Publicado em 24 de setembro de 2025 às 17:33
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (24/9) que teve a "satisfação" de encontrar o presidente dos EUA, Donald Trump, na sede a ONU em Nova York.>
"Aquilo que parecia ser impossível aconteceu", disse Lula a jornalistas em coletiva de imprensa um dia após subir ao púlpito da Assembleia Geral da ONU pela décima vez.>
O presidente brasileiro lembrou a frase que Trump disse em seu discurso na terça, de que houve uma "química excelente".>
"Fiquei feliz quando ele disse que pintou uma química boa entre nós.">
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"Acho que relação humana é 80% química, 20% emoção. É muito importante essa relação, torço para que dê certo. O Brasil e EUA são duas maiores democracias do condimentem-te, temos muitos interesses comerciais, industriais, tecnológicos e científicos.">
"Se somos duas maiores economias e países do continente, não há porque Brasil e EUA vivam momento de conflito", completou Lula.>
O brasileiro disse ainda que falou a Trump que os dois têm "muito a conversar".>
No discurso que fez logo após Lula na terça, Trump afirmou que o presidente brasileiro é "um cara legal" e disse que os dois mandatários devem se encontrar na próxima semana, sem especificar como ou onde.>
O presidente Lula declarou que o encontro com Trump pode ser público e, inclusive, presencial.>
Lula falou que está "otimista" com a "possibilidade de o Brasil e EUA fazer uma reunião e acabar o mal-estar na relação que tem hoje.">
Respondendo a jornalistas, Lula disse que, para ele, não há "veto" sobre assuntos que podem ser debatidos entre os dois.>
"Acho que ele está mal informado em relação ao Brasil e isso tem o levado a tomar decisões que não aceitáveis a dois países com relações diplomáticas há mais de 200 anos. Acho que, quando tivermos encontro, tudo será resolvido, Brasil e EUA viverão em harmonia e quimicamente estáveis", disse Lula.>
Na terça-feira (23/9), Lula e fez um discurso afirmando que o multilateralismo "está diante de nova encruzilhada" e que a autoridade das Nações Unidas está em xeque.>
Lula defendeu maior participação dos países do sul global em questões internacionais, como a guerra da Ucrânia.>
"A Iniciativa Africana e o Grupo de Amigos da Paz, criado por China e Brasil, podem contribuir para promover o diálogo", disse. "A voz do Sul Global deve ser ouvida.">
Sobre conflitos globais, Lula afirmou que "nenhuma situação é mais emblemática do uso desproporcional e ilegal da força do que a da Palestina".>
"Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo. Mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza.">
O presidente também falou sobre mudanças climáticas e a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorre em novembro no Pará.>
"Em Belém, o mundo vai conhecer a realidade da Amazônia", disse Lula. "Será o momento de os líderes mundiais provarem a seriedade de seu compromisso com o planeta.">
Sem citar o governo de Donald Trump, que falou em seguida ao presidente brasileiro, Lula criticou "sanções arbitrárias" e "intervenções unilaterais".>
No início de julho, Trump anunciou em suas redes sociais a taxação em 50% de produtos brasileiros, justificando para isso a suposta "caça às bruxas" a que Bolsonaro estaria sendo submetido na Justiça brasileira.>
Cerca de 700 produtos acabaram depois isentos da taxação.>
Também em julho, o governo Trump anunciou a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil, mirando em vários assuntos, do Pix ao desmatamento.>
Em seu discurso, o presidente brasileiro disse que a condenação de Jair Bolsonaro (PL) por golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é um "recado aos candidatos a autocratas do mundo e àqueles que os apoiam".>
"O Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis.">
O presidente falou sobre o autoritarismo e a soberania. "O autoritarismo se fortalece quando nos omitimos frente à arbitrariedade", afirmou. "Seguiremos como nação independente e povo livre de qualquer tipo de tutelas.">
Na segunda-feira (22/09), o Departamento de Estado americano anunciou que a advogada Viviane Barci de Moraes, mulher do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, seria punida pela Lei Magnitsky.>
Moraes, relator da ação penal que condenou por golpe de Estado e outros crimes o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — alinhado ideologicamente a Trump —, já havia sido submetido à Magnitsky no fim do julho.>
A aplicação dessa lei é umas das punições mais severas disponíveis contra estrangeiros considerados pelos EUA autores de graves violações de direitos humanos e práticas de corrupção.>
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