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Pesquisadores investigam diminuição populacional de ave que batiza praça no ES

Pesquisadores investigam diminuição populacional de ave que batiza praça no ES

Estima-se que a população dessas aves tenha diminuído quase 40% nos últimos 50 anos; pesquisadores do Projeto Andorinha-Azul buscam entender as causas

Publicado em 25 de janeiro de 2024 às 15:12

Ícone - Tempo de Leitura 2min de leitura
Mariana Lopes
Repórter / [email protected]

Quem é morador de Linhares, no Norte do Espírito Santo, deve se lembrar que por muitos anos a Praça Nestor Gomes, localizada no Centro da cidade, já foi conhecida como "Praça das Andorinhas". Isso porque o local era muito frequentado pelas andorinhas-azuis, uma ave migratória que voa para o Brasil durante a primavera e o verão. 

Atualmente, a espécie apresenta diminuição. Estima-se que a população de andorinhas-azuis tenha diminuído 37% nos últimos 50 anos. As poucas aves que ainda resistem, podem ser vistas em um ponto localizado às margens da BR 101, em Linhares.

É justamente nesse ponto que cientistas do Projeto Andorinha-Azul, uma iniciativa desenvolvida entre pesquisadores do Instituto Butantan, de São Paulo, e do Instituto Marcos Daniel, do Espírito Santo, em parceria com instituições estadunidenses, se reúnem para estudar o comportamento dessas aves. 

Pesquisadores investigam diminuição da população de andorinhas-azuis em Linhares
Pesquisadores do Projeto Andorinha-Azul fazem a captura, identificação, medição e coleta de amostras das aves . (Celio Ferreira)

Para isso, os pesquisadores precisam chegar cedo ao local, onde montam uma rede suspensa a nove metros de altura. Com ela pronta, eles aguardam o momento da revoada, que começa logo ao amanhecer. 

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A gente usa um método chamado de 'rede bandeira', que é colocar as hastes e suspender essa rede de neblina. Quando as andorinhas vão sair do dormitório ou quando elas chegam para dormir, a gente torce para que algumas caiam nas nossas redes

Fábio Schunck
Ornitólogo
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O objetivo da captura é a identificação, medição e coleta de amostras das andorinhas-azuis. Com os estudos, os pesquisadores também buscam entender as causas da diminuição dessas aves. Segundo a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Clarissa de Oliveira Santos, entre as principais hipóteses para essa diminuição está o desmatamento, a contaminação por substâncias tóxicas e a ação humana.

"Nós temos três hipóteses: a diminuição do hábitat natural, principalmente devido ao desmatamento; a contaminação por substâncias tóxicas liberadas no ambiente. Temos, inclusive, um estudo que avaliou a concentração de mercúrio nessas aves; ainda existe a intolerância humana, pois muitas pessoas ficam incomodadas com o barulho que elas fazem, com a sujeira... então temos feito trabalhos de conscientização", explicou a pesquisadora. 

Após a coleta das amostras das andorinhas-azuis, as aves são soltas e retornam para a natureza. 

Com informações do repórter André Afonso, da TV Gazeta Norte

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