Publicado em 28 de abril de 2025 às 14:06
Um apagão de grandes proporções atingiu partes da Europa, especialmente Espanha e Portugal, no horário local de almoço desta segunda-feira (28), gerando caos no transporte público, no sistema de saúde e na indústria desses países e derrubando o sinal de celular por mais de uma hora nas capitais. Houve relatos de problemas também nas redes de energia da França, porém em menor proporção.>
Segundo a Rede Elétrica da Espanha, empresa responsável pela energia no país europeu, "os planos de restabelecimento do fornecimento de energia elétrica foram ativados" e "as causas estão sendo analisadas e todos os recursos estão sendo dedicados para resolvê-las".>
Logo após o apagão, o Incibe (Instituto Nacional de Cibersegurança da Espanha) afirmou que estava verificando se a falta de luz havia sido um ciberataque - possibilidade levantada também pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial português, Manuel Castro Almeida, em entrevista à emissora RTP 3.>
A hipótese deu origem até mesmo a uma notícia falsa de que o corte de energia se devia a um ataque russo. Ao longo da tarde, porém, essa possibilidade perdeu força.>
>
A REN (Redes Energéticas Nacionais), responsável pela distribuição de energia em Portugal, afirmou que um fenômeno atmosférico raro na Espanha, produzido por variações extremas de temperatura no interior do país, causou o apagão.>
A empresa disse ainda que a restauração completa da rede elétrica do país pode levar até uma semana, embora o primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, tenha dito que a expectativa é restaurar a energia "nas próximas horas".>
Estações de rádio espanholas informaram que trechos do metrô de Madri estavam sendo esvaziados. Além disso, houve congestionamentos no centro da cidade, pois os semáforos pararam de funcionar, relatou a rádio local Cader Ser, e a circulação ferroviária foi interrompida em todo o país.>
Centenas de pessoas estavam do lado de fora de edifícios de escritórios nas ruas da capital espanhola, onde havia uma forte presença policial ao redor de edifícios importantes, dirigindo o tráfego e também conduzindo veículos ao longo de átrios centrais com luzes, segundo uma testemunha da agência de notícias Reuters.>
Nas redes sociais, um usuário compartilhou uma cena em que passageiros saem de um trem e andam sobre os trilhos no Monte Archanda, em Bilbau, cidade no norte da Espanha.>
Veículos locais compartilham ainda imagens de congestionamento em diversas cidades, já que os semáforos pararam de funcionar. A DGT (Direção-Geral de Trânsito da Espanha), pediu aos cidadãos que evitem circular "o máximo possível".>
O ministro da Segurança do País Basco, Bingen Zupiria, afirmou que essa região autônoma no norte da Espanha "está se recuperando" dos incidentes e também pediu aos cidadãos para diminuir a circulação nas ruas, já que o funcionamento dos semáforos ainda não tinha se normalizado.>
Em Madri, uma partida do ATP Masters 1000, um dos principais torneios de tênis do mundo, foi suspenso. O italiano Matteo Arnaldi, que surpreendeu Novak Djokovic no sábado (26), estava vencendo o bósnio Damir Dzumhur quando a partida foi interrompida. O apagão também obrigou o búlgaro Grigor Dimitrov e seu adversário britânico Jacob Fearnley a saírem da quadra.>
"Duas partidas de simples e uma de duplas no evento ATP Masters 1000 estavam em andamento quando a energia foi perdida às 12h34, horário local", disse a ATP em seu site oficial. "Estamos trabalhando para restaurar a normalidade o mais rápido possível", publicou a conta do Open de Madrid no X.>
Ainda na capital espanhola, o hospital Doce de Octubre foi afetado pelo apagão. Segundo o El País, a queda de energia paralisou sistemas internos, limitou o atendimento a luzes de emergência e deixou funcionários sem acesso a informações e comunicação.>
Sem transporte público e com celulares fora de serviço, trabalhadores como a técnica de enfermagem Luz Osorio enfrentaram dificuldades para sair do hospital, recorrendo a caronas improvisadas para conseguir voltar para casa.>
Já em Portugal, a polícia afirmou que os semáforos foram afetados em todo o país, e em Lisboa e no Porto, o metrô foi fechado. Há diversos relatos na imprensa sobre bancos sem funcionar e lojas fechadas nessas duas cidades, as maiores de Portugal, incluindo o histórico mercado do Porto. A ANA, empresa responsável pelos aeroportos do país, afirmou que os geradores de emergência foram acionados.>
"Nos aeroportos de Faro e do Porto estão a fazer-se todas as aterragens e descolagens, com recurso a energia de gerador, enquanto em Lisboa estão também a acontecer aterragens e descolagens, mas com maior limitação", disse a empresa, segundo o jornal Público.>
A REN, de Portugal, confirmou o corte de eletricidade em toda a Península Ibérica e afirmou que os planos para a restauração do fornecimento de energia estão sendo ativados. "A REN está em contato permanente com entidades oficiais, nomeadamente a Autoridade Nacional de Proteção Civil. Ao mesmo tempo, as possíveis causas deste incidente estão sendo avaliadas", afirmou a companhia.>
A Aena (Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea), que administra 46 aeroportos na Espanha, relatou atrasos de voos em todo o país. Dados da Rede Elétrica da Espanha reunidos pelo El País mostram uma queda brusca no consumo às 12h25 locais (7h25 no Brasil). Nesse horário, a demanda caiu pela metade em menos de uma hora.>
Na França, a operadora RTE disse que houve uma breve interrupção, mas que a energia foi restaurada. A empresa também está investigando a causa do apagão.>
O impacto da falta de energia na população fez os governos de ambos os países se movimentarem. O governo do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, formou um gabinete de crise na sede da Rede Elétrica para lidar com a situação; em Portugal, o governo anunciou uma reunião extraordinária dos ministros na residência oficial do primeiro-ministro, Luís Montenegro, segundo o Público.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta