Publicado em 3 de junho de 2025 às 14:39
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar duramente Israel pelos ataques à Faixa de Gaza. Segundo o líder brasileiro, o país realiza um "genocídio" contra os palestinos e "precisa parar com vitimismo".>
Em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto nesta terça-feira (3/6), Lula disse que não se trata de uma "guerra normal", mas de "um exército matando mulheres e crianças".>
"E vem dizer que é antissemitismo? Precisa parar com esse vitimismo. O que está acontecendo na Faixa de Gaza é um ge-no-cí-dio", disse, enfatizando as sílabas da palavra.>
"É a decisão de um governo que nem o povo judeu quer. Nem o povo judeu quer. Então, não dá, como ser humano, aceitar isso como se fosse uma guerra normal. Não é", disse ainda.>
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Lula citou em sua fala as críticas à atuação do país feitas pelo ex-primeiro-ministro de Israel Ehud Olmert (2006-2009).>
Em artigo de opinião publicado em um jornal israelense no final de abril, ele disse que o governo atual está cometendo crimes de guerra na Faixa de Gaza, com uma "matança indiscriminada" de civis.>
Lula embarca nesta terça para a França, para uma visita de Estado, em que encontrará o presidente Emmanuel Macron e cumprirá outros compromissos oficiais de 4 a 9 de junho.>
A guerra na Faixa de Gaza será um dos tópicos da conversa.>
A fala de Lula sobre "vitimismo" ocorre em um momento de debate global sobre se as críticas à atuação de Israel em Gaza podem ou não ser enquadradas como antissemitismo. Nos Estados Unidos, o governo de Donald Trump tem atuado contra críticos de Israel sob essa justificativa. >
O povo judeu enfrenta preconceito, hostilidade e perseguição há séculos.>
Durante a Segunda Guerra Mundial, seis milhões de judeus foram assassinados pelos nazistas ou seus cúmplices no que é conhecido como Holocausto.>
O antissemitismo moderno pode assumir muitas formas, incluindo, mas não se limitando a, teorias da conspiração sobre o controle judaico do sistema financeiro global e da mídia, ataques a sinagogas, abuso verbal ou discurso de ódio e memes abusivos nas redes sociais.>
Às vezes, pessoas com pontos de vista diferentes sobre Israel discordam sobre se certos comentários ou opiniões são antissemitas ou não.>
O sionismo começou como um movimento político na Europa no final do século 19. Ele buscava desenvolver a nacionalidade judaica na terra conhecida como Palestina — também conhecida pelos judeus como a antiga Terra de Israel.>
A ONU recomendou a divisão da Palestina em Estados judeu e árabe, e em 1948 o Estado de Israel foi declarado.>
Entretanto, muitos árabes que viviam na Palestina e nas áreas vizinhas se opuseram à criação de Israel, vendo isso como uma negação dos direitos árabes.>
Hoje em dia aqueles que se identificam como parte do movimento sionista acreditam na proteção e no desenvolvimento de Israel como nação judaica.>
Existem variações do sionismo — por exemplo, alguns sionistas acreditam que Israel tem direito a algumas áreas de terra além de seu território.>
Outros sionistas discordam.>
Muitos judeus apoiam ou simpatizam com os princípios fundamentais do sionismo, ou seja, que um Estado judeu deve existir no que hoje é Israel.>
Uma minoria se opõe ao sionismo, por razões religiosas ou políticas.>
Pessoas não judias também podem ser sionistas.>
O antisionismo pode ser definido de forma geral como oposição à existência do Estado de Israel.>
Há críticos sionistas das políticas do governo israelense, como a ocupação da Cisjordânia, a rota da barreira de separação (que Israel está construindo dentro e ao redor da Cisjordânia e que diz ser para segurança contra invasores palestinos, embora os apoiadores palestinos a vejam como um dispositivo para tomar terras) e a construção de assentamentos.>
Quando as pessoas criticam Israel de forma agressiva pode ser difícil saber se a crítica é motivada ou não por antissemitismo.>
Isso levou a acusações de que o antissionismo — ou seja, a rejeição do Estado judeu — seria meramente uma forma moderna de antissemitismo.>
A Aliança Internacional para a Memória do Holocausto diz que algumas alegações e acusações contra Israel constituem antissemitismo.>
Aqueles que rejeitam essa ideia dizem que esse argumento é usado como uma ferramenta pelos apoiadores de Israel para silenciar críticas razoáveis a Israel, retratando essas críticas como racistas.>
Alguns dizem que o termo "sionista" pode ser usado como um ataque velado ao povo judeu.>
Já outros dizem que o governo israelense e seus apoiadores estão confundindo antissionismo com antissemitismo de forma deliberada para evitar críticas às suas ações.>
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