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Kamala Harris desiste de tentar Presidência dos Estados Unidos

Kamala Harris desiste de tentar Presidência dos Estados Unidos

A candidata era a única negra na disputa democrata. A decisão ocorre dois meses antes do início da votação em Iowa, a primeira etapa das primárias, e dá aos adversários a chance de conquistar os apoiadores dela em busca da indicação

Publicado em 3 de dezembro de 2019 às 19:24

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Kamala Harris, senadora e ex-candidata à presidência dos Estados Unidos. (Reprodução | Instagram (@kamalaharris))

Após uma campanha agitada, com arrecadação decepcionante e fracasso na tentativa de se destacar em meio a muitos rivais, a senadora Kamala Harris anunciou nesta terça-feira (03) a desistência da corrida para se tornar a candidata democrata nas eleições presidenciais americanas em 2020. 

Assim, a senadora, vista como uma estrela em ascensão, torna-se uma das primeiras figuras principais do partido a deixar a disputa, da qual muitos outros já desistiram. Quinze candidatos permanecem no jogo.

A decisão ocorre dois meses antes do início da votação em Iowa, a primeira etapa das primárias, e dá aos adversários de Kamala a chance de conquistar os apoiadores dela em busca da indicação.

A ex-procuradora-geral da Califórnia, que lançou uma promissora campanha em janeiro, posicionou-se como uma candidata que poderia atrair a base de jovens progressistas ao mesmo tempo em que tinha apelo entre eleitores mais moderados.

Depois de atingir dois dígitos nas sondagens com um forte desempenho no debate em junho, a senadora deixou o topo da disputa nos últimos meses, sob críticas de uma suposta incapacidade de articular posições políticas e pela reação a uma tentativa de atacar o agora ex-rival Joe Biden.

Também ficou para trás entre as principais arrecadações de candidatos democratas. Ela terminou o mês de setembro com US$ 9 milhões (R$ 37,85 milhões), de acordo com as divulgações de sua campanha.

Em comparação, a senadora por Massachusetts Elizabeth Warren, em segundo lugar nos levantamentos, tinha quase US$ 26 milhões no mesmo momento.

"Não sou multimilionária, não posso financiar minha própria campanha", escreveu Kamala em um email a apoiadores. "E, na medida em que a campanha avança, fica cada vez mais difícil arrecadar o dinheiro que necessitamos para lutar." 

Relegada a um sexto lugar nas últimas pesquisas de intenção de voto, com 3,4%, segundo o site RealClearPolitics, atrás até do bilionário Michael Bloomberg, que lançou sua candidatura no final de novembro, Kamala era a única negra na disputa para desafiar Trump em 2020.

A desistência pode deixar o palco democrata apenas para concorrentes brancos.

Dois candidatos que representam minorias, o senador negro Cory Booker e o ex-secretário de habitação Julián Castro, continuam na disputa, mas nenhum deles se qualificou para o debate de dezembro, que ocorre na Califórnia, estado natal de Kamala.

A senadora, cujo pai é jamaicano e a mãe era indiana, cresceu na cidade californiana de Oakland. 

Após dois períodos como procuradora de San Francisco, entre os anos de 2004 e 2011, Kamala foi eleita duas vezes procuradora-geral da Califórnia (2011-2017), convertendo-se na primeira negra a dirigir os serviços judiciais do estado mais populoso dos Estados Unidos.

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Depois, em janeiro de 2017, chegou ao Senado, tornando-se a primeira mulher com origens do sul da Ásia e a segunda senadora negra na história do país.

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