• Taynã Feitosa

    Taynã Feitosa é sommelière e cervejeira apaixonada por uma boa cerveja e suas infinitas possibilidades. Também é jornalista e mercadóloga

17 dicas para o inverno nas cervejarias das montanhas capixabas

Publicado em 17/06/2022 às 08h00

Mesmo que o inverno capixaba não seja dos mais rigorosos, basta que a temperatura chegue a casa dos 20°C para que sigamos em buscas das cidades de montanha do Estado.

Domingos Martins, Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante, Ibatiba e Santa Teresa são só alguns destinos em nossa região serrana que bombam nos dias frios.

E o que esses municípios têm em comum, além do clima mais ameno? Boas cervejarias. A região das montanhas capixabas, que assiste ao despontar de novas fábricas, taps e brewpubs a cada temporada, também vê esses lugares capricharem nos produtos para agradar a moradores e turistas cervejeiros.

Muitos desses estabelecimentos aproveitam o clima gelado para lançar cervejas com a cara do inverno, sejam elas mais alcoólicas, mais escuras, mais encorpadas, de estilos menos conhecidos no Brasil ou até mesmo extremas.

Para lhe inspirar a curtir as baixas temperaturas na Região Serrana degustando uma(s) boas cervejas, selecionei 17 rótulos de 10 cervejarias localizadas nas cidades citadas no início deste texto. Confira:

AZZURRA CERVEJARIA (Pedra Azul/Domingos Martins)

Localizada no Quadrado de São Paulinho, na Rota do Lagarto, a Azzurra traz para o inverno duas cervejas com a cara da estação. Uma delas é a Rota Negra (1), uma Oatmeal Stout que leva nibs de cacau e foi desenvolvida em parceria com a Ocakau (antigo Ateliê do Chocolate). Com 5,8% de ABV, ela traz no olfato e no paladar notas de chocolate amargo, café e cappuccino.

Cerveja Rota Negra, com nibs de cacau, da Azzurra Cervejaria

Rota Negra: Oatmeal Stout com  nibs de cacau da Azzurra. Crédito: Azzurra/Divulgação

CERVEJARIA DECK BEER (Pedra Azul/Domingos Martins)

A Deck Beer também fica na região da Pedra Azul, porém às margens da BR-262. Entre os seis estilos da casa, os proprietários recomendam a tradicional Stout (2). Trata-se de uma cerveja que faz jus ao estilo e tem características de Dry Stout, com ABV de 5,8% e notas de olfato e paladar de chocolate amargo e café torrado.

Chope stout da cervejaria Deck Beer, em Pedra Azul

Stout da Deck Beer tem notas de chocolate e café. Crédito: Deck Beer/Instagram

CERVEJARIA TRARKO (Campinho/Domingos Martins)

No coração de Campinho, a Trarko domina a Rua do Lazer de Domingos Martins com uma tap caprichada e muitos rótulos para curtir no frio. Michel Trarbach, cervejeiro da casa, está com tudo pronto para resgatar uma Belgian Specialty Ale (3) que leva 3kg de semente de coentro macerada na receita e deve estar disponível em meados de julho.

A Scotch Ale (4) da casa, que tem 6,5% de ABV e é produzida com malte de uísque escocês defumado em turfa, também está garantida.

CERVEJARIA GRECCO (Venda Nova do Imigrante)

A Grecco, de Venda Nova, desenvolveu uma Bock (5) colaborativa com a Cervejaria Tarvos, também da região. Ambas criaram esse estilo pensando em uma cerveja de baixa fermentação (ou seja, uma lager) que tivesse nuances de caramelo, biscoito e frutas, como ameixa. A novidade tem corpo médio e ABV de 6,5%, o que garante um aquecimento ao final do gole.

