Publicado em 17 de dezembro de 2023 às 00:15
Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde e doutora em Epidemiologia é pouco para definir Ethel Maciel. Nascida em Baixo Guandu, Noroeste do Espírito Santo, a pesquisadora é reconhecida como um dos maiores nomes no combate à pandemia da covid-19 dentro e fora do Estado. >
O que poucas pessoas sabem é que, antes de escolher a pesquisa, Ethel quase seguiu carreira no balé profissional. “Danço desde os 8 anos. Quando me mudei para Vitória, tornei-me bailarina profissional e dei aula de balé. Cheguei até a ficar dividida sobre qual profissão seguir”, conta.>
Porém, Ethel aposentou as sapatilhas e formou-se em Enfermagem, em 1994, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). No mesmo ano, foi aprovada em um concurso estadual no setor de Epidemiologia, cargo que nunca chegou a assumir, porque foi cedida a um núcleo de doenças infecciosas na Ufes.>
Depois disso, o céu foi o limite. Ethel recebeu uma bolsa para estudar em um instituto de pesquisa nos Estados Unidos. >
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“Fiz mestrado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e, em 1997, tornei-me profes-sora titular na Ufes. Pouco tempo depois, fiz doutorado também na UERJ e fui contemplada com uma bolsa para o pós-doutorado na Johns Hopkins University, onde colaboro até hoje”, relembra Ethel.>
Durante a pandemia, Ethel compôs o grupo estratégico de combate à covid-19 no Estado. “Eu estudei a vida toda e precisava agir e ajudar as pessoas”, ressalta.>
Retratos da história de Ethel Maciel
“Criamos um núcleo em parceria com a Ufes e diversas entidades para produzir notas técnicas sobre a pandemia. Por causa deste trabalho, fui indicada para a Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) para pensar, junto a um comitê, em um plano de vacinação”, detalha.>
No final de 2020, ela e outros pesquisadores criticaram o Plano Nacional de Imunização contra a covid-19, apresentado pelo então governo ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Quando dei por mim, estava sendo chamada para entrevistas toda semana. Isso foi determinante para eu estar aqui hoje”, afirma.>
Após 11 meses de trabalho como secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, ser uma “Capixaba de Valor”, na categoria “Educação”, é ainda mais especial para a pesquisadora: “Tenho orgulho de ser capixaba. O Espírito Santo é minha verdadeira casa”. Atualmente, Ethel trabalha em Brasília (DF), mas volta ao Estado todo final de semana.>
Perfil
Foi coordenadora do Centro de Pesquisa Clínica no Hospital Universitário, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva e do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Ufes.
Foi vice-reitora da Ufes de 2013 a 2020 e chegou a ser eleita como reitora para o quadriênio 2020-2024, mas teve a nomeação preterida pelo então presidente da República.
Presidiu a Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (Rede-TB), participou do Grupo de Trabalho sobre a doença no Ministério da Saúde e na Organização Mundial da Saúde (OMS), representou o Brasil na Rede Governamental de Pesquisa em Tuberculose do Brics e integrou o Comitê Executivo da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas.
Em 2023, assumiu a presidência do Grupo de Assessoramento Técnico para a Tuberculose (Stag-TB) da OMS. Ethel é a primeira mulher e a primeira latino-americana a ocupar o cargo.
Uma das maiores divulgadoras da ciência e do combate à desinformação, Ethel já foi colunista de A Gazeta e comentarista da CBN Vitória.
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