecimento para o aluno, tornou-se um indivíduo com prazo de validade, ou seja, se ele não modificar os seus métodos de ensino será considerado ultrapassado.

Desse modo, a tarefa de ensinar atualmente é muito mais complexa, uma vez que os jovens são consumidores da informação. Além disso, a pós-modernidade garante ao estudante uma educação acelerada, dessa maneira, é preciso aprender o conteúdo rapidamente, na mesma medida em que em pouco tempo esse conhecimento não mais serve e deve ser esquecido.

Um conhecimento que nem se estabeleceu transforma-se em poucos minutos em passado, resultando na preferência do jovem pelo entretenimento da internet e dos aplicativos em detrimento de um longo ciclo de estudos nos livros. Em suma, o que podemos ver nos dias atuais é que temos uma educação voltada para as necessidades do mercado, e não para os objetivos de construir uma sociedade democrática e livre.

Por outro lado, é certo que essas mudanças afetam a juventude, pois vivemos em uma era em que os jovens têm ainda mais ansiedade, com receio de ser incapaz de responder às novas demandas da sociedade e, principalmente, do mercado.

De acordo com o estudioso Franco Cambi, deveríamos repensar a educação, no sentido de percorrer um conhecimento humanista, ou seja, a educação deveria se destinar ao ensino para a vida. Em outras palavras, deveríamos criar uma educação virtuosa, com valores éticos, com a finalidade de construirmos uma sociedade igualitária, democrática e com virtudes cívicas, que visem essencialmente o bem comum e crie dignidade para todos os cidadãos.

*O autor é mestre em História Social das Relações Políticas e cientista social pela Ufes

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