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Monja Coen: saiba quais são os principais sinais do câncer de pele

Monja Coen: saiba quais são os principais sinais do câncer de pele

Dentre os fatores de risco, a exposição prolongada ao sol sem proteção adequada promove o contato direto com raios nocivos, aumentando em até dez vezes o risco de câncer de pele

Publicado em 28 de março de 2024 às 17:46

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Monja Coen lança livro que traz reflexões para ajudar o leitor a se tornar o bem que quer ver no mundo
Monja Coen  revelou que está no tratamento de câncer de pele. (Ed Armellini)

Nesta quinta-feira, 28 de março, Monja Coen contou em um vídeo postado nas redes sociais que está com câncer de pele. Aos 76 anos, ela explicou ainda que está passando por sessões de quimioterapia.

"A vida é assim, às vezes a gente passa por momentos em que as coisas não são como a gente gostaria. Mas tudo tem começo, meio e fim", afirma. “Eu disse que estou virando um jacaré porque é bem dura esta crosta. Depois de jacaré, quem sabe eu volto a virar um peixinho, não é?".

Ainda sobre o tratamento, Coen explicou que está utilizando uma pomada nos pontos em que há uma provável concentração de células cancerígenas. "Estou fazendo uma quimioterapia com uma ‘pomadinha’ que você passa e ela vai fazer ferida onde tiver câncer. Depois a ferida sai e o câncer sai junto”.

O uso da pomada no tratamento do câncer de pele, também conhecido como quimioterapia tópica, consiste em um medicamento, em forma de líquido ou pomada, no qual é aplicado na região afetada pelo câncer (pele ou mucosa).

Entenda o câncer de pele

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pele é o mais incidente entre os brasileiros, correspondendo a um total que ultrapassa a marca de 229 mil novos casos a cada ano do triênio (2023-2025) - cerca de 31,3% de todos os tumores malignos registrados. Dentre os fatores de risco, a exposição prolongada ao sol sem proteção adequada promove o contato direto com raios nocivos, aumentando em até dez vezes o risco de câncer de pele.

De acordo com Sheila Ferreira, oncologista da Oncoclínicas, esse índice está diretamente relacionado a fatores intimamente ligados à localização geográfica do país, cuja origem tropical leva à alta incidência solar durante todo o ano.

“Em linhas gerais, a principal causa evitável do câncer de pele é a constante exposição à radiação ultravioleta (UV) sem uso de proteção adequada. Por isso, é preciso estar atento aos efeitos do sol para a nossa saúde. Os melanócitos e queratinócitos (células da pele) são os principais envolvidos no processo de fotoproteção e quando expostos à radiação solar podem aumentar em número e tamanho”, diz.

O surgimento da doença ocorre quando há um crescimento anormal e excessivo dessas células que compõem a pele. “Resumidamente há dois tipos de classificação para os tumores cutâneos: melanoma, mais raro e que surge em forma de pintas ou sinais, e não-melanoma, responsável por 95% dos tumores cutâneos identificados entre os brasileiros e que se caracteriza comumente pelo surgimento de feridas ou manchas avermelhadas que coçam, descamam e podem sangrar”, explica Sheila.

A médica ressalta que os principais sinais e sintomas de câncer não-melanoma são a presença de lesões cutâneas com crescimento rápido, ulcerações que não cicatrizam e que podem estar associadas a sangramento, coceira, algumas vezes dor e que geralmente surgem em áreas muito expostas ao sol como rosto, pescoço e braços. “Histórico familiar, características da pele - quanto mais clara mais propensa a desenvolver o câncer - e excesso de exposição solar são fatores de risco para a doença. Manchas com crescimento rápido e feridas cutâneas que não cicatrizam, estão entre os sinais que não devem ser ignorados”.

De olho na prevenção

Para pessoas que costumam ficar expostas ao sol, é preciso reforçar o uso do protetor solar diariamente, principalmente no rosto. Se a exposição aos raios solares for maior, como na praia ou piscina, por exemplo, é importante abusar do protetor no corpo todo, usar chapéus e evitar horários em que a incidência solar esteja mais forte.

“Pessoas de pele clara, cabelos claros ou ruivos, com sardas e olhos claros são mais propensas a desenvolver o câncer de pele. A idade é um fator que também deve ser considerado, pois quanto mais tempo de exposição da pele ao sol, mais envelhecida ela fica, aumentando também a possibilidade de surgimento do câncer não-melanoma. Ainda assim, independente da cor de pele, idade e período do ano, a regra vale para toda a população: use sempre protetor solar, proteja o couro cabeludo com chapéus e use óculos de sol com proteção contra raios UV”, comenta Sheila.

É importante, ainda, a avaliação frequente de um dermatologista para acompanhamento das lesões cutâneas. A análise da mudança nas características destas alterações é de extrema importância para um diagnóstico precoce. O especialista tem o papel de orientar uma proteção adequada para descobrir os possíveis riscos que os raios solares de verão podem causar na pele.

Entenda os diferentes tipos de câncer de pele e os possíveis tratamentos

O câncer de pele não-melanoma pode ser classificado em: carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular. O primeiro é o tipo mais frequente, com crescimento normalmente mais lento. O diagnóstico se dá, usualmente, pelo aparecimento de uma lesão nodular rosa com aspecto peroláceo na pele exposta do rosto, pescoço e couro cabeludo. Já no carcinoma espinocelular, mais comuns em homens, ocorre a formação de um nódulo que cresce rapidamente, com ulceração (ferida) de difícil cicatrização.

“Tanto o carcinoma basocelular quanto o espinocelular estão relacionados a alta exposição dos raios solares e devem ser prevenidos com protetor solar e consultas frequentes com dermatologista são importantes para detecção do câncer na sua fase inicial”, aponta a oncologista da Oncoclínicas.

Já o chamado câncer de pele do tipo melanoma, apesar de considerado como sendo de baixa incidência - ele é responsável por 8.450 novos diagnósticos por ano -, é o mais agressivo e requer atenção redobrada. São geralmente os casos que se iniciam com o aparecimento de pintas escuras na pele, que apresentam modificações ao longo do tempo. As alterações a serem avaliadas como suspeitas são o “ABCDE”- Assimetria, Bordas irregulares, Cor, Diâmetro, Evolução. “A doença é mais facilmente diagnosticada quando existe uma avaliação prévia das pintas”, sintetiza Sheila Ferreira.

É recomendável a ressecção cirúrgica destas lesões por especialista habilitado para adequada abordagem das margens ao redor da mesma. Posteriormente, dependendo do estágio da doença, pode ser necessária a realização de tratamento complementar. Quando diagnosticada precocemente, quimioterapia ou radioterapia são raramente necessárias e a cirurgia é capaz de resolver a maioria dos casos.

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