Com o batom certo e um lenço eu enfrento o que for, dispara Norma Marques, de 65 anos, no finzinho do bate-papo com a coluna. Mas a frase tem um efeito e tanto para ela, que reinventa o que é um cerimonial dia a dia. Ela não só foi a cerimonialista que assinou a organização do primeiro casamento coletivo LGBT do Espírito Santo, em maio de 2016, como também foi a primeira do ramo que deu a cara a tapa ao promover a I Mostra de Casamentos Homoafetivos do Estado, em setembro deste ano. Mas a advogada por formação não ostenta essa fama de ousar e fazer o diferente só porque embarcou nos casamentos gays.
Se reinventar vai muito além disso. É entender que a sociedade está mudando e que você tem que mudar junto dela. Há 28 anos ela passou a se dedicar exclusivamente aos eventos antes, dividia sua agenda com a carreira no Direito e hoje sabe que o tratamento que um fornecedor dá a um cliente determina (e muito!) a decisão final. Sem poupar, solta: Já vi muito empresário não fechar contrato por uma indelicadeza no atendimento. A mãe de Gianfranco, de 42 anos, e Natasha, de 41 anos, é daquelas que observa os pormenores com toda a delicadeza. Segue o protocolo à risca. Tanto que além de dominar a arte das boas maneiras já deu até aula sobre o assunto - literalmente.
Ensinava Etiqueta e Boas Maneiras e Cerimonial e Protocolo. Saí há uns três anos. Hoje em dia posso me dar ao luxo de decidir com o que e em que vou me empenhar, fala. E repare, caro leitor, ela usa empenhar. Isso começou com papai fazendo festa. Ele ensinou a mim e a meus cinco irmãos que nós tínhamos que trazer novidades. Nos cobrava isso todos os dias à mesa do jantar. Então, me empenho, me dedico. Dou o meu melhor, continua.
Norma pode até não saber os rumos que a profissão vai tomar, mas sabe que vai acompanhá-los. E finaliza: Cada dia mais há necessidade de ampliar. E o Direito me ajuda muito. Cerimonial é tradição e história, tudo o que o Direito ensina.
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