Conquistar a atenção e, sobretudo, o coração dos consumidores é o desejo de 10 entre 10 marcas. Em tempos de competição acirrada e em um mercado tão dinâmico como o de marketing e vendas, analisar as tendências é fundamental para calibrar estratégias e estar preparado para atingir os objetivos.
Com 2024 já batendo à porta, especialistas em marketing relacionaram o que deve estar no radar das marcas que querem se destacar no próximo ano. Inteligência artificial (IA) vai continuar no trending topics, mas outros elementos importantes vão fazer parte desse ecossistema.
“Antes da pandemia havia um grande boom de vendas de itens como tênis e mochilas pela in-ternet, em que você fazia o pedido no site e sua compra chegava em sua casa alguns dias depois. Após a pandemia, as pessoas querem viver as experiências, querem o tato, querem o sensorial. Pensar na experiência do cliente, dentro desse contexto, é um elemento que veio para ficar”, com-plementa.
Caminhando de mãos dadas com a experiência dos clientes, deve estar também a preocupa-ção com o sucesso deles. Para ter êxito, os especialistas afirmam que as marcas devem seguir ouvindo o público para entender se o produto ou serviço oferece uma solução efetiva.
Afinal, continua Haiane, as demandas levantadas pelos clientes podem trazer elementos ainda não identificados no seu produto ou serviço, gerando oportunidades de aperfeiçoamento.
Associado à experiência do consumidor, o fortalecimento das ações de branding também se-rá uma peça central no tabuleiro do marketing do próximo ano. E essa é uma preocupação que deve ir além do simples reforço de marca e se tornar um elemento que deve envolver a sensoriali-dade, ou seja, despertar os sentidos do público.
“Uma das tendências é trabalhar o branding, com elementos que lembram a marca, que trazem uma diferenciação na lembrança do consumidor e em seu coração. Por exemplo: as marcas po-dem estimular o olfato, associando-se a aromas, e trazer essas experiências nos pontos de venda. É preciso utilizar recursos que realmente se conectam com o seu público-alvo”, analisa Haiane.
Segundo os especialistas, os consumidores estão atentos aos discursos e a possíveis incoerências no posicionamento das marcas. Por isso, é tão importante trabalhar o branding para reforçar a identidade.
As marcas, na avaliação de Carol, precisam proporcionar experiências personalizadas, mais imersivas, que envolvam os sentidos e gerem emoção, buscando criar conexões mais profundas e memoráveis.
O foco no branding vem de carona de uma espécie de “ressaca” que o mercado de marketing sofre após um período de forte desenvolvimento de ações de performance nas agências.
“Nos últimos anos, houve uma tendência voltada para tráfego que saturou os consumidores. Houve um desequilíbrio, pois as estratégias ficaram muito voltadas apenas para conversão, para fundo de funil. E o que realmente traz a conexão verdadeira com o consumidor é o discurso, o propósito”, resume Haiane.
Ao falar do futuro, é impossível não citar um dos grandes assuntos de 2023: a inteligência artificial, que seguirá em alta em 2024, mas com um bônus. Os especialistas acreditam que essa tecnologia, associada à sensibilidade humana, passará a subsidiar a tomada de decisões corporativas no âmbito do marketing.
“Vamos começar a unir a inteligência da máquina com a sensibilidade e a capacidade de contextualização humana na tomada de decisões. Precisamos saber diferenciar dados, informações e inteligência”, pontua Cláudio Rabelo, professor do curso de Publicidade e Propaganda da Ufes.
Ele observa que os dados estão brutos e disponíveis de forma caótica, para que sejam orga-nizados em informações que podem ser usadas para solucionar problemas. “As formas criativas e inovadoras de interpretá-los é o que chamamos de inteligência. E é justamente isso que irá delinear o futuro das marcas”, argumenta.
O marketing de influência também é um tipo de estratégia que seguirá forte em 2024. É impossível ignorar os efeitos que os influenciadores têm sobre os consumidores. Segundo o Influency Marketing Hub, esse mercado movimentou US$ 16 bilhões em 2022 e deve fechar 2023 na ordem de US$ 21 bilhões.
No Brasil, prestar atenção nesse segmento é especialmente importante, pois o país é reconhecido como um entre os quais os influenciadores digitais são mais relevantes para a decisão de compra dos consumidores. As marcas, no entanto, não devem perder de vista a importância da originalidade e da autenticidade ao fazer as famosas “publis”, assim como devem valorizar os anseios dos consumidores.
“As marcas devem se preocupar com o ecossistema da influência, dos influenciadores e produtores de conteúdos relevantes, mas não em um sentido persuasivo ou dissuasivo, mas naquilo que chamo de greenfluence: considerando que o mundo precisa ser resgatado. As marcas precisam ser porta-vozes de valores de sustentabilidade, respeito, empatia e saúde mental”, teoriza Rabelo.
E, nesse contexto, a geração Z se consolida como uma parcela importante do mercado, que precisa de atenção. Os nascidos a partir de 1995 já somam 30 milhões de pessoas no Brasil e são uma realidade na economia e no mercado de trabalho. Portanto, o foco das marcas também precisa estar nesses consumidores.
“A geração Z é uma geração mais democrática, atenta à diversidade. Entender o que essas pessoas realmente levam em consideração ao escolher uma marca é fundamental. Elas não escolhem um produto só pelos atributos tangíveis, elas escolhem as marcas pelo que elas trazem de propósito”, argumenta Haiane.
Para Hemerson Salvador, esse é um perfil de consumidor que valoriza muito a vivência das experiências, a questão sensorial. “Isso se soma a uma mudança no perfil geral de consumo após a pandemia, em que as pessoas passaram a valorizar mais o contato, o estar junto. São atributos aos quais as marcas devem estar atentas."
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