Publicado em 20 de junho de 2025 às 14:39
O fundador do aplicativo de mensagens Telegram, Pavel Durov, diz que os mais de 100 filhos que ele teve compartilharão sua fortuna estimada em US$ 13,9 bilhões (pouco mais de R$ 76 bilhões).>
"Eles são todos meus filhos e todos terão os mesmos direitos! Não quero que eles se separem depois da minha morte", disse Durov à revista política francesa Le Point.>
Durov afirmou que é "oficialmente pai" de seis crianças com três parceiras diferentes, mas a clínica "onde comecei a doar esperma há quinze anos para ajudar um amigo, me disse que mais de 100 bebês foram concebidos dessa forma em 12 países".>
O magnata russo da tecnologia autoexilado também disse à revista que seus filhos não deverão ter acesso à herança por 30 anos.>
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"Quero que eles vivam como pessoas normais, se desenvolvam sozinhos, aprendam a confiar em si mesmos, sejam capazes de criar, não dependam de uma conta bancária", disse ele.>
A BBC procurou Durov para comentar as declarações à revista francesa.>
Aos 40 anos, ele disse que já escreveu um testamento porque seu trabalho "envolve riscos — defender as liberdades gera muitos inimigos, inclusive em Estados poderosos".>
O aplicativo fundado pelo bilionário, o Telegram, conhecido por seu foco em privacidade e mensagens criptografadas, tem mais de um bilhão de usuários ativos mensais.>
No Brasil, o Telegram chegou a ser suspenso duas vezes pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em 2022 e 2023.>
O primeiro bloqueio ocorreu após o STF determinar que o Telegram precisaria indicar um representante legal no país e excluir canais que estavam divulgando dados de um inquérito sigiloso da Justiça brasileira.>
O segundo, após a empresa descumprir parcialmente uma ordem da Justiça ao não entregar dados de grupos extremistas solicitados pela Polícia Federal>
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Durov também abordou as acusações criminais que enfrenta na França, onde foi preso no ano passado após ser acusado de não moderar adequadamente o aplicativo para reduzir usos criminosos.>
Ele negou não ter cooperado com a polícia em relação a tráfico de drogas, conteúdo de abuso sexual infantil e fraude. O Telegram já havia negado ter moderação insuficiente.>
Na entrevista ao Le Point, Durov descreveu as acusações como "totalmente absurdas".>
"Só porque os criminosos usam nosso serviço de mensagens, entre muitos outros, não faz com que aqueles que o administram sejam criminosos", acrescentou.>
Nascido na Rússia, Durov agora mora em Dubai, onde o Telegram está sediado. Ele tem dupla cidadania da França e dos Emirados Árabes Unidos.>
Fundador da rede social russa VKontakte, o magnata disse em 2014 que foi demitido da empresa após recusar pedidos do Kremlin para censurar postagens.>
Ele fundou o Telegram em 2013 e o aplicativo continua popular na Rússia.>
O Telegram permite grupos de até 200 mil membros, o que, segundo críticos, facilita a disseminação de informações falsas e o compartilhamento de conteúdo conspirador, neonazista, pedófilo ou relacionado ao terrorismo.>
No Reino Unido, o aplicativo sofreu escrutínio por hospedar canais de direita radical que foram fundamentais na organização de ataques racistas violentos a mesquitas em cidades inglesas em agosto de 2024.>
O Telegram removeu alguns grupos, mas, em geral, seu sistema de moderação de conteúdo extremista e ilegal é significativamente mais fraco do que o de outras redes sociais e aplicativos de mensagens, de acordo com especialistas em segurança cibernética.>
No Brasil, o aplicativo se tornou popular entre grupos da direita bolsonarista, tendo sido usado, segundo especialistas em ambientes virtuais, para disseminar notícias falsas durante a pandemia e articular os protestos violentos em Brasília em janeiro de 2023.>
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