Com cada vez mais casos de pessoas com depressão no Brasil e no Espírito Santo, a companhia capixaba Anchor Cia de Dança resolveu criar um espetáculo que despertasse a atenção para esse problema. Com o nome Ruah, que no hebraico quer dizer sopro de vida e vento de criação, o espetáculo traz a ideia de que, diante das demandas sociais, é necessário que haja uma nova maneira de se olhar a vida.
No palco, o público vai encontrar uma linguagem do jazz e dança contemporânea com cenas excêntricas, despertando em quem as assiste emoções aflitivas. A coreografia foi composta por Maitê Bumachar e Tiago Dias, que buscam mostrar em Ruah que as pessoas podem ter algo pelo que viver.
Nós entendemos que a necessidade de falar sobre esse vento de vida é para dar vida onde não tem. Nós nos deparamos com a necessidade de tratarmos, de maneira poética e artística, a questão da depressão, que hoje é a doença com maior causa de incapacitação no Brasil e no Espírito Santo. Hoje a depressão gera mortos vivos. As pessoas não têm motivação, não têm vontade de viver, e nós sentimos a necessidade de falar que existe um alívio, esse sopro de alívio para as dores, destacou um dos diretores da Cia, Ruan Martins.
Como inspiração, Ruan contou que teve contato com pessoas próximas que tiveram o problema, com isso o grupo procurou usar a arte como forma de alcançar e ajudar quem passa pela mesma situação.
Tivemos exemplos perto de nós, como a minha mãe que teve depressão e síndrome do pânico. Também ouvimos alguns relatos de pessoas para alimentar o processo de criação e para entender esse sentimento sufocante que é. E de repente você ouve alguns dizendo que é frescura, falta de Deus, e isso só sufoca ainda mais as pessoas. Por isso resolvemos dizer que entendemos e não menosprezamos a dor do outro.
A Anchor Cia de Dança tem dois anos de atuação no Estado e é estreante em teatro. No decorrer desses anos teve o espetáculo Em processo: tesouros em vaso de barro, que foi apresentado em diversos locais para diferentes públicos, como em projetos sociais, escolas e em festivais competitivos.
O grupo não tem patrocínio e realizou todo o espetáculo a partir da venda de bombons produzidos pelos diretores e vendidos pelos membros e por bazar.
Diretores: Jean Martins e Ruan Martins
Coreógrafos: Maitê Bumachar e Tiago Dias
Estilo de dança: contemporâneo e jazz
Cenografia: Maitê Bumachar
Luz: Vitor Lorenção
Produção: Anrietti Fraga
Bailarinos: Jean Martins, Ruan Martins, Karen Rodrigues, Francielen Costa, Barbarah Trindade, Ana Luiza Boeker, Renan Abreu, Jeanne Rodrigues, Amanda Luzia, Simone Davi, Clicya Costa
Fotógrafo: Bernardo Firme
Espetáculo: Ruha
Local: Pré-estreia no Teatro do Sesi e estreia no Palácio da Cultura Sônia Cabral
Horário: 19h30 (em todos os dias)
Quando: 4 de novembro (pré-estreia) e 6 e 7 de novembro (estreia)
Entrada: R$ 20 inteira e R$ 10 meia
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: livre
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