Publicado em 25 de junho de 2025 às 07:38
Equipes de resgate na Indonésia trabalham nesta quarta-feira (25/6) para resgatar o corpo da publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, encontrada morta no monte Rinjani, um vulcão na Indonésia. >
Para fazer o resgate, a equipe trabalha com um sistema de cordas e içamento.>
Uma distância de 600 metros separa o ponto superior e o inferior, com vários pontos de ancoragem, o que torna o processo demorado, segundo as autoridades.>
Devido às condições meteorológicas, o resgate do corpo por meio aéreo foi descartado, segundo o chefe da agência de resgate e salvamento da Indonésia, Mohamad Syafii. >
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A brasileira foi encontrada morta na terça-feira (24/6) por um socorrista a cerca de 600m de profundidade, de acordo com a Agência Nacional de Busca e Resgate do país. >
Juliana havia se acidentado na sexta-feira (20/6). A brasileira participava de um passeio de três dias quando caiu em uma área de difícil acesso da montanha.>
Desde então, várias tentativas de resgate foram realizadas, mas o terreno íngreme, a grande altitude e o mau tempo impediram o sucesso das operações, segundo as autoridades.>
O monte Rinjani, com mais de 3,7 mil metros de altura, é o segundo maior vulcão da Indonésia e um dos destinos mais procurados por turistas de aventura. >
No local do resgate, cerca de 50 membros da equipe conjunta, composta pela Agência Nacional de Busca e Resgate, policiais, voluntários e guias turísticos tentaram realizar operações de resgate em meio a condições climáticas incertas, na terça-feira (24/06).>
O chefe de uma das operações de resgate, Muhammad Hariyadi, disse que o clima imprevisível é um desafio no local.>
"O principal obstáculo aqui é o terreno muito íngreme. Além disso, às vezes a neblina no local é muito espessa e não é possível realizar uma busca", disse Hariyadi.>
À agência de notícias Antara, o governador de West Nusa Tenggara, Lalu Muhammad Iqbal, disse que estava tentando obter um helicóptero especial para operações em locais extremos.>
A trilha até o cume do Monte Rinjani está fechada por tempo indeterminado. O fechamento será mantido até que o processo de resgate do corpo de Juliana seja concluído.>
Na última tentativa de resgate, as equipes concentraram os esforços no avanço direto até o ponto onde Juliana havia sido localizada, utilizando técnicas de resgate vertical, apesar dos grandes desafios impostos pelo terreno rochoso e pelas condições climáticas adversas. >
Um grupo de sete socorristas conseguiu se aproximar do local, mas, com o cair da noite, precisou montar um flying camp (acampamento provisório montado no próprio local da operação para pernoite e segurança da equipe). >
As operações contaram com 48 profissionais de diversas forças e foram acompanhadas por representantes do governo indonésio e da Embaixada do Brasil.>
Segundo o chefe da agência, Mohammad Syafii, após o içamento, o corpo será transportado por trilha até o posto de Sembalun, de onde será levado de helicóptero ao Hospital Bhayangkara, em Mataram.>
Em entrevista à TV Globo, dois integrantes do grupo de Juliana relataram que a trilha era difícil. >
Um deles descreveu a subida como "muito dura" e disse que "estava muito frio, foi realmente muito difícil". >
Outro contou que, no momento do acidente, Juliana estava na retaguarda do grupo, acompanhada do guia. >
"Era bem cedo, antes do amanhecer, com visibilidade ruim, usando só uma lanterna simples para iluminar o caminho, que era difícil e escorregadio", disse.>
Segundo relatos da imprensa local e familiares, Juliana teria sido deixada para trás pelo guia Ali Musthofa após manifestar cansaço. >
Mas, em entrevista ao jornal O Globo, Musthofa negou ter abandonado a brasileira antes do acidente. Ele afirmou ter sugerido que ela descansasse enquanto ele seguiria um pouco adiante, como já havia sido relatado pela imprensa local. >
Segundo ele, o combinado era reencontrá-la um pouco mais à frente na trilha. O guia prestou depoimento à polícia no domingo, após descer da montanha.>
A BBC News entrou em contato com a família de Juliana e com a administração do Parque do Monte Rinjani para comentários.>
Juliana sofreu queda durante a trilha no Monte Rinjani, descendo cerca de 300 metros em terreno íngreme.>
Equipes deram início às operações de busca, que se estenderam pelos dias seguintes e foram interrompidas várias vezes por condições climáticas adversas.>
Juliana foi vista, sentada na encosta, em imagens captadas por drone de turistas.>
