Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 06:44
O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um perdão total e incondicional para Ross Ulbricht, que operava o Silk Road, um mercado da dark web onde drogas ilegais eram vendidas.>
Ulbricht foi condenado à prisão perpétua em 2015 em Nova York por lavagem de dinheiro e venda de narcóticos.>
Trump postou na plataforma Truth Social que ligou para a mãe de Ulbricht para informá-la de que havia concedido perdão ao filho dela.>
O Silk Road — que pode ser traduzido para português como "Rota da Seda" — foi fechado em 2013 depois que a polícia prendeu Ulbricht. >
>
A investigação mostrou que a plataforma vendia drogas ilegais usando bitcoin como moeda, além de oferecer equipamentos para hackear sistemas e passaportes roubados.>
"A escória que trabalhou para condená-lo reunia alguns dos mesmos lunáticos que estavam envolvidos na moderna armamentização do governo contra mim", disse Trump em sua postagem online na terça-feira (21/1). >
"Ele recebeu duas sentenças de prisão perpétua, de mais 40 anos. Ridículo!", complementou Trump.>
Ulbricht foi considerado culpado de acusações que incluem conspiração para cometer tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e invasão de computadores.>
Durante o julgamento, os promotores disseram que o site de Ulbricht, hospedado na chamada dark web, vendeu mais de US$ 200 milhões (R$ 1,2 bi, na cotação atual) em drogas de forma anônima.>
Ele comandava a Silk Road sob o pseudônimo Dread Pirate Roberts, uma referência a um personagem do filme Uma Princesa Prometida, de 1987.>
Os promotores disseram que ele também encomendou seis assassinatos, incluindo uma tentativa de matar um ex-funcionário do Silk Road — embora os investigadores tenham ponderado que não havia evidências de que esses crimes foram realmente consumados.>
O Silk Road recebeu esse nome inspirado nas rotas comerciais históricas que abrangem a Europa, a Ásia e partes da África.>
O site alcançou notoriedade por meio de reportagens na mídia e conversas online. >
Mas os usuários só podiam acessar o site pelo Tor, um sistema que permite que as pessoas usem a web sem revelar quem são ou em que país se encontram.>
Documentos judiciais do FBI apontam que o site tinha pouco menos de um milhão de usuários registrados, mas os investigadores admitiram que não sabiam quantos estavam ativos.>
Ao condenar Ulbricht, que tem dois diplomas universitários, a juíza distrital Katherine Forrest disse que ele "não era melhor do que qualquer outro traficante de drogas".>
Ela disse que o site havia sido um "trabalho de vida cuidadosamente planejado" de Ulbricht.>
A juíza observou que a longa sentença também servia como uma mensagem a possíveis imitadores, para eles entenderem que uma ação dessas levaria a "consequências muito sérias".>
"Eu queria capacitar as pessoas a fazer escolhas em suas vidas e ter privacidade e anonimato", declarou Ulbricht quando a sentença foi anunciada em maio de 2015.>
Ulbricht expressou remorso e implorou para não receber uma sentença de prisão perpétua.>
"Sei que você deve retirar minha liberdade durante meus anos de meia-idade", ele escreveu, "mas, por favor, me deixe a minha velhice".>
Antes que a sentença fosse anunciada, Ulbricht disse à juíza que ele não se considerava uma pessoa gananciosa.>
"Eu essencialmente arruinei minha vida e parti os corações de todos os membros da minha família e de meus amigos mais próximos", ele disse. >
"Não sou uma pessoa sociopata egocêntrica que estava tentando expressar alguma maldade interior. Eu amo a liberdade. Foi devastador perdê-la.''>
Trump deu a entender anteriormente que planejava alterar a sentença de Ulbricht durante um discurso no ano passado, realizado durante a Convenção Nacional Libertária.>
O Partido Libertário defendia a libertação de Ulbricht e acreditava que esse caso exemplificava os exageros do governo.>
O congressista republicano Thomas Massie, um aliado de Trump, aplaudiu a decisão do presidente.>
"Obrigado por manter sua palavra para mim e para os outros que têm defendido a liberdade de Ross", comemorou o representante de Kentucky.>
Como mencionado anteriormente, o site alcançou notoriedade por meio de reportagens na mídia e conversas na internet — mas os usuários só podiam acessar o site por meio do sistema Tor.>
O Tor, por sua vez, foi criado pelo governo dos EUA para fornecer anonimato na internet, mas agora é frequentemente usado para mascarar transações ilegais.>
Drogas ilegais, como heroína, cocaína e LSD, podiam ser compradas no Silk Road.>
O pagamento era feito com a moeda virtual bitcoin, que também é difícil de rastrear. >
A plataforma da dark web também oferecia outros produtos, como equipamentos para hackear sistemas e passaportes roubados.>
Os promotores que participaram do caso disseram que seis pessoas que morreram de overdose compraram drogas pelo site — e que tais acordos não rastreáveis renderam a Ulbricht pelo menos US$ 18 milhões (R$ 108 milhões).>
Nos meses que antecederam a prisão de Ulbricht em uma biblioteca pública na cidade de São Francisco em 2013, investigadores empreenderam um processo meticuloso para juntar os rastros digitais dele.>
A busca começou com o trabalho do "Agente-1", que navegou por páginas na internet que datavam de janeiro de 2011.>
Ele encontrou uma postagem intitulada Mercado anônimo online?, na qual um usuário apelidado de Altoid começou a divulgar o Silk Road.>
Registros descobriram que o blog havia sido criado por um usuário anônimo que havia escondido sua localização. >
Mas o usuário Altoid também deu as caras em um site de discussão sobre moeda virtual, chamado bitcointalk.org.>
Meses depois, em outubro, Altoid apareceu novamente — mas cometeu um deslize. >
Em uma publicação em que buscava um especialista em Tecnologia da Informação (TI) com conhecimento sobre bitcoin, ele pediu que as pessoas o contatassem pelo e-mail [email protected].>
>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta