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O ex-Super-Homem que vai virar agente para deportar imigrantes nos EUA

O ex-Super-Homem que vai virar agente para deportar imigrantes nos EUA

Dean Cain, que foi o Super-Homem em série de TV, anunciou que se juntará ao ICE, em meio à campanha dos EUA para recrutar novos funcionários no serviço de imigração

Publicado em 7 de agosto de 2025 às 16:25

Imagem BBC Brasil
Dean Cain atuou na série Crédito: Timothy White/Disney General Entertainment Content via Getty Images

O ex-intérprete do Super-Homem, o ator Dean Cain, anunciou que está planejando se juntar ao Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês). O órgão está por trás do esquema de deportações intensificado pela administração de Donald Trump.

Em uma entrevista na quarta-feira (6/8), Cain, que já é um oficial de segurança empossado, disse: "Serei empossado como agente do ICE o mais rápido possível".

A declaração veio após ele divulgar um vídeo incentivando o público a se juntar ao serviço de imigração, como parte de uma campanha de recrutamento promovida pelo ICE.

Cain interpretou o papel do Super-Homem entre 1993 e 1997 na série de TV Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman.

O ator continuou atuando em diversos outros filmes e séries de TV, além de também ter trabalhado como diretor.

Recrutamento do ICE

No final de julho, o ICE anunciou que pretende recrutar mais 10 mil novos profissionais, dobrando o número de funcionários da agência à medida que intensifica as deportações em todo o país.

O ICE está especialmente interessado em contratar oficiais de deportação, além de advogados, investigadores criminais, avaliadores de vistos estudantis e outros cargos.

Falando à Fox News na quarta-feira, Cain disse: "Divulguei um vídeo de recrutamento ontem — na verdade, sou um delegado adjunto empossado e um policial da reserva — não fiz parte do ICE, mas assim que publiquei isso e vocês mencionaram um trechinho no programa, a coisa explodiu."

"E agora já conversei com alguns oficiais do ICE e serei empossado como agente do ICE o mais rápido possível."

Imagem BBC Brasil
Cain disse que quer "proteger" os EUA Crédito: Getty Images

"As pessoas precisam se posicionar. Eu estou me posicionando. Espero que vários outros ex-agentes também se posicionem, e que a gente atinja essas metas de recrutamento imediatamente e ajude a proteger este país", acrescentou Cain.

A BBC News entrou em contato com o Departamento de Segurança Interna (DHS) dos EUA para comentar o assunto, mas não teve resposta.

O presidente Donald Trump prometeu aumentar o ritmo das deportações no país para um milhão por ano.

Como parte desse esforço, houve um aumento nas operações de imigração desde que Trump assumiu a presidência.

Essas ações provocaram protestos em várias cidades dos EUA, com críticos alegando que as batidas são ilegais.

Em 29 de julho, o ICE anunciou que estava oferecendo bônus de recrutamento de até 50 mil dólares (cerca de R$ 274 mil) e ajuda com empréstimos estudantis para americanos interessados em participar do programa de deportações do governo Trump.

Como parte da campanha de recrutamento, o DHS divulgou cartazes semelhantes aos usados durante a Segunda Guerra Mundial, com frases como "A América precisa de você" e "Defenda a Pátria", acompanhadas de imagens do Tio Sam, do presidente Donald Trump, da secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, e de outros oficiais.

Até quarta-feira, a agência informou que havia recebido mais de 80 mil candidaturas para as 10 mil vagas disponíveis. Falando à Fox News, Noem afirmou que os limites de idade para os candidatos foram removidos.

O ICE conta atualmente com 20 mil agentes e pessoal de apoio, distribuídos em 400 escritórios pelo país.

A campanha de recrutamento ocorre poucas semanas após Trump sancionar seu amplo projeto de lei de gastos.

O projeto destinou mais de 76 bilhões de dólares (R$ 416 bi) ao ICE — quase 10 vezes mais do que a agência vinha recebendo anteriormente — tornando-o o órgão federal de segurança pública com o maior orçamento dos Estados Unidos.

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