Publicado em 5 de novembro de 2022 às 14:29
A aldeia indígena de Irajá, em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, elegeu pela segunda vez na história uma mulher para ser cacique, a chefe e representante das comunidades da etnia tupiniquim. Filha de cacique, Marcela Rocha, vai dar continuidade à história da família. Ela toma posse neste sábado (5) e receberá o nome de Cunhatã, que significa “mulher guerreira”, na língua tupi. >
O processo de escolha da cacique teve três chapas e toda a população que mora na aldeia, acima de 16 anos, pode votar. Entre os 460 votos computados, registrados em um papel, Marcela foi a escolha de 218 pessoas, no último dia 23 de outubro. Ela concorreu com o atual cacique, que estava no comando há cerca de oito anos, e com a primeira cacique mulher da aldeia. >
“É um orgulho seguir os passos dos pais. Eu já tinha sido uma liderança na comunidade onde moro, mas agora poderei representar a todos. Nós, mulheres, também temos esse direito. Antes víamos que os homens mandavam e hoje as mulheres também conquistam o seu espaço. Fico muito feliz de ter essa oportunidade”, conta a cacique.>
Ela diz que quer lutar contra o preconceito que há contra os indígenas e também abrir as portas das aldeias para que ela seja reconhecida no Espírito Santo e também fora. >
>
Marcela Rocha
Cacique Cunhatã, da aldeia indígena de IrajáDesde o dia 24, a cacique já atua como a representante da aldeia, mas a posse oficialmente acontece mesmo neste sábado, com as presenças do prefeito de Aracruz, Dr. Coutinho, e do vereador do município, o indígena Vilson Jaguareté. Ainda devem ocorrer apresentações de dança.>
Durante o evento, Marcela vai receber o cocar, que simboliza o reconhecimento de liderança e será batizada com o novo nome indígena. Ela escolheu Cunhatã. >
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta