Publicado em 9 de agosto de 2025 às 14:38
O sambista Arlindo Cruz, morto aos 66 anos, será velado neste sábado (9), às 18h, na quadra da escola Império Serrano, em Madureira, na zona norte do Rio de Janeiro. O velório seguirá o formato do gurufim, uma tradição festiva trazida ao Brasil por pessoas africanas escravizadas. >
A homenagem, marcada por música, festa, bebida e dança, se estenderá até às 10h de domingo, segundo a agremiação.>
De acordo com o historiador Luiz Antonio Simas, a despedida festiva tem no nome uma referência ao golfinho, cetáceo que, em algumas tradições, conduz as pessoas ao reino dos mortos. >
No seu canal do YouTube, o professor explica que o ritual mistura festa e luto, e conta que na brincadeira as pessoas presentes nas cerimônias começavam a perguntar "gurufim veio?", ao que um coro respondia que não, enquanto outros animais marinhos eram mencionados.>
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Mais recentemente, houve gurufim nos velórios de Bira Presidente, um dos fundadores do Fundo de Quintal e figura histórica do Cacique de Ramos; do jornalista e escritor Sérgio Cabral; do presidente de honra da Portela, Monarco; e da sambista Beth Carvalho.>
Na faixa "Gurufim do Cabana", Martinho da Vila destaca o ritual que celebrou o sambista Cabana, morto em 1986.>
"A tradição africana manda a gente cantar de qualquer maneira, e quando o Cabana subiu, o gurufim dele foi na quadra da sua escola de samba, a Beija Flor de Nilópolis. Lá pelas tantas, começamos a cantarolar as músicas do grande compositor", afirma no samba.>
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