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Edu Guedes: veja sintomas e tratamento do câncer no pâncreas

Edu Guedes: veja sintomas e tratamento do câncer no pâncreas

O pâncreas é o órgão responsável por liberar enzimas que atuam na digestão e na produção de hormônios que ajudam a manter o açúcar do sangue controlado

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Guilherme Sillva

Editor do Se Cuida / [email protected]

Publicado em 6 de julho de 2025 às 17:07

Edu Guedes
Edu Guedes passou por uma cirurgia por conta de um câncer no pâncreas Crédito: Reprodução @eduguedesoficial

O apresentador Edu Guedes passou por uma cirurgia por conta de um câncer no pâncreas, segundo o portal Léo Dias. As informações publicadas indicam que o apresentador teria passado mal durante a semana, com sintomas de uma crise renal, e a partir de exames para avaliação clínica teria sido descoberto um nódulo no pâncreas. De acordo com o colunista, Ana Hickmann, noiva de Edu, confirmou a notícia através de sua assessoria.

Apesar da doença ser mais comum a partir dos 60 anos, há um aumento de diagnósticos conforme o avanço da idade. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são esperados 10.980 casos para cada ano do triênio 2023-2025, sendo 5.690 em mulheres e 5.290 em homens.

O pâncreas é o órgão responsável por liberar enzimas que atuam na digestão e na produção de hormônios que ajudam a manter o açúcar do sangue controlado. Medindo cerca de 15 centímetros, ele é composto pelas seguintes partes: cabeça (lado direito), corpo (centro) e cauda (lado esquerdo).

De acordo com o oncologista João Paulo Fogacci de Farias, da Oncoclínicas, o termo "câncer de pâncreas" engloba diversos tipos de tumores malignos. "O termo é usado de maneira genérica, contudo, ele se refere ao tipo mais comum da neoplasia - que se origina na parte exócrina do pâncreas - o adenocarcinoma, responsável por 90% dos casos. Já os demais tipos incluem casos mais raros, como os pancreatoblastomas e neuroendócrinos", explica.

Sintomas

Na fase inicial da doença, o câncer de pâncreas não costuma indicar sinais ou sintomas. Mas, segundo o oncologista, conforme ocorre o aumento do tumor e/ou quando há disseminação da neoplasia para outras partes do corpo, iniciam-se os sintomas.

Alguns fatores merecem atenção e a procura de um especialista para a investigação correta, como: fraqueza, perda de peso, falta de apetite, dor abdominal, dor nas costas, urina escura, icterícia (olhos e pele de cor amarela), náuseas, dores nas costas, trombose venosa profunda (identificação de um coágulo sanguíneo, geralmente em uma veia principal) e piora abrupta de um diabetes já antigo.

Fatores de risco

Dentre os riscos associados ao desenvolvimento do câncer de pâncreas, o oncologista alerta quanto ao tabagismo, etilismo, obesidade, histórico familiar/síndromes hereditárias, diabetes mellitus e também a pancreatite crônica.

“No caso da obesidade, que é um marco presente na sociedade atual, a condição possui relação com diversos problemas de saúde, inclusive o câncer de pâncreas. Contudo, é possível reverter esse quadro uma vez que o fator é modificável”, explica. Ou seja, perder 10% do peso já reduz riscos para a saúde, como indica um estudo publicado no Journal of Endocrinological Investigation, realizado pela Universidade de São Paulo.

Estima-se que entre 5% e 10% dos adenocarcinomas de pâncreas sejam de origem hereditária estando frequentemente associados a síndromes genéticas.

Tratamento

Após a suspeita diagnóstica, a investigação é fundamental para que o início do tratamento ocorra. "Quanto antes o câncer for descoberto, maiores são as chances de cura através do tratamento precoce. Por isso, caso note algo fora do normal, não hesite em procurar um médico", aconselha João Fogacci.

Em apenas 10% e 15% dos casos o diagnóstico se dá em estágios iniciais, uma vez que a doença costuma ser assintomática no começo

João Fogacci

Oncologista

O primeiro passo é a realização de um exame físico e também a coleta de dados do paciente, sobre seu histórico familiar e também pessoal. Com isso, ele será submetido a exames complementares, como os laboratoriais (de sangue), de imagem (tomografia computadorizada, ressonância e PET Scan), angiografia (exame de imagem específico para a visualização da relação dos vasos sanguíneos com o tumor) e biópsia.

Após a confirmação do câncer de pâncreas, em estágio inicial, o oncologista reforça que tanto a cirurgia, como a quimioterapia, são de igual importância. "Caso o paciente tenha condições para realizá-las, ambos os procedimentos serão necessários. Nas últimas décadas, a cirurgia oncológica teve um grande avanço através de técnicas minimamente invasivas, o que leva a recuperação e reabilitação mais rápida do paciente. A cirurgia robótica em câncer de pâncreas é promissora, porém, estudos estão em andamento para comprovar sua segurança", explica.

Uma tendência atual nos casos de doença localizada no pâncreas (apenas estágio inicial) é de realizar a quimioterapia antes da cirurgia. “Estudos mostram que até 50% dos pacientes podem não se recuperar a tempo após a cirurgia de pâncreas para iniciar o tratamento quimioterápico. Além disso, a inversão da ordem pode promover melhores resultados no controle da doença, pois, consequentemente, pode reduzir o tumor e posteriormente facilitar sua remoção".

Contudo, entre 70% e 80% dos casos ainda são diagnosticados em estágio avançado e inoperável, reduzindo muito a probabilidade de cura através dos tratamentos ainda é baixa. Em casos como esse, o objetivo é oferecer o maior conforto possível ao paciente, além dos cuidados paliativos para a diminuição dos sintomas.

Como forma de prevenir o risco do desenvolvimento do câncer pancreático, o oncologista cita cuidados importantes para serem colocados em prática. "Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, praticar atividades físicas regularmente, ter uma dieta equilibrada rica em frutas, vegetais e grãos integrais, manter um peso saudável e parar de fumar são pontos fundamentais para adotar na rotina. Ficar atento ao histórico familiar e na dúvida buscar orientação médica especializada".

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