Em tempos de debate sobre a democratização do acesso ao cinema, levar exibição de filmes para espaços públicos e ao ar livre, nos quais as pessoas possam livremente chegar e assistir, sem custos e sem burocracias, é essencial.
Em 26 anos de trajetória, um projeto como o Festival de Cinema de Vitória Itinerante já ocupou diversos espaços no Espírito Santo. O cinema foi à praia, ao interior e às montanhas. Já esteve em praças, praias, ruas, e levou entretenimento à milhares de pessoas.
Apenas 12 dos 78 municípios capixabas têm salas de cinema. Diante dessa realidade, o Festival de Cinema de Vitória Itinerante circulou em suas rotas por muitas cidades que não possuem salas de cinema. A oportunidade de oferecer à população o contato com a sétima arte é transformadora. Não apenas para quem pode ver a grande tela pela primeira vez.
Todos os anos recebemos depoimentos de pessoas, crianças e idosos que tiveram ali seu primeiro contato com o universo cinematográfico. E não tem como valorar essa experiência. Mas também para quem produz audiovisual. Alcançar novos públicos e receber o retorno dessas pessoas é sempre um grande aprendizado, bem como incentivo para a continuidade do projeto.
As rotas passam também por cidades que possuem salas de cinema, mas que muitas vezes não configuram espaços acessíveis a toda a população. Recentes levantamentos afirmam que, apesar do crescimento do número de salas de cinema, em termos de expectadores, não houve aumento.
ALTO CUSTO AINDA É BARREIRA
Pessoas entrevistadas afirmam que os altos custos são o principal fator pelo qual o cinema ainda não é a opção de lazer mais usufruída por elas. A importância de projetos que oferecem gratuidade em suas sessões está justamente no acesso e democratização do cinema, como ferramenta cultural.
A história do cinema no Espírito Santo se iniciou de forma itinerante, com exibições em parques e circos, antes da primeira apresentação no Teatro Melpômene, em 1901, considerada a oficial por historiadores.
Quando falamos das terras capixabas, há ainda a integração da experiência cinematográfica com as nossas belíssimas paisagens naturais. Poucos lugares têm, em distâncias tão curtas, essa variedade de belezas.
Fazer o cinema ao ar livre é também uma maneira de ressignificar os espaços, despertando o interesse do público em paisagens cotidianas. Despertar o olhar do público para suas próprias cidades, inserindo o cinema como um novo elemento, é contribuir para a formação da memória desses lugares e moradores.
Este vídeo pode te interessar
Contar histórias e cantar aldeias é a forma mais antiga de transmitir conhecimento, e é o que fazemos até hoje, agora com o suporte tecnológico de uma grande tela, em qualquer lugar que se possa sonhar.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.