A escola tem um poder transformador na vida de qualquer pessoa. O que se aprende em sala de aula, vai ser levado para a vida toda. A escola Municipal Maria das Graças Felippe, localizada, em São Joaquim, no interior de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, há dois anos, resolveu ensinar de forma prática a importância de cuidar do meio ambiente.
Tudo começou quando a professora Silvia Moreira chegou para dar aula na unidade. Logo de cara, viu a oportunidade de pôr em prática o que aprendeu desde pequena: preservar e cuidar do meio ambiente. Fez isso, na área externa da escola, que estava desativada e servia como depósito de material sem uso.
Quando cheguei na escola, vi que tinha que tornar o ambiente mais agradável. Fiz uma análise crítica em relação ao espaço, levei a proposta à pedagoga e depois para minha turma. Montei o projeto e em paralelo fomos para a prática, contou a professora. Neste primeiro momento, foi apenas a turma dela.
Após ser feita a limpeza do local, os alunos começaram a ocupar o espaço com plantas e hortaliças. Os materiais utilizados no processo foram todos de reaproveitamento, como caixas de leite, pneus e potes. Tudo que fomos fazendo era associado com alguma disciplina, para unir os o aprendizado com as matérias de sala de aula, conta a professora.
Alguns meses depois do pontapé inicial, o que começou na sala da professora Sílvia, foi ganhando espaço em outras salas de aula.Convidamos outros professores a abraçarem o projeto e, então, a aceitação foi boa. Além dos alunos, envolvemos também a família e a comunidade, disse a pedagoga Simone.
Ao longo do ano passado, o projeto desenvolveu e cresceu. Mas com a chegada da pandemia, logo nos primeiros meses do ano letivo,os professores tiveram que adaptar a ideia, para fora da sala de aula. Na pandemia, a gente achou que iria ficar distante das crianças, mas conseguimos transferir o projeto pra dentro de casa. Criamos grupos em redes sociais, e, demos continuidade ao trabalho, explicou a diretora da escola, Indrid Madeira.
Além dos Muros
Como a escola parou de forma presencial, o jeito foi fazer com que as sementes do projeto chegassem às casas dos alunos. Um desses alunos, é a Ana Clara Gomes, 10 anos, ela adotou a ideia e junto com o pai, montou no quintal de casa uma horta.
A gente tem couve, tomate, cebolinha e vamos plantar mais coisas! A couve que a gente tem em casa, é daqui, tudo daqui, disse a estudante. Ela é quem cuida praticamente sozinha da horta, e faz o que aprendeu na escola. Aprendemos que com poucas coisas, conseguimos construir nossa própria horta, disse.
Mas a Ana Clara, não é a única aluna da escola, que levou pra dentro de casa o projeto. Ao todo são 144 estudantes da escola que de algum modo, fazem a mesma coisa. A gente consegue saber que a criança continua aprendendo de longe. Sempre trocamos mensagens com os pais e eles dizem que o filho está comendo o que plantou,conta a diretora.
Ao ver o projeto continuar crescendo, a professora entende que pode proporcionar algo muito maior aos alunos, conhecimento que vai ficar pra vida toda. O sentimento é assim, de fazer algo diferente, não só ocupar espaço no mundo, mas que essa nova forma, continue se perpetuando por várias gerações, o mundo precisa de transformar dessa forma e fazer esse elo de ligação com o meio ambiente, finaliza Silvia.
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