Publicado em 8 de outubro de 2025 às 19:32
O governo de São Paulo confirmou nesta quarta-feira (8/10) duas novas mortes por consumo de bebida com metanol, um composto químico de uso industrial, presente em solventes, combustíveis e outros produtos. Com isso, o total de óbitos confirmados subiu para cinco. >
As vítimas são três homens moradores da capital, de 45, 46 e 54 anos; uma mulher de 30 anos de São Bernardo do Campo; e um homem de Osasco de 23 anos.>
São Paulo soma 20 casos confirmados de intoxicação pela substância, imprópria para consumo humano devido à sua elevada toxicidade, incluindo as mortes confirmados. >
O governo paulista investiga ainda outros 181 casos, com seis mortes suspeitas — três no município de São Paulo, duas em São Bernardo do Campo e uma em Cajuru, no interior do Estado.>
>
Em todo o país, já são 24 casos de intoxicação por metanol confirmados. Além de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul registraram a intoxicação pela substância.>
A Polícia Civil de São Paulo apura se bebidas eram falsas ou adulteradas, ou se o metanol foi usado na higienização de garrafas usadas na fabricação destes produtos.>
A principal linha de investigação é o uso de metanol para aumentar o volume de bebida adulterada. No entanto, a contaminação por metanol usado na limpeza de garrafas reaproveitadas também é uma hipótese. >
Uma força-tarefa foi criada para investigar as intoxicações causadas pela substância e 17 fiscalizações da Vigilância Sanitária, Procon-SP e Polícia Civil foram realizadas em bares, adegas e distribuidoras na semana passada.>
As investigações buscam saber agora se foram dessas duas distribuidoras que saíram as bebidas que causaram as mortes registradas no Estado de São Paulo.>
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que, até o momento, "não há nenhum indício de participação" da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) nas contaminações.>
Isso porque, segundo Derrite, as pessoas que foram presas no âmbito da investigação até agora não têm relação com o PCC, e os lugares onde foram constatadas bebidas adulteradas são distintos. >
Até o momento, foram feitas 45 prisões. Além disso, a Justiça autorizou a destruição imediata de 100 mil vasilhames apreendidos no inquérito que apura responsabilidades pela adulteração de bebidas. >
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o principal fornecedor de insumos para falsificação de bebidas do Estado está entre os detidos.>
No entanto, até agora não se sabe a origem do metanol. >
"No dia que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar", disse o governador na entrevista, após mencionar nomes de fabricantes de bebidas alcoólicas que estão se mobilizando por medidas contra a falsificação desses produtos. >
No fim de agosto, a Polícia Federal, a Receita Federal e órgãos como o Ministério Público de São Paulo (MPSP) deflagraram a Operação Carbono Oculto. As investigações apontaram que o PCC utilizava combustível adulterado com metanol importado irregularmente para lavar o dinheiro do crime. >
Nesta quarta, a força-tarefa interditou mais um estabelecimento na capital paulista devido à constatação de bebidas sem comprovação de origem, para a averiguação da procedência dos produtos.>
O bar, localizado na Zona Leste da cidade de São Paulo, foi totalmente interditado após a fiscalização, por apresentar condições sanitárias inadequadas, alimentos vencidos, entre outras irregularidades. Além disso, foram apreendidas seis garrafas de bebidas alcoólicas.>
Com isso, são 12 estabelecimentos interditados no estado e 23 locais fiscalizados pelas equipes da Vigilância Sanitária Estadual.>
Além disso, outros oito estabelecimentos tiveram inscrições estaduais suspensas cautelarmente, sendo seis distribuidoras e dois bares.>
>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta