Publicado em 24 de junho de 2025 às 19:39
Os ataques dos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã não destruíram o programa nuclear do país e provavelmente apenas o atrasaram por alguns meses, segundo um relatório preliminar do setor de inteligência do Pentágono.>
Fontes familiarizadas com a análise da Agência de Inteligência de Defesa (DIA, na sigla em inglês) disseram à CBS, parceira da BBC nos EUA, que o estoque de urânio enriquecido da República Islâmica não foi eliminado nos bombardeios de sábado (21/6).>
Os Estados Unidos atacaram três instalações nucleares no Irã — Fordo, Natanz e Isfahan — com bombas bunker buster, capazes de penetrar 18 metros de concreto ou 61 metros de terra antes de explodir.>
A Casa Branca afirmou que a avaliação inicial dos danos está "totalmente errada" e representa "uma tentativa clara de menosprezar" o presidente dos EUA, Donald Trump.>
>
Imediatamente após o ataque, Trump declarou que os ataques aéreos "aniquilaram completa e totalmente" as instalações de enriquecimento nuclear do Irã e tem repetido a declaração. >
Mas fontes familiarizadas com a avaliação do Pentágono afirmam que as centrífugas do Irã permanecem, em grande parte, "intactas" e que o impacto se limitou a estruturas em superfície.>
As entradas de duas instalações nucleares ficaram bloqueadas, e parte da infraestrutura foi destruída ou danificada.>
Fontes estimaram à imprensa dos EUA, em condição de anonimato, que o ataque atrasou o programa nuclear iraniano "por alguns meses, no máximo" — e que uma eventual retomada pode depender do tempo que o país levará para escavar e fazer os reparos.>
Fontes também confirmaram à CBS que parte do estoque de urânio enriquecido do Irã foi transferido antes dos ataques, segundo a avaliação de inteligência.>
A bomba norte-americana Massive Ordnance Penetrator (MOP), de 13,6 mil kg, era considerada a única arma capaz de destruir as instalações subterrâneas de enriquecimento de urânio do Irã.>
Como retaliação aos ataques americanos, o Irã lançou mísseis contra bases dos EUA no Catar na segunda-feira (23/6), anunciando na mídia estatal ter iniciado uma resposta "poderosa e vitoriosa" aos ataques americanos às suas instalações nucleares no fim de semana.>
Não houve feridos, reportaram o governo catari e americano.>
Depois, na noite de segunda-feira, Trump anunciou um cessar-fogo entre Israel e Irã, após mais de uma semana de hostilidades provocadas por um ataque inicial de Israel ao programa nuclear iraniano.>
Na ocasião, Israel confirmou que aceitava o cessar-fogo, e o Irã afirmou que interromperia seus ataques se Israel fizesse o mesmo.>
Após uma "bronca" de Trump, uma trégua entre os dois países parece estar se mantendo — ainda que de forma frágil. >
Tanto o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, quanto o comandante das Forças de Defesa de Israel (IDF), general Eyal Zamir, afirmaram publicamente que o cessar-fogo está em vigor.>
Nesta terça-feira (24/6), Trump fez um alerta para que Israel não atacasse o Irã — depois que o governo israelense acusou os iranianos de violar o cessar-fogo.>
"ISRAEL. NÃO LANCEM ESSAS BOMBAS. SE FIZEREM, É UMA GRAVE VIOLAÇÃO. TRAGAM SEUS PILOTOS PARA CASA, AGORA", escreveu Trump em sua rede social Truth Social, usando letras maiúsculas..>
A BBC não conseguiu confirmar que houve um novo ataque do Irã. Teerã negou novos ataques.>
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ordenou nesta terça que as Forças de Defesa de Israel "respondam energicamente à violação do cessar-fogo pelo Irã com ataques intensos contra alvos do regime no coração de Teerã".>
Mas horas depois o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel se absteve de novos ataques ao Irã, após conversar Trump pelo telefone.>
>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta