Publicado em 9 de novembro de 2025 às 08:00
O governo do Reino Unido tem sofrido críticas e pressão para se explicar após diversos casos de detentos libertados por engano das prisões do país virem à tona.>
Os casos mais recentes envolvem as buscas por quatro prisioneiros, soltos equivocadamente em 2024 e 2025. Outros detentos também foram liberados em episódios semelhantes nos últimos meses, mas já estão sob custódia. >
Ao todo, 262 prisioneiros foram libertados por engano na Inglaterra e no País de Gales entre março de 2024 e março de 2025. Esse total representa um aumento de 128% em relação aos 115 casos registrados nos 12 meses anteriores.>
Segundo informações da BBC, dois prisioneiros libertados no ano passado ainda estão foragidos. Outros dois, que foram libertados por engano em junho de 2025, também continuam desaparecidos.>
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Os detalhes sobre os quatro prisioneiros libertados por engano estão surgindo à medida que cresce a pressão sobre o governo.>
Outros dois homens, que foram libertados, por engano da Penitenciária de Wandsworth, em Londres, estão agora sob custódia novamente após intensas buscas policiais durante a última semana.>
O criminoso sexual argelino Brahim Kaddour-Cherif foi preso nesta sexta-feira (7/11), enquanto o britânico William Smith se entregou na quinta-feira (6).>
Kaddour-Cherif havia sido solto em 29 de outubro. Após ser visto por um cidadão na área de Finsbury Park, no norte de Londres, foi capturado pela polícia. >
Ele foi condenado por atentado ao pudor em novembro de 2024 e recebeu uma pena de 18 meses de prisão. O argelino também foi incluído no registro de agressores sexuais do país por cinco anos.>
Entende-se que Kaddour-Cherif permaneceu no Reino Unido após o vencimento de seu visto de turista, em 2019, e estava nos estágios iniciais do processo de deportação.>
Já William Smith foi libertado na segunda-feira (3/11), após ter sido condenado à prisão no mesmo dia. Ele recebeu uma sentença de 45 meses de prisão por múltiplos crimes de fraude.>
Um caso ocorrido no final de outubro também ganhou muito destaque, depois que um criminoso sexual que havia emigrado da Etiópia foi solto após outro erro. >
Hadush Kebatu, que chegou ao Reino Unido em um pequeno barco e foi preso por agredir sexualmente uma menina de 14 anos e uma mulher enquanto vivia em um hotel para refugiados, foi libertado por engano da prisão de Chelmsford em Essex. Ele foi posteriormente recapturado e deportado.>
Um porta-voz do Ministério da Justiça disse à BBC: "A grande maioria dos criminosos libertados por engano são rapidamente trazidos de volta à prisão, e faremos tudo o que pudermos para trabalhar com a polícia para capturar os poucos que ainda estão na comunidade.">
O secretário de Justiça, David Lammy, havia prometido os "controles mais rigorosos de sempre" para evitar novos erros após a libertação acidental de Hadush Kebatu no mês passado.>
Anteriormente, o secretário de Justiça da oposição, Robert Jenrick, havia dito que os prisioneiros desaparecidos revelavam "a incompetência deste governo". >
"Não se deve deixar para os repórteres a tarefa de descobrir os fatos. [O secretário de Justiça] David Lammy precisa esclarecer quantos prisioneiros foram libertados acidentalmente e quantos ainda estão foragidos", disse. >
A porta-voz dos Liberais Democratas, Jess Brown-Fuller, disse que "todos os recursos" devem ser empregados na busca pelos prisioneiros, descrevendo a situação como "uma vergonha e uma completa bagunça".>
Durante a semana, o primeiro-ministro Keir Starmer afirmou estar "furioso e frustrado" com os casos. >
Falando publicamente sobre as libertações pela primeira vez, o premiê trabalhista atribuiu a sobrecarga do sistema prisional a "falhas" do governo conservador anterior, mas acrescentou: "Reconheço que é nossa responsabilidade intervir e resolver isso".>
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