Publicado em 8 de agosto de 2025 às 08:25
A tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos ganhou um novo capítulo nesta semana, quando a Embaixada dos EUA em Brasília publicou, em português, uma advertência direta ao ministro do Supremo Tribunal FederalAlexandre de Moraes e seus aliados.>
A mensagem, divulgada no perfil oficial da embaixada no X (antigo Twitter) na quinta-feira (07/8), afirma que Moraes é "o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores" e que suas "flagrantes violações de direitos humanos" resultaram em sanções impostas pelo governo de Donald Trump com base na Lei Global Magnitsky.>
O texto ainda alerta que integrantes do Judiciário e de outras esferas "estão avisados para não apoiar nem facilitar" a conduta do magistrado, acrescentando que Washington "monitora a situação de perto".>
>O ministro Moraes é o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores. Suas flagrantes violações de direitos humanos resultaram em sanções pela Lei Magnitsky, determinadas pelo presidente Trump. Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras… https://t.co/mKCsObZASP— Embaixada EUA Brasil (@EmbaixadaEUA) August 7, 2025
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Alguns dias antes, o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, órgão que coordena a política externa norte-americana para as Américas, também havia se manifestado.>
"O juiz Moraes, agora um violador de direitos humanos sancionado pelos EUA, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia. Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender em público não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar!", disse o órgão em nota. >
As declarações vêm na esteira de um agravamento da crise política e jurídica no Brasil. No início da semana, Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro, sob a acusação de violar medidas cautelares e tentar contornar restrições impostas no processo que investiga suposta tentativa de golpe de Estado. >
Em julho, os EUA já haviam incluído o ministro na lista de sancionados pela Lei Magnitsky, bloqueando ativos e proibindo sua entrada no país por alegadas violações de direitos humanos.>
Em 17 de julho, Moraes impôs uma série de medidas cautelares ao ex-presidente, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de usar redes sociais, direta ou indiretamente.>
Quatro dias depois, em 21 de julho, a Primeira Turma do STF referendou a decisão e reforçou que a proibição de uso das redes se estendia também à veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em perfis de terceiros.>
Moraes esclareceu que entrevistas e discursos públicos usados como "material pré-fabricado" para alimentar redes sociais por meio de aliados também seriam considerados descumprimento da ordem judicial.>
Na decisão assinada em 5 de agosto, o magistrado afirma que Bolsonaro violou as restrições definidas em 17 de julho, quando foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica e ficou proibido de utilizar redes sociais, direta ou indiretamente.>
De acordo com Moraes, o ex-presidente seguiu se comunicando com o público por meio de aliados e familiares.>
O ministro destacou a divulgação de vídeos e áudios feitos por Bolsonaro, durante os atos realizados no domingo (4/8), publicados nas redes por seus filhos e apoiadores. Para Moraes, o conteúdo reforça uma tentativa de obstruir a Justiça e pressionar o STF.>
No documento, Moraes especifica que a prisão deve ser cumprida integralmente no endereço residencial de Bolsonaro. Qualquer saída de casa deve ser previamente comunicada, solicitada e autorizada.>
Na quinta-feira (7/8), Moraes autorizou Bolsonaro a receber visitas de aliados políticos. >
Segundo a decisão, enquanto estiver em regime de prisão domiciliar, Bolsonaro deve obedecer às seguintes medidas:>
Proibição de uso de celular, diretamente ou por intermédio de terceiros.>
Além disso, outras medidas cautelares, que já estavam em vigor, foram mantidas e devem continuar a ser cumpridas no regime de prisão domiciliar, segundo o STF. São elas:>
Para garantir o cumprimento da proibição do uso dos aparelhos celulares e a prisão domiciliar, o ministro Alexandre de Moraes determinou a busca e apreensão de quaisquer celulares que estivessem em posse de Jair Bolsonaro.>
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