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Publicado em 27 de setembro de 2025 às 13:00
Em Santa Maria de Jetibá, a cultura pomerana não é peça de museu: está no jeito de falar, no calendário de festas, no traço das casas, no sabor dos fornos a lenha e nas memórias que atravessam gerações. A cidade, que carrega o título de mais pomerana do país, reforça esse compromisso com um pacote contínuo de iniciativas - do turismo cultural à educação patrimonial. >
Um desses exemplos é a mensagem que aparece quando alguém liga para o telefone da Prefeitura de Santa Maria de Jetibá. Desenvolvido pelo setor de informática, o novo sistema de telefonia bilíngue passa a acolher chamadas em pomerano e em português. Segundo Fernando Martins, idealizador do projeto, o intuito é promover a inclusão.>
“É uma forma de valorizar e dar acessibilidade às pessoas que têm o pomerano como sua principal língua - e de reconhecer o nosso diferencial cultural”, destaca Fernando>
A medida integra a estratégia municipal de patrimônio imaterial:Os cenários inusitados do ES: um roteiro de mistérios, tradições e arrepios aproximando gestão pública e comunidade. Na prática, o cidadão se sente respeitado em sua língua, fortalecendo, assim, o pertencimento e a preservação.>
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O idioma segue pulsando na oralidade das famílias, nas feiras e nas comunidades do interior. Há desde ações de educação, como oficinas e contação de histórias, até publicações de avisos e sinalização que valorizam nomes e grafias locais. Mas um fato curioso dessa cultura chama muita atenção: a posição dos túmulos no cemitério. Quem explica é o historiador Renato Strelow:>
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As festas e rituais também dão corpo a esse repertório: o Circuito Turístico Pomerano e a Festa Tradicional Pomerana aproximam visitantes e moradores de danças, corais, trajes, jogos, culinária e costumes que resistem ao tempo, do tradicional “quebra-louças” em casamentos à orientação das lápides voltadas ao sol nascente, símbolo de fé e esperança. >
A arquitetura preserva memórias em casas de influência enxaimel, quintais produtivos e marcos históricos que narram a saga dos imigrantes e mantêm técnicas construtivas passadas de geração em geração. Já nos sabores e ofícios, pães, brotes, embutidos, biscoitos e hortas mantêm vivo o repertório culinário, enquanto artesanato, cantarias e saberes do campo seguem como fonte de renda e identidade>
Tudo isso se integra a um turismo responsável, feito em roteiros rurais, museus comunitários e vivências guiadas por moradores, que garantem experiência autêntica, renda local e respeito às comunidades. >
Ao investir em idioma, festas, arquitetura, culinária, turismo de base comunitária e serviços bilíngues, Santa Maria de Jetibá mostra que guardar as raízes não significa parar no tempo. Significa cuidar delas para que continuem a florescer, seja na escola, no balcão da prefeitura, na cozinha de casa ou nas ruas.>
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