O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou na tarde desta terça-feira em Washington, onde cumpre visita oficial, que o excesso de interferência do Judiciário na política está atrapalhando o país. Sem entrar no mérito da questão se a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) merece ser ministra do Trabalho, Maia disse que um juiz de primeira instância não pode limitar o poder do presidente do país.
Acho que isso está desorganizando o Brasil. Esse protagonismo excessivo do Judiciário não é bom para o Brasil. Daqui a pouco, a sociedade vai achar que o Judiciário pode tudo e vai cobrar deles melhoria na Educação, na Saúde disse ele, que considerou a suspensão da posse da deputada no ministério um episódio grave.
O presidente da Câmara ressaltou que em outros momentos juízes também tentaram limitar a capacidade de Congresso legislar.
No caso da nomeação da ministra, estão bloqueando uma decisão do presidente da República. Independente do que as pessoas acham, se deveria ou não nomear a Cristiane, é um absurdo que a Justiça interfira nisso afirmou o presidente da Câmara.
Questionado se o caso não seria semelhante à decisão do Supremo que impediu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser ministro na fase final do governo de Dilma Rousseff, Maia disse que a situação é diferente. Segundo Maia, o grande questionamento é se o juiz Sergio Moro poderia ou não divulgar aquelas gravações (onde Dilma oferece o cargo a Lula como uma forma de se proteger de um eventual pedido de prisão por causa da Lava-Jato). Para o presidente da Câmara, contudo, depois que as conversas ficaram conhecidas, não havia dúvidas de que a nomeação era um tipo de obstrução de Justiça.
Em seu primeiro dia nos Estados Unidos, Maia desconversou sobre sua candidatura à Presidência, afirmando que no momento a prioridade é a aprovação da reforma da Previdência. Para ele, não está na hora de debater o assunto.
Em entrevista ao GLOBO, Maia disse que se seu nome está sendo cogitado como uma alternativa porque há uma avenida aberta. O DEM vai estimular a pré-campanha de Maia para ver se decola.
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