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Publicado em 25 de maio de 2021 às 17:43
A escabiose, também conhecida como sarna humana, tem preocupado moradores da Praia Grande, no litoral paulista. Inúmeros casos da doença vêm sendo registrados na cidade. Alguns, inclusive, precisam de internação. A empresária Patrícia Ogna Patrali, criou um perfil no Instagram chamado @pginvisivel para auxiliar os moradores com a ajuda de amigos médicos. >
A dermatologista Letícia Bortolini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, explica que a sarna humana é uma doença contagiosa causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, variante hominis, transmitida apenas entre humanos por contato pessoal, que não tem preferência por idade, raça ou sexo. >
"Alguns estudos demonstram que, geralmente, a sarna é introduzida no meio doméstico por crianças de idade escolar, na maioria meninas, e a principal fonte de contato foram parentes ou amigos que não residem juntos, e a escola não teria grande importância no ciclo de contaminação", conta. >
A transmissão ocorre pelo contato entre as pessoas, através do tato, do encostar ou ficando próximo. E a doença se manifesta principalmente através da coceira, que geralmente é pior a noite. "O início ocorre de 3 a 4 semanas após o primeiro contato, e coincide com o aparecimento de pápulas eritematosas e túneis sob a parte mais superficial da epiderme, que é onde os ácaros fêmeas se escondem para colocar os ovos. Quando reinfecção, o aparecimento dos sintomas é imediato", diz Letícia Bortolini. >
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A dermatologista Karina Mazzini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que, para que ocorra a transmissão, é necessário um contato prolongado com pessoas contaminadas, ou objetos contaminados que possam ser compartilhados. "Após 30 dias da contaminação, é possível ver os ácaros na pele, o processo de maturação é de 21 dias", diz.>
Karina Mazzini
DermatologistaA sarna apresenta um grau de transmissibilidade elevada pelo contato íntimo e atinge principalmente quem não mantém bons hábitos de higiene, o que inclui não trocar de roupas com frequência. "O ácaro pode permanecer viável por até 24 a 36 horas no meio ambiente, portanto, nas roupas sujas, por isso durante o tratamento pedimos sempre para lavar as roupas de uso e de banho diariamente, com água quente, e passar a ferro quente", explica a dermatologista. A médica explica que o tratamento depende da faixa etária do paciente, e pode variar de loções e cremes, a uso de medicações orais. >
Letícia Bortolini
DermatologistaKarina Mazzini explica que o tratamento é realizado com medicamentos tópicos na pele, pelos e cabelo. "Há também a opção do uso de medicamentos orais. A escolha vai depender das características da doença em cada paciente e também das suas condições gerais de saúde. O tratamento é individualizado". >
A sarna não mata. Porém, a dermatologista faz o alerta. "Ela é mais comum em pacientes imunossuprimidos, podendo aparecer até mesmo como uma forma grave chamada Sarna Norueguesa nestes pacientes, e ser mais difícil de ser eliminada, mas eles não falecerão pela sarna", diz Letícia Bortolini. >
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