Publicado em 21 de novembro de 2025 às 14:44
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão preventiva do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado a 16 anos de prisão por golpe de Estado na mesma ação penal que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). >
O parlamentar deixou o Brasil em setembro, no mês em que a ação foi julgada pela Primeira Turma do STF. Ele não voltou desde então. >
Atualmente, Ramagem está em Miami, nos Estados Unidos, conforme mostrou reportagem do Platô BR.>
Segundo informações do G1, Ramagem teria viajado de avião para Boa Vista (RR), de onde partiu de carro, em uma viagem clandestina em direção à fronteira, e seguiu para outro país.>
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O deputado pediu uma licença de 30 dias para tratamento de saúde à Câmara em setembro, e a renovou em 13 de outubro. A licença vale até 12 de dezembro.>
A Câmara dos Deputados informou que não foi comunicada sobre a saída do deputado do Brasil.>
Alexandre Ramagem foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro. >
Antes de entrar na política, era delegado da Polícia Federal. Ficou mais próximo de Bolsonaro quando foi designado para chefiar a equipe de segurança do político após este ser vítima de uma facada durante a campanha eleitoral de 2018.>
Em 2022, ele deixou o cargo da Abin para se candidatar a deputado federal pelo Rio de Janeiro. Ele foi eleito com 59 170 votos. >
Em 2024, ele concorreu à Prefeitura do Rio de Janeiro, mas não teve sucesso nas urnas. >
O parlamentar foi um dos oito réus condenados em setembro pela Primeira Turma do STF pela trama golpista.>
De acordo com a PGR, Ramagem teria usado a estrutura da Abin em favor dos planos golpistas — comandando uma "Abin paralela" que monitoraria adversários e críticos do governo Bolsonaro, além de produzir informações falsas e ataques virtuais.>
Além disso, Ramagem teria fornecido a Jair Bolsonaro material para apoiar o ataque às urnas eletrônicas e a intervenção das Forças Armadas.>
Em suas alegações finais, a defesa do deputado pediu sua absolvição.>
"Alexandre Ramagem não pode ser responsabilizado por cada ato praticado no âmbito da Abin durante sua gestão, com base no simples fato de que era o diretor-geral do órgão, salvo se se admitisse eventual responsabilização por culpa", afirmou a defesa.>
O ex-diretor da Abin foi o único réu no julgamento que foi acusado e condenado por três crimes, e não cinco.>
Por ser deputado federal (PL-RJ), ele não respondeu às acusações de dano contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, ambas ligadas aos ataques de 8 de janeiro.>
Isso porque a Primeira Turma do STF decidiu suspendê-las por conta de sua imunidade parlamentar durante o mandato — já que, segundo a acusação, esses crimes teriam acontecido após Ramagem assumir o cargo.>
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