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Terremoto mais forte em Taiwan em 25 anos deixa ao menos 9 mortos

Terremoto mais forte em Taiwan em 25 anos deixa ao menos 9 mortos

Tremor de magnitude 7,5 tombou prédios e causou deslizamentos de terra na ilha; há ainda pessoas desaparecidas sob escombros

Publicado em 3 de abril de 2024 às 09:56- Atualizado há um mês

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Equipes de resgate trabalham perto de um prédio inclinado após o terremoto que atingiu Hualien, no leste de Taiwan
Equipes de resgate trabalham perto de um prédio inclinado após o terremoto que atingiu Hualien, no leste de Taiwan. (JOHNSON LAI/AP)

O maior terremoto a atingir Taiwan em 25 anos deixou pelo menos nove mortos e 946 feridos na manhã desta quarta-feira (3), segundo autoridades locais. Há ainda 50 pessoas desaparecidas sob os escombros deixados pelo tremor, que tombou prédios e causou enormes deslizamentos de terra na ilha. 

O sismo começou pouco antes das 8h locais (21h de terça no Brasil) e ficou acima dos 7 graus na escala Richter – segundo o Centro Geológico dos Estados Unidos, a magnitude foi de 7,4 graus, enquanto a Agência Meteorológica de Taiwan calculou um fenômeno de 7,2 graus, e a Agência Meteorológica do Japão divulgou o número de 7,5.

O último terremoto a fazer tantos danos nesse território considerado uma península rebelde pela China aconteceu em setembro de 1999, quando um tremor de 7,6 graus de magnitude matou quase 2.400 pessoas.

O local mais afetado pelo tremor desta quarta (3) foi a cidade taiwanesa de Hualien, a mais próxima do epicentro e onde aconteceram todas as mortes. Relatos colhidos pela agência de notícias Reuters apontam que parte de Taipé, a capital, ficou sem energia elétrica.

O evento geológico deixou a região em alerta – o sismo gerou um aviso de tsunami na costa leste da Ásia que foi suspenso horas depois. Na China continental, o terremoto foi sentido em várias regiões, inclusive Xangai, mas a província mais afetada foi Fujian, a mais próxima de Taiwan, com relatos sobretudo das cidades de Xiamen e Fuzhou.

Registros compartilhados nas redes sociais mostram edifícios tombados, com as fachadas completamente encobertas por escombros, e pontes instáveis devido aos tremores.

Em um deles, é possível ouvir uma pessoa gritando ao ver uma nuvem de terra em um morro causado por um deslizamento. Em outro, o que aparenta ser um estúdio de filmagem de um jornal televisivo tem seu equipamento de vídeo chacoalhado durante a transmissão de um programa ao vivo. As imagens não puderam ser verificadas de forma independente.

As informações do Gdacs apontam que o primeiro terremoto ocorreu a uma profundidade de 11,4 km. Geralmente, quanto mais próximos da superfície, mais intensos são os tremores. O segundo foi registrado a 11,8 km.

Na avaliação da agência, ambos os sismos configuram um "alerta laranja", o que significa que existe uma probabilidade considerável de danos e que medidas preventivas e de preparação devem ser tomadas imediatamente pelas autoridades e populações locais. O órgão também estima que ao menos 260 mil pessoas estão expostas aos riscos imediatos do tremor.

Na Escala de Intensidade Macrossísmica (MMI, na sigla em inglês) utilizada pelo Gdacs, os dois terremotos com epicentro em Taiwan estão na categoria 7. Essa unidade avalia os efeitos de um tremor na superfície terrestre com base em fatores como danos estruturais, percepção humana e impacto geral.

Não há um limite definido para a MMI, mas geralmente os terremotos mais fortes chegam no máximo à categoria 9.

A região que compreende Japão, China e Taiwan é frequentemente chamada de Círculo de Fogo do Pacífico, uma área conhecida por sua alta atividade sísmica. Esta zona é caracterizada pela movimentação constante das placas tectônicas, onde várias delas convergem, divergem ou deslizam uma sobre a outra.

Esses movimentos tectônicos frequentes resultam na formação de cadeias de montanhas, vulcões ativos e, consequentemente, em alta incidência de terremotos. O Japão, em particular, está localizado na junção de quatro placas tectônicas, tornando o país especialmente vulnerável a terremotos. Além disso, as áreas costeiras do leste asiático também enfrentam o risco adicional de tsunamis desencadeados por terremotos submarinos, o que amplia ainda mais os desafios sísmicos enfrentados por essa região.

O Japão, em particular, foi atingido por um tsunami histórico em 11 de março de 2011, o deixou uma marca indelével na memória do país. O desastre foi desencadeado por um poderoso terremoto de magnitude 9 na costa nordeste, desencadeando ondas gigantes que causaram devastação generalizada.

O episódio deixou mais de 15 mil mortos, além de milhares de desaparecidos e feridos, e destruiu comunidades inteiras, desencadeando ainda uma crise nuclear em Fukushima.

Errata Atualização
3 de abril de 2024 às 10:43

Esta reportagem foi atualizada com informações sobre o número de mortos e feridos pelo terremoto.

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