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Vila Esperança: famílias protestam e pedem ajuda do governo contra despejo

Publicado em 01/09/2025 às 10h36
Manifestantes de Vila Esperança em frente ao Palácio Anchieta, em Vitória
Manifestantes de Vila Esperança em frente ao Palácio Anchieta, em Vitória Crédito: Ricardo Medeiros

Um grupo de moradores da ocupação Vila Esperança, em Vila Velha, se reúne, na manhã desta segunda-feira (1º), em frente ao Palácio Anchieta, sede do governo do Estado, em Vitória. Cerca de 200 manifestantes instalaram barracas e exibem cartazes na porta do Palácio, pedindo auxílio do Executivo estadual para reverter uma decisão da Justiça que prevê a saída de diversas famílias da ocupação no município canela-verde até 9 de setembro.

Adriana Paranhos, líder comunitária de Vila Esperança, explica que o grupo chegou à entrada da sede do governo estadual na noite de domingo (31) e deve ficar no local por tempo indeterminado. Segundo ela, cerca de 800 famílias vivem na ocupação situada na região dos bairros Jabaeté e Normília da Cunha.

“Estamos na ocupação há nove anos e agora temos dez dias para sair sem ter para onde ir. Somos uma resistência que luta por moradia. Até agora não tivemos nenhum retorno e só queremos um suporte para defender nossas casas”, afirma a líder comunitária, conhecida como Baiana.

Diogo Chagas, arquiteto urbanista e membro da associação Onze8, que atua na assessoria técnica para habitações de interesse social, salienta que a decisão da Justiça, publicada em 20 de agosto e baseada em um plano de desocupação formulado pela Prefeitura de Vila Velha, é insuficiente para garantir dignidade às famílias de Vila Esperança.

“Queremos pressionar o governo para pedir uma intervenção. A decisão é desrespeitosa e não cobre o que as famílias precisam”, diz Diogo.

A Gazeta demandou o governo do Estado em busca de informações sobre ações do Executivo para atender aos manifestantes, porém, até a publicação desta reportagem, a solicitação não foi respondida.

Diante da manifestação, o governador Renato Casagrande, a secretária de Direitos Humanos, Nara Borgo, e a Defensoria Pública receberam uma comissão de moradores. O chefe do Executivo capixaba se comprometeu a ligar para o ministro das Cidades, Jader Barbalho e negociar a construção de moradias pelo Minha Casa, Minha Vida.

Segundo o governo, em conversa com o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, foi identificado que a gestão municipal tem um terreno próximo ao local que poderia receber os imóveis. Pela proposta, o município então doaria a área, enquanto o Estado ficaria a cargo de realizar a infraestrutura. Uma reunião entre a prefeitura, a Defensoria e algumas secretarias do Estado será marcada nos próximos dias para buscar uma solução.

Conheça os desafios do local e quais são os próximos passos para uma possível regularização
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