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Um guia para curtir tudo o que Pedra Azul tem para oferecer no inverno

Um guia para curtir tudo o que Pedra Azul tem para oferecer no inverno

As plantações de lavanda, a gastronomia, o artesanato... Pedra Azul está pronta para a estação

Publicado em 19 de junho de 2019 às 21:38

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Pedra Azul é o destino de inverno dos capixabas. (Marcelo Prest)

O tão aguardado frio já dá as caras em Pedra Azul, a região mais famosa do nosso inverno. E junto com os pés de lavanda, que aparecem em diversos pontos da localidade, os turistas e muitos capixabas começam a chegar para aproveitar a estação. Aliás, este ano ela está ainda mais especial com o Inverno.ag – projeto da Revista.ag e ag.TV –, que vai cobrir as tendências, destaques e novidades da estação fria, inclusive no @sigaag (segue a gente lá no Instagram!). Oficialmente o inverno começou na última sexta. 21 de junho. O nosso começa hoje e está cheio de novidades.

Um delas é a Casa do Chef Ari, aberta há dois meses, no km 7 da Rota do Lagarto. Paraibano arretado, Ari Cardoso acabou se apaixonando pela culinária capixaba após passar um Carnaval no Estado. “Comecei a aprender a cozinhar aos oito anos, acompanhando a minha mãe. Me formei em economia e depois em gastronomia. As pessoas pediam para eu abrir um restaurante. Pedra Azul é um lugar bucólico, um dos meus preferidos”, conta.

Na Casa do Chef Ari a comida nordestina é sucesso no cardápio. (Marcelo Prest)

Na casa de paredes de madeira, o chef especializado em comida italiana conta que decidiu sua casa é uma união de suas três paixões: as gastronomias italiana, nordestina e capixaba. “Todos os pratos são feitos de forma harmônica”, diz. Por isso, não se espante ao olhar o cardápio e ver carne de sol de filé mignon acompanhada com baião de dois e pirão de queijo. Ou lagosta grelhada, marinada no limão e ervas com risoto de camarão. “Ninguém pensa em comer frutos do mar nas montanhas”, diz ele, rindo. O tradicional bolo de rolo recheado de frutas vermelhas não pode faltar na casa. “O restaurante também é um showroom, onde móveis, utensílios, decoração e equipamentos estão à venda”, diz o chef.

Ao lado da Casa do Chef Ari está a Blu Gelatos, de gelatos produzidos artesanalmente e com a técnica original italiana. A chef gelatiere Gabriela Ayres Maretto é quem comanda o negócio que começou a produção no sítio da família. “Comecei há dois anos com uma maquininha caseira que produzia cerca de um litro de gelato por ciclo de 45 minutos. As encomendas começaram e aproveitei a antiga lavanderia da casinha de fim de semana, em Pedra Azul, para instalar a nova máquina”, conta. Atualmente são produzidos três litros por ciclo de 25 minutos.

São mais de 20 sabores, como chocolate belga com amêndoas, doce de leite argentino, frutas vermelhas ao creme e caramelo com flor de sal. A fama dos gelatos já toma conta da localidade. “Em parceria com produtores locais de frutas, leite, chocolate, fornecemos gelatos para restaurantes e lojas da região”, diz Gabriela.

Portuguesa, com certeza

Logo no começo da Rota do Lagarto uma lojinha com cafeteria chama a atenção dos visitantes. São as portuguesas Maria e Rita Pavão, mãe e filha respectivamente, que comandam a Cafeteria Pavão Azul Artes e Aromas. Maria, de 67 anos, chegou no país há 17 anos. Morou em Domingos Martins, comprou propriedade e acabou se estabelecendo em Pedra Azul. Já Rita mora no Brasil há 12 anos. “Eu vinha de férias e sempre fui apaixonada pelo Brasil. Até que acabou que vim morar”, conta Rita, que morava em Cascais.

É Maria a responsável pela cozinha e também por todo o artesanato da loja. Cozinheira de mão cheia, são os pratos portugueses – como bacalhau e a torta de Sintra – que mais fazem sucesso no cardápio. “Também tem o rocambole de laranja, que é uma receita minha. E agora no inverno vou fazer a feijoada de cogumelos e a dobradinha à moda do Porto. Todos os produtos são da região, gostamos de privilegiar os produtores”, conta ela, com o sotaque carregado.

