Chris Martin, do Coldplay, é adepto do jejum intermitente; veja os perigos

Músico contou que faz apenas uma refeição no dia.  O método de ficar de 12 até 36 horas sem comer serve para quem quer emagrecer e perder gorduras, mas não é indicado para todo mundo

Chris Martin, vocalista do Coldplay, em show da banda no Allianz Parque, em SP

Chris Martin, vocalista do Coldplay: ‘paro de comer às 16h’. Crédito: (Adriano Vizoni – 7.nov.2017/Folhapress)

O cantor Chris Martin, vocalista da banda Coldplay, que faz uma série de shows no Brasil, revelou comer apenas uma refeição por dia durante entrevista ao podcast 'Conan O'Brien Needs A Friend'.

"Na verdade, não janto mais. Paro de comer às 16 horas e aprendi isso depois de almoçar com Bruce Springsteen. Eu estava em uma dieta muito rigorosa de qualquer maneira. Mas pensei: 'Bruce parece ainda mais em forma do que eu'. E Patti (esposa de Springsteen) disse que ele estava comendo apenas uma refeição por dia, então eu estava tipo, 'bem, lá vamos nós, esse é o meu próximo desafio'”.

O cantor é adepto do jejum intermitente que consiste, basicamente, em ficar longos períodos sem comer nada (o indicado é de 12h a 16h por dia) e, depois desse período, se alimenta nas 8 horas restantes, com alimentos de baixo índice glicêmico.

PERDA DE PESO

A nutricionista Gabriela Amaral diz que essa é uma das formas mais eficazes para perda de peso. "Durante o jejum, o metabolismo libera hormônios que queimam calorias, e mantém os músculos. A insulina, hormônio relacionado com a glicose, se estabiliza, o que, não só melhora o metabolismo de carboidratos, mas também reduz o apetite e a vontade de comer doce. Faz o cérebro funcionar melhor e ajuda no tratamento de pessoas com resistência à insulina e pré-diabetes".

A endocrinologista Gisele Lorenzoni conta que o método deve ser feito com avaliação de um especialista. "O jejum intermitente não faz mal, pode ser de 12 até 36 horas. Tem gente que se adapta muito bem, porém muitos não se adequam e podem ter tontura, mal-estar, muitos fazem hipoglicemias. O paciente com histórico de crises convulsivas, por exemplo, se ficar muito tempo sem comer, pode ter novas crises. Os pacientes diabéticos podem fazer hipoglicemia, e isto é prejudicial. Na verdade, depende do paciente, quem se adapta bem ao método ou não". 

A médica conta que o máximo de horas que a pessoa pode ficar sem comer é 36 horas. "Mas não é necessário que seja feito todos os dias. E são poucos os que se adaptam ficar mais de um dia sem comida, a maioria faz 16 horas e tem bom resultado", diz Gisele Lorenzoni.

Em um estudo de 2018 da Universidade de Surrey, na Inglaterra, os voluntários que apostaram no método para reduzir 5% do excesso de gordura corporal por questões de saúde atingiram o objetivo duas semanas antes do que aqueles que optaram por restringir o consumo de calorias.

PERIGOS

A nutricionista Marina Politi conta que no caso do jejum intermitente, existem diversos protocolos de restrição. "Quando falamos sobre jejum intermitente calórico, o indivíduo, neste período, pode consumir água, chás ou café puro. Se o jejum a ser realizado for o metabólico, suplementos que não elevam os níveis de insulina, como os 'super cafés' podem ser ingeridos".

Apesar da fama pelos seus benefícios para a saúde, é importante ter consciência que essa dieta não deve ser feita sem orientação de um médico e acompanhamento nutricional. "Ela não é indicada para crianças, gestantes, lactantes, pessoas com hipoglicemia, baixo peso, anemia ou qualquer outra deficiência nutricional. Pessoas com histórico de transtornos alimentares também não devem praticá-la", ressalta a nutricionista.

Entre os perigos de quem faz por conta própria ou sem orientação profissional é que essa atitude pode causar hipoglicemia, náuseas, tonturas, desmaios, alteração de produção de alguns hormônios, deficiência de nutrientes, perda de massa muscular, queda de imunidade e insônia. "A indicação só pode ser feita quando avaliamos a individualidade. Normalmente, utilizamos a prática com indivíduos que buscam emagrecimento e uma melhor qualidade de vida", diz Marina Politi.

A profissional ressalta que, apesar do nosso corpo sobreviver, em média, 30 dias em jejum, ela não recomenda jejum superior a 16 horas. "Jejuns prolongados podem, muitas vezes, trazer maiores riscos do que benefícios".

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