Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 09:37
No último Conversa com Bial (Globo) de 2024, que vai ao ar nesta sexta-feira (13), Gilberto Gil falou sobre sua derradeira turnê, Tempo Rei. Aos 82 anos, o cantor baiano afirmou entender as limitações naturais que a idade lhe impõe.>
"Há o reconhecimento de um desgaste natural, do físico, do corpo, mas da mente também. Tem uma hora que cansa", diz ele, que, neste ano, fez shows no Japão e na Coreia do Sul com a turnê Aquele Abraço.>
Segundo ele, Tempo Rei, que começa em março de 2025, será sua última turnê com grandes públicos e viagens longas. "Quero ter um descanso desse tipo de coisa. Agora, eventualmente, vou continuar subindo no palco vez ou outra", explica.>
Não que o tempo de estrada com seus filhos e netos não seja proveitoso. Gil diz que adora viajar de ônibus e de trem pela Europa. Na turnê mais recente, foi acompanhado da família inteira, incluindo netos, noras, genros e agregados. Passar a noite viajando, conta, é um de seus momentos de reflexão e paz.>
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PROTESTO>
No programa, o cantor também falou sobre a morte do filho Pedro Gil e relembrou as canções de protesto que fez na ditadura militar (1964 - 1989). Foi quando o apresentador Pedro Bial exibiu um trecho de uma performance de "O Seu Amor", dos Doces Bárbaros, grupo que incluía, além de Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa.>
Na música, o quarteto canta o verso: "O seu amor, ame-o e deixe-o ser o que ele é". Era uma paródia com um dos lemas da ditadura militar, "Brasil, ame-o ou deixe-o".>
"Ali não havia intenção poética, era intenção propagandística", afirmou Gil. "Fizeram o slogan 'Brasil: ame-o ou deixe-o', e fizemos 'ame-o e deixe-o'. O poeta tem esse trabalho de corrigir", falou, arrancando aplausos da plateia.>
INFÂNCIA>
Ainda na entrevista, Gil relembrou com Bial alguns dos momentos mais marcantes de sua infância em Ituaçu, no sertão baiano, nos anos 1950.>
"Em frente à fogueira de São João em Ituaçu, com cinco ou seis anos de idade, ouvindo as músicas dos violeiros, o cheiro de casca de laranja seca que a gente colocava na fogueira para estimular o fogo. Depois que a gente já tinha dançado a festa toda, assava milho e batata-doce na brasa que sobrava da fogueira", lembrou.>
"A música veio para mim aos dois, três anos de idade. Era batucada na mesa depois do jantar, na velha mesa de madeira. Tudo aquilo vinha naturalmente", lembrou. "Agora, o falar das coisas, isso foi aprendizado. Foi ouvindo Gonzaga falando dos boiadeiros. Aprendi muito com Caetano quando o conheci, aprendi muito com Chico, Vinícius, Caymmi e tantos outros.>
O programa vai ao ar às 23h30 no canal pago GNT e à 1h de sábado (14) na Globo.>
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