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Minas, clube de Maurício Souza, diz não aceitar manifestações homofóbicas

Minas, clube de Maurício Souza, diz não aceitar manifestações homofóbicas

O atleta publicou a imagem do filho do Super-Homem original, Clark Kent, beijando um amigo e fez um comentário preconceituoso. Patrocinadores pressionam o Minas e podem deixar o clube

Publicado em 26 de outubro de 2021 às 18:28

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Maurício Souza, jogador de vôlei do Minas, postou comentário homofóbico nas redes sociais
Maurício Souza, jogador de vôlei do Minas, postou comentário homofóbico nas redes sociais. (Reprodução/Instagram)

O Minas Tênis Clube declarou que não aceita "manifestações homofóbicas". O time vinha sendo pressionado a se posicionar depois de seu jogador de vôlei Maurício Souza ter criticado o novo Super-Homem, da DC Comics, que assume ser bissexual.

O atleta, que também defende a seleção brasileira, publicou a imagem do personagem, filho do Super-Homem original, Clark Kent, dando um beijo em um amigo. E escreveu: "Ah, é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar".

Ele recebeu apoio de colegas, como Wallace e Sidão. Douglas Souza, por outro lado, que é homossexual, postou a mesma imagem, elogiando a DC Comics.

"Engraçado que eu não virei heterossexual vendo os super-heróis homens beijando mulheres. Se uma imagem como essa te preocupa, sinto muito, mas eu tenho uma novidade pra sua heterossexualidade frágil. Vai ter beijo, sim. Obrigado, DC, por pensar em representar todos nós, não só uma parte", afirmou.

Maurício, então, fez nova postagem, mantendo sua posição. "Hoje em dia, o certo é errado e o errado é certo... Não se depender de mim. Se tem que escolher um lado, eu fico do lado que eu acho certo! Fico com minhas crenças, valores e ideias", publicou.

POSICIONAMENTO DO CLUBE

Agora, duas semanas depois, o Minas resolveu se pronunciar sobre o caso, que gerou forte repercussão nas redes sociais. "O clube é apartidário, apolítico e preocupa-se com inclusão, diversidade e demais causas sociais. Não aceitamos manifestações homofóbicas, racistas ou qualquer manifestação que fira a lei", afirmou, em nota.

O clube disse estar ciente das postagens do atleta. Apontou que os jogadores têm liberdade para se expressar livremente, mas fez uma ressalva. "A agremiação salienta que as opiniões do jogador não representam as crenças da instituição sociodesportiva. O Minas Tênis Clube pondera que já conversou com o atleta e tem orientado internamente sobre o assunto", conclui o Minas.

Mauricio Souza já foi acusado de LGBTQIA+fobia em outras ocasiões, e Douglas Souza saiu em defesa da comunidade após as declarações do colega. Maurício é abertamente bolsonarista e já visitou o presidente no Palácio do Planalto. Já Douglas é abertamente de esquerda e crítico a Jair Bolsonaro.

PATROCINADORES PRESSIONAM O MINAS

Patrocinadoras masters do Minas, a Gerdau e a Fiat se posicionaram em suas redes sociais e cobraram que medidas sejam tomadas pelo clube. 

"Estamos acompanhando atentamente as declarações do atleta Maurício Souza, jogador do time de vôlei masculino do Fiat/Gerdau/Minas. A Gerdau repudia qualquer tipo de manifestação de cunho preconceituoso ou homofóbico e já solicitou a posição oficial do clube sobre as tratativas necessárias ao caso para adotar as medidas cabíveis, o mais breve possível. Reforçamos nosso compromisso com a diversidade e inclusão, um valor inegociável para a companhia", informou a Gerdau em nota. 

Já a Fiat também destacou que valoriza a diversidade." Estamos atentos aos últimos acontecimentos envolvendo o time de vôlei Fiat Minas Gerdau e o jogador Maurício Souza, e portanto, cobrando as medidas cabíveis, de acordo com o nosso posicionamento inegociável diante do respeito à diversidade e à inclusão", publicou.

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Nos bastidores já se discute a possibilidade de Fiat e Gerdau romperem com o Minas, caso o clube não tome medidas com relação ao ocorrido.

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