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Air fryer, forno elétrico ou gás: qual forma de cozinhar é mais barata?

Air fryer, forno elétrico ou gás: qual forma de cozinhar é mais barata?

A Gazeta conversou com especialistas para esclarecer o modo de preparo que fica mais leve no bolso em meio à alta dos alimentos

João Barbosa

Repórter / [email protected]

Publicado em 19 de maio de 2025 às 11:48

A Gazeta conversou com especialistas para entender o que é mais barato em meio à alta dos alimentos

Com o orçamento familiar cada vez mais apertado, o brasileiro sempre busca meios de economizar e dar um respiro no bolso no fim de cada mês. Nesse desafio de driblar o aumento dos preços em produtos básicos do dia a dia, como arroz, alface, tomate e carne, a solução pode estar dentro de casa, a economia pode ser feita na hora do preparo da comida. A Gazeta conversou com especialistas para saber o que é mais barato: cozinhar com gás de botija, gás encanado, utilizar air fryer ou forno elétrico.

Prato do dia a dia

Refeição com arroz, feijão, batata frita e uma proteína pode ficar mais barata feita com gás encanado
Refeição com arroz, feijão, batata frita e uma proteína pode ficar mais barata feita com gás encanado Crédito: MetaAI

  • Para um prato com arroz, feijão, um bife de carne bovina, batatinha frita e salada, o mais barato é cozinhar com gás encanado. Os valores levam em consideração o consumo do gás e não o preço da compra no mercado. De acordo com as seguintes medidas preparadas no fogão, o valor gasto com cada uma delas será:

    500 gramas de arroz: R$ 0,30
    500 gramas de feijão: R$ 0,75
    1 bife bovino: R$ 0,30
    500 gramas de batata frita: R$ 0,42

Logo, com gás encanado, a refeição pode ser feita pelo custo de R$ 1,77 com o consumo do gás. Vale salientar que a salada não é incluída na conta, pois não depende da cocção no fogão.

  • Já em um fogão que utiliza uma botija de gás de 13 quilos, que tem o preço médio de R$ 98,14 no Espírito Santo, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a mesma refeição pode ser preparada por R$ 2,22. Confira o valor gasto com consumo desse gás em cada comida:

    500 gramas de arroz: R$ 0,37
    500 gramas de feijão: R$ 0,94
    1 bife bovino: R$ 0,38
    500 gramas de batata frita: R$ 0,53

“Para esses números, levamos em consideração o procedimento padrão para cocção dos alimentos, com as panelas que precisam ser tampadas de forma bem alocada, por exemplo. São muitos fatores que influenciam no consumo de gás, mas aqui consideramos um ambiente ideal, sem desperdício e com os utensílios usados corretamente”, explica o economista Ricardo Paixão, mestre em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e especialista em Gestão Financeira e Controladoria.

Já para assar meio quilo de frango, que também pode ser incluído na refeição ou substituir a carne bovina, por exemplo, a melhor opção pode estar no uso da airfryer ou de um forno elétrico. No forno do fogão com o uso do botijão de gás, meio quilo de frango seria assado com um consumo de R$ 1,13 e, no forno com uso do gás encanado, sairia por R$ 0,91. Já nos aparelhos elétricos, custaria R$ 0,51 na conta de energia.

E o preparo de um lanche?

Para o preparo de um café da manhã ou lanche com ovo mexido e pão na chapa, o mais econômico segue sendo o uso do gás encanado. Na frigideira em um fogão com esse tipo de instalação, o ovo pode ser preparado com um custo de R$ 0,12. Com a botija, o valor seria de R$ 0,15.

Já para um pãozinho na chapa, passado na frigideira de fogão com gás encanado, o valor seria de R$ 0,18 e de R$ 0,23 com o gás da botija. Para quem gosta do pão mais crocante, a airfryer pode concluir o preparo por R$ 0,08.

Segundo o economista Ricardo Paixão, em geral, o uso de eletricidade é mais barato que o uso de gás. Entretanto, quando se trata de uma grande quantidade de alimentos, o uso do gás pode ser mais eficiente e econômico. Ou seja, cada caso deve ser avaliado de acordo com a demanda para o preparo dos alimentos.

Economista Ricardo Paixão é especialista em gestão financeira e preparou as contas para a reportagem de A Gazeta
Ricardo Paixão é especialista em gestão financeira e preparou as contas para a reportagem de A Gazeta Crédito: Arquivo pessoal

“Se você pegar um quilo de arroz, por exemplo, vai gastar mais usando eletricidade para cozinhar essa quantidade em uma panela elétrica. Quando o volume de alimentos é maior, o ideal é usar o gás (de botija ou encanado) pois há um consumo mais equilibrado, principalmente se as panelas estiverem bem tapadas durante a cocção”, pondera Paixão.

Ele salienta que, para o preparo de quantidades menores de alimentos, a eletricidade pode ser uma boa opção até mesmo pela rapidez de alguns equipamentos.

“Se for fazer uma feijoada em uma panela grande, por exemplo, o recomendado é usar o gás, pois o volume seria muito grande para um modelo elétrico”, exemplifica o especialista.

Dicas para driblar a alta dos alimentos

Especialistas apontam dicas para alívio no bolso durante o preparo dos alimentos
Especialistas apontam dicas para alívio no bolso durante o preparo dos alimentos Crédito: Andrea Piacquadio / Pexels

Para o economista Felipe Storch Damasceno, a alta dos alimentos no Brasil faz parte de um contexto econômico ao redor de todo o mundo.

“Por um lado, os preços mundiais dos alimentos têm subido, o que deixa as exportações mais atrativas e puxa o aumento de preços domésticos pela redução da oferta interna. Por outro lado, o aumento da taxa de câmbio afeta primeiramente os produtos cotados em dólar, sendo o caso das commodities. Café, soja, trigo e milho têm os preços impactados diretamente pela alta do câmbio”, explica Damasceno.

Segundo o especialista, há também um custo de produção ligado aos insumos importados e depois à logística com o aumento dos combustíveis e do frete.

“Ambos também são impactados pelo dólar. Entre os maiores aumentos em relação ao ano anterior, podemos destacar café, ovos, carne de boi, cacau e óleo de girassol. Já em 2025, os maiores aumentos até agora foram de café, ovos, batata, aveia, milho e soja”, sinaliza o economista.

Para driblar as altas, a principal estratégia, segundo Felipe, é buscar pela substituição de produtos por opções mais baratas ou produtos similares.

“Infelizmente, não tem outra saída. Para não ser muito afetado pelo aumento de preços, precisamos dar preferência para produtos mais baratos. É um exercício de análise de preços e escolhas melhores. Vale também ficar atento às promoções e escolher frutas da estação durante as compras”, destaca o economista.

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