CERVEJARIA AURORA (Venda Nova do Imigrante)

A recém-inaugurada Cervejaria Aurora (que fica na Pousada Bela Aurora, no distrito homônimo) já abriu trazendo uma novidade que faz qualquer cervejeiro salivar: uma RIS (Russian Imperial Stout) (6) com adição de rapadura.

Eliza Bottacined, cervejeira da casa, conta que parte do primeiro lote está maturando em barris de carvalho, em parceria com a Cachaça Santa Terezinha. A RIS tem 10% de ABV e notas de chocolate, toffee e caramelo bem acentuadas.

Cerveja RIS Russian Imperial Stout da Cervejaria Aurora, em Venda Nova

RIS (Russian Imperial Stout) é novidade na Cervejaria Aurora. Crédito: Aurora/Divulgação

PIWO (Venda Nova do Imigrante)

É uma cerveja com 12% de ABV e seu estilo é bem tradicional alemão, assim como o serviço, chamado Bierstachein: um artefato de metal é inserido quente na bebida gelada, o que carameliza os açúcares residuais e traz uma experiência diferente para quem bebe.

Cerveja com adição de café produzida pela Piwo, em Venda Nova do Imigrante

Serviço da Doppelbock da Piwo promove contraste de temperaturas. Crédito: Gabriel Lordello/Mosaico Imagem

CERVEJARIA FATTO A MANO (Venda Nova do Imigrante)

No que podemos chamar de aproveitamento de terroir com excelência, a Fatto a Mano uniu forças com a Farmers Coffee e lançou a Red Arábica (8), feita com café arábica avaliado com 90 pontos. A cerveja tem 5,2% de ABV, excelente drinkability e pode ser encontrada em diversos eventos da Terra da Polenta.

CERVEJARIA LOVELAND (Ibatiba)

A cervejaria da Terra dos Tropeiros adianta que tem uma cerveja mais que especial para este inverno em maturação desde outubro de 2021. Trata-se da Belgian Tripel (9) da casa, com 9,3% de ABV. É bem clássica do estilo, bastante carbonatada e traz no aroma frutas secas, especiarias e pimenta rosa. A receita só leva malte Pilsen, que garante uma coloração bem amarela, e açúcar.

Os cervejeiros da Piwo e da Loveland adiantaram que sua amizade vai resultar em uma cerveja colaborativa. As cervejarias vão brassar juntas, no primeiro fim de semana de julho, uma Baltic Porter (10), estilo polonês, que estará pronta para degustação ainda neste inverno.

BERGERBIER (Santa Teresa)

A cervejaria de Alto Caldeirão, distrito de Santa Teresa, tem também influências pomeranas e alemãs, talvez devido à proximidade com Santa Maria de Jetibá.

O cervejeiro Everdar Berger produz vários estilos invernais, como a Belgian Dark Strong Ale (11) e uma Red Ale (12) diferenciada, mas vou abrir um espaço para a Rauchbock Tropeiro (13). Com 6,1% de ABV, trata-se de uma cerveja defumada e complexa que deve ser apreciada em dias mais frios.

CERVEJARIA TRÊS SANTAS (Santa Teresa)

Inspirada em uma célebre escultura barroca e também na Terra dos Colibris, a cervejaria Três Santas lançou uma coleção inteira para este inverno. Trata-se da linha de belgas "O Êxtase de Santa Teresa", com referências à obra homônima de Bernini, abrigada na igreja Santa Maria della Vittoria, em Roma.

Os rótulos dessa coleção são: uma Single (14), uma Dubbel (15), uma Tripel (16) e uma Quadruppel (17), perfeitas para os apaixonados por esses estilos da escola belga (assim como eu!). Na mesma ordem, os teores alcoólicos são 6%, 7%, 9% e 12%. Tudo para aquecer com qualidade nesta temporada fria. 

Cerveja Três Santas Trippel, de Santa Teresa

Cerveja Trippel da Três Santas, em Santa Teresa. Crédito: Três Santas/Divulgação

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Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.

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