Itamaraty emitiu pronunciamento informando que mobilizou autoridades locais em alto nível, com o embaixador em contato direto com agências de resgate. >
Dois funcionários da embaixada se deslocaram para o local para acompanhar as buscas. >
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieria, iniciou contatos para solicitar reforços nas operações.>
Juliana foi avistada por socorristas por meio de um drone, presa em uma encosta rochosa a uma profundidade estimada de 500 metros. Na observação visual, ela permanecia imóvel. >
A informação foi divulgada na segunda-feira, pelo perfil oficial do Parque Nacional do monte Rinjani no Instagram.>
A página "Visit Mount Rinjani" no Instagram publicou uma nova atualização destacando que já se passaram dois dias desde o acidente na trilha do cume. >
O texto mencionou que os gritos desesperados por socorro ouvidos no local ainda ecoam na memória de muitos e despertam profunda comoção. >
O parque informou que, até aquele momento, aguardava um comunicado oficial das autoridades e da equipe de resgate, que segue trabalhando em condições desafiadoras. >
A nota expressou esperança de que os esforços resultem em boas notícias e no encontro da brasileira em segurança.>
Tentativa de resgate foi interrompida devido ao mau tempo. Já havia sido informado que buscas não ocorreriam à noite.>
Funcionários da Embaixada do Brasil chegaram ao local para acompanhar pessoalmente o resgate.>
A página no Instagram @resgatejulianamarins afirmou que dois montanhistas experientes da região estavam a caminho do local do acidente, com equipamentos especializados para apoiar as equipes. Não havia confirmação se atuariam durante a noite. >
A página no Instagram @resgatejulianamarins afirmou que buscas na Indonésia foram retomadas às 6h da manhã de terça-feira (24/6), no horário local. >
Uma furadeira teria sido posicionada para efetuar o "plano B" do resgate, e o uso de um helicóptero estaria sendo avaliado.>
A página no Instagram @resgatejulianamarins afirmou que a equipe de resgate desceu 400 metros, mas estimou que Juliana estaria mais longe, a cerca de 650m. >
Dois helicópteros, posicionados na ilha de Sumbawa e na capital, Jacarta, estariam de prontidão para decolar.>
A página no Instagram @resgatejulianamarins divulgou que havia três planos de resgate em vigor no momento e confirma a impossibilidade de seguir com o helicoptero pela condição climática atual. >
Autoridades do parque onde aconteceu o acidente fecharam trecho da trilha onde estavam tentando realizar o resgate para evitar a aglomeração de turistas curiosos.>
A página no Instagram @resgatejulianamarins confirmou que Juliana foi encontrada morta.>
O monte Rinjani é famoso pelas vistas deslumbrantes, mas também pelas trilhas íngremes e terreno traiçoeiro, com trechos estreitos junto a penhascos e áreas de solo arenoso que aumentam o risco de quedas.>
Nos últimos cinco anos, pelo menos outras oito mortes foram registradas na região, segundo um relatório do governo da Indonésia obtido pela emissora GloboNews, entre elas:>
Além disso, em outubro de 2024, um alpinista irlandês caiu em um desfiladeiro de 200 metros enquanto subia rumo ao cume. Ele foi resgatado pela equipe de busca e salvamento e sofreu apenas ferimentos leves.>
Segundo a comunidade local de montanhistas, o Rinjani não é recomendado para iniciantes e é mais adequado a trilheiros experientes. >
As trilhas são estreitas e rochosas, com ravinas íngremes e trechos de areia solta que tornam a escalada particularmente escorregadia e perigosa.>
"Os montanhistas costumam iniciar a subida por volta das 2h da manhã para tentar ver o nascer do sol do cume, geralmente usando lanternas simples que oferecem pouca visibilidade", explica Astudestra Ajengrastri, indonésia e editora assistente do Asia Production Digital Hub da BBC.>
"Normalmente, são acompanhados por guias, mas a combinação de escuridão, terreno instável e clima imprevisível aumenta bastante o risco. Localizado em uma região remota e sem acesso a transporte motorizado, todo o trabalho de resgate depende de equipes que se deslocam a pé.">
Ajengrastri aponta que, em períodos de mau tempo, ventos fortes podem se transformar rapidamente em tempestades, e a chuva deixa as trilhas arenosas ainda mais perigosas.>
"Uma neblina densa frequentemente cobre a montanha, ocultando penhascos e reduzindo drasticamente a visibilidade — o que impõe desafios adicionais tanto aos escaladores quanto às equipes de resgate", diz Ajengrastri.>
"A montanha ficou fechada entre janeiro e março deste ano, durante a estação chuvosa da Indonésia, e só foi reaberta após ser considerada segura.">
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