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É especialista em segurança pública e negociações com reféns

Caso Lázaro: por que foi tão difícil encontrar o criminoso?

Caçada ao chamada "serial killer do DF" deixa grandes lições, como a imprescindível participação popular, ao fornecer informações que auxiliaram a polícia

  • Rogério Fernandes Lima É especialista em segurança pública e negociações com reféns
Publicado em 30/06/2021 às 02h00
Força-tarefa para capturar Lázaro Barbosa reunião mais de 200 agentes de segurança
Força-tarefa para capturar Lázaro Barbosa reunião mais de 200 agentes de segurança. Crédito: Polícia Civil de Goiás

Por onde andou Lázaro? Após a final do último BBB, certamente essa deve ter sido a notícia de maior audiência nas TVs, rádios e redes sociais. Lázaro Barbosa, criminoso frio, estava em fuga há vários dias e no seu caminho fez diversas vítimas, entre elas uma família inteira. Ele teve em seu encalço mais de 200 policiais, helicópteros, drones, todo um aparato de Segurança Pública. Mas como um homem sozinho pode se esconder tão bem?

Os agentes de segurança trabalham dentro da estrita legalidade, respeitando os direitos das pessoas e a inviolabilidade de seus domicílios, e o infrator não observa qualquer respeito ao próximo.

Um ponto a ser enfrentado passa pelo fato desse criminoso ter vivido na região há mais de dez anos e conhecer bem a área. Com a experiência dele na mata, soube se locomover e se homiziar da Polícia. Ele, inclusive, usou técnicas para driblar os cães farejadores, ao se esconder nas moitas e usar folhas de bananeira.

Não podemos negar que, eventualmente, Lázaro teve ajuda de moradores locais, seja porque se identificaram com a sua causa, seja por serem seus parceiros. E há informações de que fazendeiros o apoiaram para que os preços das terras da região baixassem.

Outro ponto a ser abordado passa pela espetacularização de toda a perseguição, que ganhou os canais de televisão e as redes sociais. Isso, segundo informações da polícia, fez com que o psicopata, ao invés de fugir, se escondesse, dificultando a sua captura. Ele inclusive criou um perfil falso nas redes sociais para acompanhar o andamento das ações, fazendo com que a polícia diminuísse a quantidade de informações dadas aos órgãos de imprensa.

A perseguição a Lázaro acaba após vinte dias de trabalho contínuo das agências de segurança e termina com a sua morte, diante da resistência e agressão perpetradas pelo criminoso contra os policiais no intuito de ficar impune.

Desse evento ficam grandes lições, tais como: a imprescindível participação popular ao fornecer informações fidedignas que auxiliaram a polícia e a integração de diversas forças de segurança, estaduais e federais, com equipamentos, efetivo e trabalho de inteligência, demonstrando que o crime não compensa e não deve ficar impune.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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