Publicado em 26 de dezembro de 2025 às 15:44
Com a prisão do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques em Assunção, no Paraguai, nesta sexta-feira (26/12), cresce a lista de bolsonaristas condenados que fugiram do país, tentando evitar o cumprimento de suas penas.>
Vasques estava proibido de deixar o Brasil e fazia uso de tornozeleira eletrônica, que foi rompida.>
Ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 16 de dezembro, por tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.>
Segundo o STF, Vasques ordenou a operação da PRF que dificultou o fluxo de eleitores em locais de base eleitoral lulista, principalmente no Nordeste, no segundo turno da eleição de 2022.>
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Os prazos para embargos após a condenação ainda não foram esgotados, por isso a pena de 24 anos e seis meses de prisão em regime inicial fechado ainda não havia começado a ser cumprida.>
Antes de Silvinei Vasques, também deixaram o Brasil os seguintes bolsonaristas, já condenados pela Justiça:>
Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 16 anos, um mês e 14 dias de prisão em regime inicial fechado por crimes ligados à tentativa de golpe de Estado, o ex-deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) deixou o Brasil em setembro.>
Segundo o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, Ramagem saiu do país de forma clandestina, pela fronteira com a Guiana, e usou passaporte diplomático para entrar nos Estados Unidos, para onde fugiu.>
Ele teria viajado de avião para Boa Vista, em Roraima, de onde partiu de carro, em uma viagem clandestina em direção à fronteira.>
Em novembro, o ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva do parlamentar e que a Câmara cassasse seu mandato, o que ocorreu em 18 de dezembro.>
Em 15 de dezembro, Moraes pediu aos EUA a extradição do deputado cassado, que também teve seu passaporte diplomático cancelado pela Câmara dos Deputados.>
Ramagem foi um dos oito réus condenados em setembro pela Primeira Turma do STF pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.>
De acordo com a PGR, ele teria usado a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da qual era diretor, em favor dos planos golpistas — comandando uma "Abin paralela" que monitoraria adversários e críticos do governo Bolsonaro, além de produzir informações falsas e ataques virtuais.>
Além disso, Ramagem teria fornecido a Jair Bolsonaro material para apoiar o ataque às urnas eletrônicas e a intervenção das Forças Armadas.>
A ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil em junho rumo à Itália, após ser condenada pelo STF em maio a dez anos de prisão em regime inicial fechado e à perda do mandato, por conta da invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).>
Zambelli foi acusada pela PGR de planejar e coordenar, com o auxílio do hacker Walter Delgatti, uma invasão ao sistema do CNJ no início de 2023.>
Segundo a denúncia, o objetivo da deputada era incluir alvarás de soltura falsos e um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes.>
Delgatti, que confessou o ataque, foi condenado a oito anos e três meses de prisão. Ele afirma ter feito a invasão a mando da deputada.>
Após a fuga do país, Zambelli foi presa em 29 de julho na Itália, pela polícia italiana. Desde então, a ex-deputada está na prisão Germana Stefanini, conhecida como prisão feminina de Rebibbia, em Roma.>
Em 14 de dezembro, Zambelli renunciou a seu mandato de deputada, sendo substituída pelo suplente Adilson Barroso (PL-SP).>
A renúncia ocorreu dois dias após a Primeira Turma do STF confirmar decisão de Moraes de anular votação da Câmara que rejeitou a cassação de Zambelli.>
Em 18 de dezembro, a Corte de Apelação em Roma adiou por uma terceira vez sua decisão sobre a extradição de Zambelli para o Brasil. Agora, uma nova decisão é esperada para 20 de janeiro.>
Condenado em julho de 2022 a um ano, sete meses e um dia de detenção em regime inicial aberto por calúnia, difamação e injúria, o blogueiro Allan dos Santos deixou o Brasil muito antes disso, em julho de 2020.>
À época de sua partida, Santos era alvo de dois inquéritos no STF e já havia sido alvo de operações da Polícia Federal.>
Um dos inquéritos apura ameaças a ministros do tribunal e disseminação de conteúdo falso na internet, as chamadas fake news. O outro apura o financiamento de atos antidemocráticos. Nos dois casos, Allan dos Santos nega envolvimento em irregularidades.>
Santos é considerado foragido da Justiça brasileira e vive atualmente nos Estados Unidos.>
O blogueiro teve a prisão preventiva decretada por Moraes em 5 de outubro de 2021, no âmbito do inquérito das milícias digitais.>
No ano seguinte, ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça (STJ) do Rio Grande do Sul após falas contra a cineasta Estella Renner em 2017, durante a exposição "Queermuseu".>
Em um vídeo no canal "Terça Livre", Santos fazia comentários sobre a exposição realizada em Porto Alegre pelo Santander Cultural quando disse que a cineasta queria "botar maconha na boca dos jovens". Em novembro deste ano, o STJ decidiu pela manutenção da condenação.>
Antes disso, em julho, o STF determinou que Santos pague multa de R$ 7,3 milhões por sucessivos descumprimentos de sua proibição de uso das redes sociais.>
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