Publicado em 3 de junho de 2021 às 15:08
Uma coisa é certa: a casa própria ainda faz parte do sonho de muitos brasileiros. Mas a compra do primeiro imóvel é um processo que envolve muita análise, documentos e taxas. Por isso, é importante fazer um planejamento antes de fechar qualquer negócio. >
Para tornar esse sonho realidade, o empresário Gustavo Braga Schwambach, morador de Morada de Santa Fé, em Cariacica, conta que precisou trabalhar por um tempo e fazer algumas economias até ter as condições adequadas para fazer um financiamento seguro. >
Gustavo Braga Schwambach
EmpresárioO caminho, segundo especialistas, realmente é esse. “É preciso ter organização. Quando se adquire um imóvel, os pagamentos vão além do financiamento. Também assumimos dívidas como IPTU, ITBI, escritura e taxas de corretagem. É preciso colocar todos os cenários no papel e calcular até gastos de energia e condomínio”, explica a educadora financeira Lorena Millaneze. >
Ela conta que o mais importante é não tomar essa decisão sem ter a vida financeira organizada. Por isso recomenda que seja feita uma faxina nas economias para o endividamento ser o menor possível. >
>
“Muitas pessoas acham ruim morar de aluguel e guardar dinheiro. Mas se você puder fazer isso ajuda muito, já que será adquirida uma dívida de 25 ou 30 anos com juros altos”, indica Lorena Millaneze. >
Mas se as taxas um dia chegaram a assustar, o diretor da Neto Imóveis, Alípio Neto, destaca que o momento nunca foi tão propício para comprar um imóvel. “A maior dica é economizar porque quanto menor o financiamento, menor a prestação. O ideal é que o valor das parcelas fique igual ou menor que o preço do aluguel”, recomenda. >
Alípio Neto
Diretor da Neto ImóveisIsso atualmente tem sido possível, devido a Selic, taxa básica de juros da economia, estar sendo mantida no patamar atual, que chegou a 2% ao ano em 2020 e hoje está em 3,5%. Ou seja, os créditos estão mais acessíveis e as parcelas de financiamento menores. >
Assim, o comprador consegue financiar o valor total do imóvel durante o período da obra e dividir junto da construtora o parcelamento do preço final. >
O consultor imobiliário Marco Terra, também explica que é possível dar uma entrada e deixar uma parte do financiamento para quando ele ficar pronto. “Essas parcelas durante a obra são corrigidas pelo Custo Unitário Básico (CUB) e normalmente não têm juros”, detalha.>
Por isso, o ideal é estudar as melhores condições antes de fechar qualquer contrato. Na hora de financiar é possível utilizar o FGTS como entrada ou abater o saldo devedor. Outra dica é realizar simulações com diferentes bancos para escolher a opção mais compatível com as suas condições. >
Augusto César Andreão
Diretor da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado do Espírito Santo (Ademi-ES)Também é recomendado considerar a tipologia da unidade. Prestar atenção na localização, infraestrutura urbana ao redor e avaliar se o empreendimento fica perto de rodovias, escolas e comércios. >
“É importante que a pessoa avalie a própria rotina e escolha uma região que vai favorecer na mobilidade, porque isso é o que mais pesa em um imóvel”, indica Alípio Neto. >
Para o gestor de vendas da Metron Engenharia, Eduardo Silveira, as condições de financiamento têm bastante peso na decisão de compra. Entretanto, as áreas de lazer e o tempo de entrega também podem influenciar. >
“Normalmente, o comprador do primeiro imóvel adquire uma unidade no segmento econômico para moradia própria. Então a dica é pesquisar muito bem a tipologia do empreendimento. Se ele é dois ou três quartos, usado ou na planta”, pontua Silveira. >
Somado a essas características, também é importante avaliar as condições da construtora, caso o imóvel adquirido ainda esteja na planta. >
“Na hora de comprar é importante avaliar o histórico, procurar o memorial descritivo e checar se ele tem Registro de Imóvel (RGI), que o habilita ser construído e produzido. O material de propaganda também pode discriminar o que terá na unidade”, explica o consultor imobiliário Marco Terra. >
No caso de empreendimentos já finalizados, a documentação deve ser apresentada junto ao corretor para elaborar o contrato de compra e venda de acordo com as condições pessoais. >
O importante é que seja apresentado o documento de ônus, que identifica o histórico completo do imóvel, além das documentações do proprietário com as certidões.>
Um corretor pode auxiliar nesse processo. Por isso, o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 13ª Região/ES, Aurélio Cápua Dallapícula, ressalta que para contratar um bom profissional, não se deve deixar de verificar todos os registros perante ao órgão.>
“O corretor ajuda a ganhar tempo e dá segurança na hora das transações, dos documentos e auxiliar com dicas de benefícios legais na compra da unidade. Por exemplo, existe um desconto de 50% na confecção da primeira escritura se o comprador estiver no financiamento do primeiro imóvel”, afirma Dallapícula.>
Antes de tudo, economize
O ideal é ter uma reserva de oportunidades para a entrada. No caso de um financiamento, normalmente, é preciso ter 20% do valor do imóvel. Já no caso da compra na planta, esse valor à vista costuma ser menor – em torno de 5% a 10% do preço do imóvel –, com outra parte diluída durante a obra, para que seja contratado o financiamento após ela ser concluída.
Faça simulações
Faça uma simulação nos sites ou aplicativos dos bancos para saber se as parcelas irão caber no seu orçamento, de acordo com a renda, e qual valor máximo de financiamento poderá contratar.
Mantenha as contas em dia
Normalmente, as prestações podem chegar a 30% da renda bruta do comprador. Nesse caso, é considerado também se há outras dívidas que comprometem a renda, como financiamento de veículo e empréstimos.
Pesquise
A partir do momento em que sabe quanto poderá pagar, pesquise empreendimentos que se enquadrem no perfil que deseja. Avalie aspectos como localização, infraestrutura desejada e se há perspectiva de valorização na região. O ideal é buscar o serviço de um corretor de confiança.
Prepare-se para despesas
Lembre-se de reservar dinheiro para despesas, como o habite-se, certificado que deve ser emitido pela prefeitura antes da mudança para a casa nova, taxa de avaliação do imóvel, no caso de financiamento bancário, Imposto sobre a transmissão de bens imóveis (ITBI) e a escritura do imóvel.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta