> >
Novos equipamentos vão medir qualidade do ar e pó preto na Grande Vitória

Novos equipamentos vão medir qualidade do ar e pó preto na Grande Vitória

Aparelhos, que devem ser instalados no primeiro trimestre de 2026, vão funcionar em conjunto com 15 já implantados em pontos estratégicos da região metropolitana

João Barbosa

Repórter / [email protected]

Publicado em 28 de outubro de 2025 às 20:16

Equipamento deve ser instalado no primeiro trimestre de 2026 em diferentes pontos da Grande Vitória
Novos equipamentos serão instalados na Grande Vitória Crédito: Divulgação/EcoSoft

A medição da qualidade do ar na Grande Vitória vai ganhar um reforço. Oito novos equipamentos de monitoramento serão instalados em diferentes pontos da região para medir a quantidade de poeira sedimentável no ar, popularmente chamada de pó preto.

A tecnologia dos equipamentos permite a medição do sedimento a cada dois segundos e a emissão de relatórios de hora em hora, diariamente. Os dados serão analisados pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e também serão disponibilizados para a população no site do órgão.

Estes novos equipamentos, que devem ser instalados no primeiro trimestre de 2026, vão funcionar em conjunto com 15 já instalados em pontos estratégicos da Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar da Grande Vitória (RAMQAr — RGV) nos seguintes bairros:

  • Jardim Camburi, Enseada do Suá e Ilha do Boi (Vitória);
  • Cidade Continental e Laranjeiras (Serra);
  • Ibes (Vila Velha);
  • Vila Capixaba (Cariacica).

A instalação foi anunciada pelo governador Renato Casagrande (PSB) na tarde desta terça-feira (28), em solenidade realizada no Palácio Anchieta, sede do governo do Estado, na Capital.

Na ocasião, que marcou o anúncio de metas alcançadas pelas empresas Vale e ArcelorMittal para diminuição da emissão de poluentes no período de 2018 a 2025 por meio de Termos de Compromisso Ambiental (TCA), as companhias, junto do Executivo estadual, firmaram compromisso para contratação dos aparelhos de medição, como explica Casagrande.

Entre as iniciativas das empresas nos últimos anos, foram aplicados sistemas para redução da poeira durante as atividades internas, armazenamento e tratamento de efluentes e até a lavagem de rodas de veículos na saída das companhias para evitar a propagação de resíduos de minério.

“Nós atendemos normas do Conselho Nacional de Meio Ambiente e aumentamos nossa capacidade de fiscalização. Isso também nos dá parâmetros para agir, caso tenha algum aumento dessas partículas [de pó preto] que causam um incômodo muito grande”, ressalta o governador.

A expectativa, ainda segundo Casagrande, é ampliar a medição da qualidade do ar para outras regiões capixabas nos próximos anos.

“Somos a única Região Metropolitana com esse trabalho de acompanhamento. Estamos aprendendo cada vez mais e, quando tivermos maior maturidade nesse acompanhamento, podemos, sim, levar para o interior”, projeta.

Como funcionam os equipamentos?

Atualmente, as estações emitem boletins diários com dados atualizados a cada hora, com um sistema que opera com informações de 0h até 23h59, todos os dias da semana. Os novos equipamentos devem garantir uma medição ainda mais rápida, com dados que mostram até a direção da origem do pó preto.

“A população vai poder continuar contando com o Iema em alto nível técnico para fiscalização das emissões aqui na Grande Vitória. Quando as pessoas têm mais informações, elas conseguem fazer uma cobrança mais qualificada para o Estado e a gente consegue ter ações mais efetivas que resultam em uma saúde melhor para todos nós”, defende Mário Louzada, diretor-presidente do Instituto de Meio Ambiente.

Em uma escala que vai de 0 (bom) a 200 (péssimo), o Iema divulga os níveis da qualidade do ar e os impactos na saúde.

Tecnologia 100% capixaba

Luiz Cláudio Santolin, engenheiro e sócio-administrador da EcoSof, empresa responsável pelo desenvolvimento dos equipamentos de medição, explica que a tecnologia é 100% capixaba. A expectativa, segundo ele, é que os aparelhos facilitem a observação do que a população tem respirado e encontrado em suas casas.

“O órgão ambiental vai ter dados sobre a direção do vento, para saber se o pó preto está vindo das empresas [Vale e ArcelorMittal] ou de alguma outra região. O que dá embasamento para a tomada de decisões para a garantia da qualidade do ar”, explica.

O engenheiro ainda detalha que a tecnologia, desenvolvida em Vitória, é exclusiva no país.

“Nós fizemos frente a um equipamento francês que chegou a ficar aqui no Estado por dois anos e que não conseguiu fazer a medição. Agora, temos informações importantíssimas em tempo real do que está acontecendo para precisar à população como está a qualidade do ar onde ela vive”, finaliza Luiz Cláudio.

Este vídeo pode te interessar

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

Tópicos Relacionados

poluição

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais