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Publicado em 27 de julho de 2024 às 13:57
O músico Elias Belmiro, encontrado morto na manhã deste sábado (27), tem uma história emocionante com a música. Ele começou a tocar violão ainda criança, influenciado pelo pai, que era trombonista da Polícia Militar. Desde cedo, Elias demonstrou um talento singular, tocando apenas com o polegar. Foi essa habilidade única que chamou a atenção de Maurício de Oliveira, renomado violonista capixaba, que o incentivou a estudar com seu filho, Tião Oliveira, professor da Escola de Música do Espírito Santo (Fames). >
Sua trajetória musical foi marcada por grandes conquistas. Elias teve uma carreira brilhante que o levou a palcos nacionais e internacionais, sendo referenciado no Dicionário da Música Brasileira. Ele se destacou como solista de violão e gravou dois CDs instrumentais, incluindo composições próprias. Tocou com a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo e integrou o quinteto de Maurício de Oliveira. Seu álbum de estreia, lançado em 1996 e dedicado a Villa-Lobos, teve duas faixas incluídas no CD do grupo Time-Life, ao lado de artistas como John Williams.>
Apesar do sucesso, Elias enfrentou batalhas pessoais. Em 2018, a história de sua vida nas ruas foi mostrada pelo Gazeta Online, quando ele vivia em um banco na praça em frente à Igreja do Carmo. A repercussão gerou uma rede de solidariedade para ajudá-lo. Em 2020, sua história de superação foi exibida no programa “Fantástico”, da TV Globo, emocionando o país. Elias havia se afastado da música devido ao alcoolismo e chegou a morar nas ruas de Vitória, mas conseguiu se recuperar após tratamento em uma clínica de reabilitação.>
Elias retornou aos palcos no ano seguinte. Em dezembro de 2021, ele participou como solista convidado do concerto de Natal da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses), sob a regência do maestro Helder Trefzger, tocando a famosa “Concerto de Aranjuez” de Joaquim Rodrigo. Sua interpretação da obra de Heitor Villa-Lobos foi amplamente reconhecida, levando-o a se apresentar na Espanha, Inglaterra, França e Alemanha.>
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No entanto, mesmo após tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Vitória e uma breve passagem por uma clínica particular, Elias voltou às ruas. A história do músico é um lembrete da complexidade e dos desafios enfrentados por aqueles que lutam contra a dependência. Elias será lembrado por sua música e por sua luta pessoal. Nas redes sociais, amigos e instituições prestam homenagens a ele.>
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