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Troca de farpas entre líderes do G7 marca isolamento de Trump

Troca de farpas entre líderes do G7 marca isolamento de Trump

Presidente americano disse que espera resolver disputas comerciais na cúpula do grupo no Canadá

Publicado em 8 de junho de 2018 às 12:41

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O presidente dos Estados Unidos Donald Trump. (Gage Skidmore | Flickr)

Os países do G7 — Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Alemanha e Japão — começam uma reunião de cúpula nesta sexta-feira em La Malbaie, no Canadá. A noite anterior ao início do evento foi marcada por uma troca de repreensões entre os líderes devido principalmente às medidas tarifárias protecionistas anunciadas pelos EUA, que ameaçam instalar uma guerra comercial internacional. Diante das críticas lançadas a Donald Trump, o encontro começa com indícios do isolamento do presidente americano.

Espera-se que Trump seja o último a chegar e o primeiro a sair da cúpula, devido à iminência da tão esperada cúpula entre Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un, na próxima terça-feira em Cingapura. O presidente americano impôs uma série de taxas sobre matérias-primas importantes, como alumínio e aço, o que desencadeou condenação de parceiros comerciais.

Além disso, outro tema que pode despertar atritos entre os líderes é a ameaça de sanções dos EUA contra empresas europeias que mantêm comércio com o Irã, após Trump decidir abandonar o acordo nuclear com o país do Oriente Médio. Desde então, várias companhias já anunciaram que vão sair do país.

DE G7 A G6

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o premier canadense, Justin Trudeau, foram os primeiros a lançar críticas às medidas de Trump. Macron disse à imprensa que a Europa não vai se render humildemente ao presidente americano, e sugeriu que o G7 — que representa mais de 60% da riqueza líquida global hoje — poderia funcionar como um grupo de seis países.

"Talvez o presidente americano não se importe de ficar isolado hoje. Não nos importamos de sermos seis, se necessário", alfinetou Macron no Twitter. "Pois esses seis representam valores, um mercado econômico e, mais do que tudo, representam uma força real a nível internacional hoje".

Já o anfitrião Trudeau se mostrou ainda mais desafiador, destacando sobretudo a estagnação das negociações sobre o Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), formado por EUA, Canadá e México. O premier canadense considerou "cômico" o viés protecionista de Trump para decidir aumentar as tarifas sobre aço e alumínio.

— Vamos defender nossas indústrias e trabalhadores — sustentou Trudeau em entrevista coletiva com Trudeau na quinta-feira. — Vamos mostrar ao presidente americano que suas ações inaceitáveis estão ferindo seus próprios cidadãos.

TRUMP AMENIZA O TOM

Trump decidiu amenizar o tom, indicando que pretende aparar as arestas com os aliados. Nesta sexta-feira, ele disse no Twitter que espera resolver disputas comerciais durante a cúpula do G7.

"Espero alinhar os acordos comerciais injustos com os países do G7. Se isso não acontecer, saímos ainda melhor", disse o republicano na rede social.

Na noite anterior, Trump havia disparado contra os dois líderes. Ele chegou a dizer que Trudeau "está sendo muito indigno", sem levar em consideração a taxa de 300% que cobram dos EUA sobre laticínios, "prejudicano nossos fazendeiros, matando nossa agricultura".

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"Por favor, digam ao primeiro-ministro Trudeau e ao presidente Macron que eles estão culpando as altas tarifas americanas e criando barreiras não-monetárias. O supervátir comercial entre UE e EUA é de US$ 151 bilhões, e o Canadá mantém nossos fazendeiros e outros de fora. Espero vê-los amanhã", provocou Trump.

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