O talento na cozinha é reconhecido, mas não deixa nada a desejar na produção do artesanato. É Maria também a responsável pela produção de vários produtos vendidos ali. Como as mesas de madeiras que um dia foram janelas. “São móveis feitos a partir de janelas que seriam descartadas. Todas foram pintadas à mão com o uso de decupagem”, conta. Potes, caixas decorativas, toalhas e sousplats também chamam a atenção. “Também vendemos peças em porcelana da marca Monte Sião, que são produzidas em Minas Gerais”, conta Rita.

Nova história

Fernando Poletto comanda a cozinha do novo Don Calmon. (Marcelo Prest)

É no mesmo endereço do antigo restaurante Valsugana - que fez história durante quase 20 anos na região - que o Don Calmon começa a escrever sua história. O restaurante encanta os visitantes diante da rocha que dá nome à localidade.

Funciona em um chalé e de sua varanda é possível contemplar um colorido jardim, no qual estão espécies nativas. Na entrada do salão, há uma lareira e mantas disponíveis para os dias mais frios. À mesa chegam pratos de essência italiana, elaborados com capricho pelo chef Fernando Poletto, que aprendeu a cozinhar com a mãe e trabalhou durante anos para uma multinacional. “Mudamos o cardápio, mas continuamos apostando nos produtos da região, como os cogumelos e o palmito pupunha. Também criamos um menu de entradas, com o ceviche de tilápia e o de cogumelo Paris, além da cestinha de parmesão com salada de bacalhau”, conta Fernando.

Massas recheadas como o ravióli de pera com gorgonzola na manteiga de alecrim e filé mignon ao molho de vinho tinto, por exemplo, dividem a cena com diversos tipos de risotos, como o de rabada e agrião. O local também conta com um deque, onde são preparados drinques como aperol spritz, mojito, gin tônica e negroni para os frequentadores.

Defumados

Conhecido pela produção de linguiças artesanais desde a década de 1980, o Empório Favoretti ganhou uma lojinha no km 8 do Caminho das Flores, em Pedra Azul, onde também estão as novas instalações da fábrica. “Acabamos de fazer também uma varanda para receber os visitantes. Nos finais de semana fazemos degustação”, conta Luiz Eduardo.

Defumados fazem sucesso na região de Pedra Azul. (Marcelo Prest)

A lista do local vai das linguiças frescas às defumadas especiais, incluindo de porco com alho poró, de porco com provolone e de cordeiro. Além disso, é possível encontrar discos de hambúrguer de porco, frango, boi e cordeiro, almôndegas recheadas, bacon tradicional ou especial, manta de pernil, escudiguim e banha de porco. Por dia são produzidos 120 quilos de produtos e, para esse ano, existe a expectativa da lançarem o salaminho e o pastrami (peito de boi curado e depois defumado).

Hospedagem

Para quem quer aproveitar o final de semana, nada mais apropriado do que se hospedar numa das inúmeras pousadas da região. Há opções para todos os gostos. A Rabo do Lagarto, que acaba de completar 10 anos, é uma das mais procuradas. Ali o hóspede é mimado o máximo possível. No café da manhã uma mesa com diversos tipos de queijos, pães, geleias, biscoitos, chás, iogurte e sucos atrai o olhar do hóspede. Mas as grandes atrações são as que chegam pela bandeja dos funcionários, que eles chamam de surpresinhas. Trata-se, na verdade, de um menu degustação de surpresinhas, que inclui suco de laranja com groselha, o verine (iogurte natural com creme de leite e goiaba), a torrada Otacílio Coser, com um ovo no centro, pão de queijo, surpresinha de milho, frozen de frutas amarelas, waffer e suco verde.

Na Pousada Rabo do lagarto, o café da manhã é uma das atrações. (Marcelo Prest)

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A pousada faz parte da Associação de Hotéis Roteiros de Charme, que reúne as pousadas de luxo e de charme do Brasil. É a proprietária Lilia Mello que cuida de tudo. Para essa temporada, ela preparou alguns eventos, como a festa de aniversário da pousada e também o concerto com músicos que já tocaram na Ópera de Viena, que moram em Vitória. “Eles cantavam para Caroline de Mônaco e para nobreza europeia”, diz. Ela também recebe os hóspedes das 17 suítes com toda pompa, com o cardápio de sabonetes, lençóis de algodão egípcio e edredom de pena de ganso. É uma pequena extravagância que, no fim das contas, vale a pena.

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