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Dipirona serve para secar as espinhas rápido? Dermatologistas explicam

Dipirona serve para secar as espinhas rápido? Dermatologistas explicam

Recentemente, uma receita caseira que usa a dipirona como remédio secativo de espinhas ficou famosa no Tik Tok. Dermatologistas explicam o jeito correto de tratar o problema

Publicado em 18 de abril de 2024 às 15:02

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Mulher com espinhas
As espinhas devem ser tratadas com um dermatologista. (Shutterstock)

Espinhas são sempre sinônimo de incômodo e situação indesejada. Sejam elas um problema rotineiro ou um caso isolado, em que uma única espinha surge no rosto justo naquele dia de um evento importante, ninguém sossega quando a inflamação aparece. É neste momento que começam as buscas por opções para resolver o problema e secar a espinha rapidamente.

Recentemente, uma receita caseira que usa a dipirona como remédio secativo de espinhas ficou famosa no Tik Tok. Os vídeos viralizaram na rede social e muitos usuários afirmam, nos comentários, que a medicação funciona. Mas será que, realmente, é uma alternativa correta para o tratamento de espinhas? 

Segundo a dermatologista Priscila Passamani, a receita caseira pode funcionar porque a dipirona tem também uma ação anti-inflamatória, porém o uso deste medicamento não é destinado a esta finalidade. “Existem no mercado produtos próprios para tratar e secar espinhas da forma correta e eficaz, de uso tópico e com ativos próprios para a pele. Quando utilizamos um remédio de uso oral, formulado para o estômago tolerar e aplicamos diretamente na pele, podemos ter reações indesejadas, como queimadura, irritações e alergias” explica.

Ela esclarece que a dipirona é um analgésico e antitérmico para conter a febre, de uso oral, e a forma correta de tratar espinhas é com pomada, creme, sérum ou gel formulados, especificamente, para a pele.

Priscila Passamani, dermatologista
A dermatologista Priscila Passamani fala dos perigos do uso de dipirona para secar espinhas. (Divulgação)
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Para tratar e secar espinhas é preciso recorrer a anti-inflamatórios e secativos de uso tópico, desenvolvidos, estudados e testados para aplicação na pele

Priscila Passamani
Dermatologista
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A dermatologista Karina Mazzini diz que não existe lógica em usar a dipirona líquido para secar espinhas. "O remédio é um analgésico e não tem ação em acne e em espinha inflamada. Não é algo que procede e é uma coisa totalmente absurda".

A médica explica que a dipirona é pode provocar alergias urticárias e edemas. "Vejo isso com muita ressalva. Acho muito perigoso esse tipo de publicação, até porque não tem nenhuma comprovação científica. A dipirona é um analgésico e antitérmico que serve para dor e febre. Nada a ver com espinha inflamada", diz Karina Mazzini.

O recomendado é não manusear a espinha

Karina Mazzini diz que para secar uma espinha inflamada, existem os sabonetes específicos, que contém os antissépticos, e outros produtos próprios para acne que contém, por exemplo, peróxido de benzoíla e clindamicina, isso pode ser em loção ou em gel. "Esses produtos têm realmente um efeito anti-inflamatório em cima da espinha".

A médica conta que, para tratar, é preciso do auxílio de um dermatologista que, para cada grau de acne, vai indicar os sabonetes, loções, e géis a base de produtos que realmente sejam anti-inflamatórios. "Às vezes até o uso de antibiótico oral ajudam nesse controle de inflamação", explica Karina.

Priscila Passamani alerta que é preciso controlar a vontade de manusear a espinha com as próprias mãos. “Em hipótese alguma o paciente deve espremer a espinha ou usar objetos pontiagudos para eliminar a secreção”, orienta.

A médica reforça que espinhas devem ser tratadas com um dermatologista, levando em consideração que cada espinha tem uma fase e cada pele é única. “O paciente pode precisar unir medicamentos tópicos, aplicados diretamente na pele, com orais, em forma de comprimidos, para desinflamar não apenas a superfície onde está a espinha, como todo o corpo”, diz Priscila Passamani.

Também é importante atenção é sobre o risco de complicações de uma simples espinha para inflamações maiores. “O processo inflamatório envolve presença de bactérias que pode entrar na corrente sanguínea. Por isso, é preciso tratar da forma correta para evitar que esta inflamação piore, podendo, inclusive, levar o paciente para o hospital” alerta Priscila Passamani.

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