Publicado em 15 de junho de 2025 às 16:39
O conflito entre Israel e Irã vem se intensificando nos últimos três dias e os dois países realizam nova rodada de ataques neste domingo (15/6).>
Israel continua a atingir alvos no Irã e as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmam neste domingo que atingiram 250 locais.>
A imprensa iraniana relata que 128 pessoas foram mortas no país até o meio-dia de sábado, com cerca de 900 feridas>
O Irã, por sua vez, realizou ataques com mísseis contra Israel durante a noite de sábado, matando 10 pessoas – seis em Bat Yam, ao sul de Tel Aviv, e quatro na cidade de Tamra, ao norte. Autoridades afirmam que mais de 100 israelenses estão feridos.>
>
O paramédico de resgate Ori Lazarovich, que trabalhava no local do ataque em Bat Yam, disse à BBC: "Começamos a triagem das pessoas enquanto o prédio ainda estava em chamas de um lado. Alguns choravam e outros seguravam seus familiares; vi medo em seus olhos.">
"As pessoas saíram todas pálidas, cobertas de fuligem, cinzas e detritos, sofrendo com a inalação de fumaça", acrescentou.>
Uma mulher que morava em um prédio próximo à zona da explosão em Bat Yam estava sentada, cercada por malas.>
"Estamos aqui há 24 anos e agora temos que recomeçar. Estou me segurando para não chorar", disse ela à BBC.>
Visitando o local do ataque, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que o Irã pagaria um "preço muito alto" pelo "assassinato premeditado de civis, mulheres e crianças".>
Na tarde de domingo, o Irã lançou outra onda de ataques com mísseis e drones, tendo como alvos Tel Aviv, Haifa e outras cidades>
As IDF afirmam que a maioria dos projéteis foi interceptada, mas a Polícia de Israel informou que os serviços de emergência receberam relatos de que um dos ataques atingiu um assentamento na cidade portuária de Haifa, no litoral norte do país.>
"Neste momento, não há relatos de vítimas, mas houve danos materiais", disseram as autoridades israelenses.>
Imagens e vídeos de Haifa mostram grossas colunas de fumaça subindo em direção ao céu noturno da cidade.>
O Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que seu país tem o direito de se defender de agressões e que Israel deve interromper seus ataques.>
A Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (HRANA), uma organização de direitos humanos sediada em Washington que monitora o país há muito tempo, afirmou que o número total de vítimas civis ou militares no Irã nos últimos dois dias — até às 19h de sábado, pelo horário de Brasília — chegou a pelo menos 863.>
Em entrevista à Fox News neste domingo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu foi questionado se a mudança de regime no Irã faz parte dos esforços de Israel com a atual onda de ataques.>
"Certamente pode ser o resultado, porque o regime iraniano é muito fraco", disse.>
Netanyahu afirmou que o atual regime iraniano não "tem o povo" e que "80% do povo" quer derrubá-lo.>
Ele também disse que "o povo persa e o povo judeu têm uma amizade antiga" e acrescentou: "A decisão de agir, de se rebelar neste momento, é a decisão do povo iraniano.">
O ex-príncipe herdeiro iraniano Reza Pahlavi — filho do ex-xá do Irã, deposto na Revolução Islâmica de 1979 — disse à BBC que os opositores do governo do país foram "revigorados" pelos ataques de Israel, que mataram altos líderes militares iranianos.>
"A solução definitiva é uma mudança de regime, e agora temos uma oportunidade, porque este regime está em seu ponto mais fraco", disse ele, falando do exílio.>
Ainda na entrevista à Fox News, Netanyahu também foi questionado sobre o quanto Israel prejudicou a capacidade nuclear do Irã até agora.>
"Acho que atrasamos eles bastante", disse Netanyahu. "Acho que eles ficaram completamente surpresos.">
Durante a entrevista, Netanyahu elogiou o presidente americano Donald Trump diversas vezes, dizendo ao apresentador Bret Baier que ele e Trump estão "totalmente coordenados".>
Netanyahu foi questionado sobre os comentários de Trump de que Israel e Irã "deveriam fechar um acordo".>
"Vale a pena se eles [o Irã] fizerem o que o presidente quer [e desmantelarem sua capacidade nuclear]", disse Netanyahu. Mas ele acrescentou que Israel não vai esperar por isso.>
Netanyahu afirmou ainda que, mesmo que o Irã concorde em parar de disparar mísseis contra Israel como parte de qualquer acordo, isso não significa que eles deixarão de desenvolver sua capacidade nuclear.>
"A questão aqui não é a distensão. A questão aqui não é o cessar-fogo. A questão é impedir as coisas que ameaçam nossa sobrevivência", afirmou.>
O Irã nega reiteradamente que tenha um programa de armas nucleares, afirmando se desenvolve seu programa nuclear com fins pacíficos.>
Também neste domingo, Trump disse à emissora americana ABC News que "é possível que [os EUA] se envolvam" no conflito entre Irã e Israel, após reafirmar que o país não está envolvido na disputa "neste momento".>
O presidente americano também disse que estará "aberto" à possibilidade de Vladimir Putin, presidente da Rússia, se tornar mediador entre os dois lados, segundo a ABC.>
"Ele está pronto. Ele me ligou para falar sobre isso. Tivemos uma longa conversa sobre isso", disse Trump.>
O enviado de investimentos do Kremlin, Kirill Dmitriev, afirmou separadamente em uma publicação no X que a Rússia poderia desempenhar um "papel fundamental" como mediadora.>
Segundo informações de três autoridades americanas à CBS News, emissora parceira da BBC nos EUA, Trump teria rejeitado um plano israelense recente para assassinar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei.>
Uma das autoridade afirmou que os israelenses tiveram a oportunidade de assassinar Khamenei, e Trump comunicou ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que não era uma "boa ideia".>
A fonte afirma que a conversa entre Netanyahu e Trump ocorre desde que Israel lançou um ataque massivo ao Irã na semana passada.>
A rejeição da proposta por Trump foi noticiada pela primeira vez pela Reuters. >
Durante a entrevista à Fox News, Netanyahu não confirmou nem negou diretamente a reportagem da Reuters.>
"Há tantas notícias falsas de conversas que nunca aconteceram e não vou entrar nesse assunto", disse ele.>
"Mas posso dizer que acho que fazemos o que precisamos fazer. Faremos o que precisamos fazer e acho que os Estados Unidos sabem o que é bom para os Estados Unidos e simplesmente não vou entrar nesse assunto.">
>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta