O milionário chinês Justin Sun pagou US$ 6,2 milhões (cerca de R$ 37 milhões) por uma obra de arte que incluía uma banana — e decidiu comê-la.
Empresário conhecido pela atuação na área de criptomoeda, Sun adquiriu em leilão a instalação Comedian, do italiano Maurizio Cattelan, que consiste em uma banana colada na parede.
Ele comeu a fruta durante coletiva de imprensa em Hong Kong e aproveitou a ocasião para traçar paralelos entre a obra de arte e as criptomoedas.
Como parte do trabalho de Cattelan, uma banana nova deve ser utilizada antes de ser apresentada em exposições. Com a aquisição, a Sun comprou o direito de exibir a instalação junto com um guia de como substituir a fruta.
Na verdade, a banana da obra Comedian já havia sido comida duas vezes: primeiro por um artista performático em 2019 e depois por um estudante sul-coreano em 2023. Nenhum deles pagou para fazer isso.
“Comê-la em uma coletiva de imprensa também pode se tornar parte da história da obra de arte”, disse Sun. “É muito melhor do que outras bananas.”
O empresário, de 34 anos, disse que ficou intrigado com a obra e admitiu que se fazia “perguntas bobas” como se a banana iria apodrecer.
O New York Times noticiou que a fruta foi comprada por 35 centavos no dia do leilão realizado na semana passada em Nova York antes de se tornar possivelmente uma das frutas mais caras do mundo.
Na apresentação da sexta-feira (29/11), cada participante recebeu como lembrancinha uma banana e um rolo de fita adesiva.
“Todo mundo tem uma banana para comer”, disse Sun.
O empresário administra o Tron, um serviço online onde os usuários podem negociar criptomoedas.
Ele disse que investiu US$ 30 milhões em um projeto de criptomoeda apoiado pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
Em 2023, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA acusou o empresário de oferecer e vender tokens de títulos não registrados. Sun negou as acusações, mas o caso permanece aberto.
O artista italiano Maurizio Cattelan disse em entrevista publicada na sexta-feira que a obra era uma “provocação” e um convite à apreciação do verdadeiro valor da arte.
“É uma provocação que nos convida a refletir sobre o valor da arte e a dinâmica deste mercado, levando-nos a questionar o que esta obra diz sobre nós como espectadores”, disse Cattelan ao jornal italiano La Repubblica.
“Foi o mercado que decidiu levar tão a sério uma banana presa na parede. Se o sistema é tão frágil a ponto de escorregar numa casca de banana, talvez já estivesse escorregando”, acrescentou Cattelan.
O artista, de 64 anos, é conhecido por suas instalações e esculturas hiperrealistas, que incluem um cavalo falso pendurado no teto, o falecido Papa João Paulo 2º atingido por um meteorito e uma mão de mármore com o dedo médio levantado na frente da Bolsa de Valores de Milão.
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