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Publicado em 7 de agosto de 2025 às 19:48
Ao ser vítima de violência, muitas mulheres param em hospitais e pronto atendimentos buscando cuidados para suas feridas. Mas só aquelas que são aparentes. Por dentro, há uma dor nem sempre tratada, nem acompanhada. Para mudar esse contexto, a partir desta sexta-feira (8), mulheres e meninas que sofrerem algum tipo de agressão vão ter prioridade no atendimento no SUS, não apenas nas unidades de urgência e emergência da rede pública do Espírito Santo, mas também em consultas com especialistas e assistência psicossocial.>
É o que prevê portaria da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que vai ser publicada nesta sexta para marcar os 19 anos da criação da Lei Maria da Penha — celebrada em 7 de agosto. "Um passo importante é punir os agressores, outro é cuidar das vítimas", destaca o secretário Tyago Hoffmann. >
Ele explica que a portaria vai estabelecer algumas normas e procedimentos para garantir a assistência completa às vítimas, incluindo as que sofrem violência sexual. Hoffmann diz que, hoje, esse público já têm atendimento prioritário em unidades de emergência, mas era necessário avançar nos cuidados. >
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O secretário afirma que, após o atendimento emergencial, outros encaminhamentos que forem considerados importantes também vão ter o status de prioritário para as vítimas. Consultas em especialidades médicas, como psiquiatria, é um exemplo. A regulação desse tipo de assistência obedece a uma ordem de chegada e priorização de necessidade daquele cuidado — as mulheres agredidas e abusadas passam a se encaixar nesse perfil. >
Além da rede estadual, a atenção básica, realizada pelos municípios, deverá dar prioridade na assistência às vítimas, entre outros cuidados, na área psicossocial. Hoffmann conta que a portaria, construída com apoio da Secretaria de Estado da Mulher, também teve articulação com as prefeituras para garantir o atendimento integral. As equipes municipais, inclusive, estão passando por treinamentos para se adequarem às exigências. >
Questionado sobre o motivo para estabelecer a prioridade para o atendimento às vítimas de violência, Hoffmann pontua que, dentro da Sesa, há o princípio da "linha de cuidado" e exemplificou com o caso de um paciente que precisa de cirurgia. Antes do procedimento, ele passa por consultas, exames e, após operado, ainda é acompanhado. >
"Faltava essa linha de cuidado com as mulheres vítimas de violência. Depois da emergência, elas estavam abandonadas. Elas sofrem uma série de traumas, não apenas físicos, e não contavam com uma priorização. O governo trabalha para conscientizar a população e diminuir a violência, mas, de outro lado, quando ela acontece, o trabalho é punir o agressor e cuidar da vítima", reforça o secretário. >
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