Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 15:45
Israel e o Hamas fecharam um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns, disse uma fonte próxima das negociações à BBC News.>
A fonte afirmou que o acordo foi fechado após a reunião do primeiro-ministro do Catar com negociadores do Hamas e, separadamente, negociadores israelenses.>
O acordo também foi confirmado nas redes sociais pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump: "Temos um acordo para os reféns no Oriente Médio. Eles serão libertados em breve", escreveu.>
De acordo o serviço de verificação da BBC, dos 251 reféns capturados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, 94 continuam em Gaza — acredita-se que 60 estejam vivos e 34, mortos.>
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Ainda não foram divulgados os detalhes do acordo, mas o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Hamas "cedeu" devido à "postura firme" do líder israelense contra as demandas de última hora relacionadas ao posicionamento de forças no chamado Corredor Filadélfia, entre Gaza e Egito.>
No entanto, o gabinete de Netanyahu destacou que "ainda há várias cláusulas não resolvidas" no acordo que precisam ser tratadas. >
A expectativa é de que os detalhes sejam finalizados nas próximas horas.>
Segundo o correspondente da BBC em Gaza, Rushdi Abualouf, o acordo permitirá que centenas de milhares de pessoas deslocadas voltem para suas casas, vilas e cidades na Faixa de Gaza.>
O acordo incluiria a entrada de 600 caminhões de ajuda humanitária por dia de cessar-fogo com suprimentos médicos, incluindo tendas, vindos da fronteira de Rafah com o Egito.>
Também devem estar inclusos 50 caminhões de combustível para operar os hospitais que ainda estão funcionando, consertar as estações de energia e reparar os sistemas de esgoto e água.>
Logo após a notícia do cessar-fogo, moradores de Gaza e de Israel foram para as ruas celebrar o acordo.>
O esboço deste acordo já havia sido amplamente divulgado e envolve várias fases, escreve Jonah Fisher, repórter da BBC em Jerusalém.>
A primeira fase envolveria um cessar-fogo inicial de seis semanas. Durante esse período, o Hamas libertaria 33 dos reféns capturados no ataque de 7 de outubro. Não está claro quantos desses 33 ainda estão vivos.>
Em troca de cada refém libertado, Israel soltaria dezenas de prisioneiros palestinos.>
Israel retiraria seus soldados das áreas mais densamente povoadas da Faixa de Gaza, movendo-os para uma zona de segurança no lado leste.>
Mais ajuda e combustível seriam permitidos imediatamente — e haveria um retorno organizado dos 2 milhões de deslocados de Gaza para suas casas ou que restou delas.>
Ainda há um grupo de reféns israelenses — homens em idade militar — que não faria parte da primeira liberação e ficaria para outra rodada de negociações, que deveria começar 16 dias após o início do cessar-fogo.>
É então que questões fundamentais sobre o futuro da Faixa de Gaza — como quem irá governá-la e se Israel se retirará completamente — deverão ser abordadas.>
Na rede social Truth Social, Donald Trump declarou que o "acordo épico de cessar-fogo só poderia ter acontecido como resultado de nossa vitória histórica em novembro", referindo-se à sua eleição nos EUA. >
Ele afirmou que sua volta para a Casa Branca sinalizou ao mundo que sua administração "buscará a paz e negociará acordos para garantir a segurança de todos os americanos e de nossos aliados".>
Trump disse estar "entusiasmado" com o retorno de reféns americanos e israelenses para casa.>
Segundo análise de Tom Bateman, repórter que cobre o Departamento de Estado americano em Washington para a BBC, "a transição para a presidência de Trump e o prazo iminente de sua posse — em 20 de janeiro — efetivamente deram um prazo para essas negociações".>
"Ambos os lados sabiam que os termos atualmente propostos, garantidos pelos Estados Unidos, poderiam enfrentar muita incerteza após essa data", disse.>
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