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Lipoaspiração: os riscos da cirurgia feita por Luana Andrade

Lipoaspiração: os riscos da cirurgia feita por Luana Andrade

A cirurgia é indicada para pessoa que tenha gordura localizada não responsiva à dieta e atividade física, que tenham condições clínicas para o procedimento, tais como gordura localizada na região do abdômen, flancos e culotes

Publicado em 7 de novembro de 2023 às 19:11

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Luana Andrade
Luana Andrade faleceu após sofrer paradas cardiorrespiratórias decorrentes de procedimento estético. (REpordução @Luanaandrade)

A influenciadora e assistente de palco do SBT Luana Andrade, de 29 anos, morreu nesta terça-feira em consequência de paradas cardíacas sofridas durante a realização de uma lipoaspiração, em São Paulo. "O Hospital São Luiz do Itaim informa que a paciente Luana Andrade foi internada, acompanhada por seus familiares, na tarde desta segunda-feira (6/11), na unidade para procedimento de lipoaspiração realizado por cirurgião e anestesista particulares contratados pela família", diz nota da unidade de saúde.

Em entrevista ao IG Gente, o empresário de Luana Andrade, Marcos Moraes, disse que ela sofreu quatro paradas cardíacas. "Ela internou para fazer uma lipo. Estava tudo bem, com um dos profissionais mais conceituados do mercado, e aí aconteceu essa fatalidade. Ela teve a parada cardíaca no meio do procedimento".

Ele contou que ela teve a primeira e reanimaram. "Teve a segunda, ficou tudo bem. Teve a terceira, ficou tudo bem. E teve a quarta, que foi na madrugada. Ela estava fazendo a lipo e aconteceu a fatalidade de ter as quatro paradas". 

A modelo ficou famosa ao participar da sexta edição do reality "Power Couple" com o namorado, João Hadad, em 2022.

OS PERIGOS

A lipoaspiração é uma cirurgia que tem como principal objetivo remover a gordura localizada de determinadas áreas do corpo. "É um procedimento que tem por objetivo a retirada da gordura localizada através de cânulas inseridas de forma subcutânea no paciente", explica a cirurgiã plástica Patricia Lyra.

A médica conta que, podem fazer a cirurgia, pessoas que tenham gordura localizada não responsiva à dieta e atividade física, que tenham condições clínicas para o procedimento, tais como gordura localizada na região do abdômen, flancos, dorso (costas), culotes, face interna das coxas, face interna do joelho, braços e também próximo à região das axilas. 

Patricia Lyra
Patricia Lyra é cirurgiã plástica. (Patricia Lyra)
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Os riscos mais comuns são reação alérgica, parada cardiorrespiratória, inclusive na indução anestésica, embolia, anemia aguda, necrose, infecção, dentre outros

Patricia Lyra
Cirurgião plástica
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RECOMENDADO

O cirurgião plástico Ariosto Santos conta que o ideal é que a pessoa emagreça e tente adequar o peso antes de fazer o procedimento. "A pessoa não deve tentar fazer lipoaspiração para emagrecer", ressalta.

O médico diz que as práticas esportivas também são indicadas porque elas vão auxiliar a pessoa a moderar o peso e estar numa condição ideal para fazer um procedimento cirúrgico dessa natureza. "As sociedades médicas e o Conselho de Medicina regem que a gente não deve aspirar mais do que 5% do peso corporal", diz Ariosto Santos.

Além de não aspirar excessivamente, é preciso cautela na hora de fazer o enxerto de gordura. "Quando injetar gordura tem que ter muito cuidado porque ela pode ser injetada próximo a um vaso e gerar uma embolia pulmonar ou cerebral", ressalta Ariosto Santos.

EXAMES NECESSÁRIOS

Alguns exames são necessários para que a pessoa passe por uma cirurgia plástica, como os exames de sangue, urina e de imagem solicitados conforme o procedimento a ser realizado. "Além disso, é necessária avaliação cardiológica e anestésica que atestem a condição clínica para o procedimento", diz Patrícia Lyra.

Já no pré-cirúrgico é recomendado alguns cuidados. "O que orientamos especificamente para um procedimento cirúrgico é com relação ao jejum pré-operatório pensando na segurança do paciente". 

O hospital é o local ideal para a realização da lipoaspiração, de preferência que tenha uma unidade de terapia intensiva (UTI). "O paciente deve procurar junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM) se o profissional tem a especialidade que ele diz ter. Para isso, basta verificar se o médico escolhido tem registro de qualificação de especialista (RQE) - apenas especialistas têm esse registro. Outra orientação, é ver junto à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica se o médico está habilitado ou não", reforça a médica.

A médica diz que é raríssimo acontecer parada cardiorrespiratória, mas pode acontecer. "É possível minimizar os riscos com um bom preparo pré-operatório, com escolha de profissionais habilitados e em uma estrutura hospitalar adequada. No caso da jovem que morreu, acredito que o caso era esse, ela estava em hospital com ótima estrutura e com equipe qualificada, mas nem sempre o paciente responde às manobras. Realmente uma fatalidade", finaliza Patrícia Lyra.

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