Publicado em 19 de setembro de 2022 às 12:03
- Atualizado há 3 anos
Quem mora em condomínio sabe que manter a política da boa vizinhança nem sempre é uma tarefa fácil. Lidar com pessoas pode ser complicado e a administração desses empreendimentos enfrenta, atualmente, alguns desafios em comum, independentemente do endereço. >
Quais são as restrições quanto aos animais de estimação? O condomínio pode proibir o proprietário de alugar um imóvel por aplicativo? Quais as regras para o uso de garagem? Essas são algumas dúvidas recorrentes entre os moradores.>
De acordo com a diretora de gestão condominial do Grupo Condonal, Renata Vieira Corrêa, boa parte desses problemas teve aumento com a pandemia e durante o isolamento social. Principalmente, em relação aos conflitos de convivência. >
“Com aumento da modalidade de trabalho em home office e as pessoas passando mais tempo em casa, têm crescido a cada dia as reclamações sobre barulhos nas unidades, realização de obras e durante uso das áreas comuns e de lazer. Isso faz com que o síndico tenha que buscar a mediação dos conflitos entre os condôminos com base nas normas estabelecidas na Convenção Condominial e Regimento Interno”, destaca. >
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Mas não para por aí. A diretora explica que o aumento nos valores de produtos, bens de consumo e serviços tem afetado as taxas condominiais, aquele valor pago por mês pelos moradores. Para ela, é importante, portanto, conscientizar de que essa mensalidade é nada mais que um rateio de despesas. >
“Para manter o pagamento dos compromissos do condomínio em dia precisamos ratear o custo real de todas as despesas entre as unidades, bem como, buscar alternativas para enxugar custos e manter um controle rígido da inadimplência”, ressalta Renata Vieira. >
Para isso, o presidente do Sindicato Patronal dos Condomínios (Sipces), Gedaias Freire da Costa, explica que é preciso atenção e cuidado ao adotar essas medidas de redução de custos. Já que os serviços essenciais não podem ser afetados e o conforto e a segurança devem ser assegurados.>
“O primeiro passo é apresentar alternativas aos condôminos, porque são eles que aprovam algumas reduções de custos, como, por exemplo, o corte de funcionários e adoção de portaria virtual ou eletrônica. Além, é claro, de ser fundamental adotar uma gestão eficiente dos recursos e práticas administrativas e operacionais”, pontua Gedaias Freire. >
Quanto às contas de energia, por exemplo, uma alternativa pode ser a utilização de energia solar. Um dos sócios da VP Solar, Pedro Henrique Lopes, explica que a instalação das placas deve ser feita no telhado ou nas coberturas dos empreendimentos. Para isso, é preciso a autorização da assembleia de moradores para utilização dessa área. >
“A redução dos custos instalando um sistema solar se dá por meio da geração de energia via painéis fotovoltaicos instalados no solo ou no telhado/lajes. A energia gerada pelo sol é convertida em energia elétrica e abatida na sua fatura, podendo praticamente zerá-la restando somente a taxa de disponibilidade a ser paga”, ressalta Lopes. >
Mas e quanto aos problemas mais comuns no cotidiano que afetam o dia a dia dos moradores? Quais os direitos e deveres dos condôminos e do síndico? Separamos algumas dúvidas frequentes e questionamos os especialistas para responder essas questões. Confira: >
O presidente do Sindicato Patronal dos Condomínios (Sipces), Gedaias Freire da Costa, explica que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em duas decisões afirmou que cabe ao condomínio permitir ou proibir a locação via aplicativos, mediante alteração da convenção, o que exige quórum de 2/3 dos condôminos. >
Inclusive, a regra mudou a partir da Lei Federal 14.405/22 em julho deste ano. Antes, as alterações de normas desse tipo deveriam ser aprovadas em assembleias de condomínios por unanimidade, o que causava menos flexibilidade para discutir esses assuntos.>
Para Gedaias Freire da Costa, a alternativa é criar regras rígidas ou de maior segurança para a coletividade no caso de locação via aplicativos. >
“Em hipótese alguma”, afirma a diretora de gestão condominial do Grupo Condonal, Renata Vieira Corrêa. Segundo ela, a eventual exclusão de um animal do condomínio só pode ocorrer se for comprovado que o pet:>
Além disso, cada condomínio, em seu regimento interno, também pode criar regras próprias quanto a utilização dos espaços e áreas comuns para os pets. >
Tanto Gedaias Freire da Costa, quanto Renata Vieira Corrêa afirmam que não é permitido o uso das vagas de garagem como depósito de materiais ou qualquer outra finalidade que não seja guardar automóveis. >
Em relação ao crescimento do mercado de veículos elétricos, a diretora de gestão condominial do Grupo Condonal ressalta que muitos condôminos têm levantado a importância da instalação de tomadas específicas para esse tipo de automóvel nas garagens. Nesse caso, ela orienta que o tema seja tratado em assembleia.>
Pensando na segurança dos condôminos, a orientação é de que o próprio morador retire o pedido na portaria para evitar o acesso dos entregadores aos edifícios, exceto, é claro, em situações mais complexas como compras de supermercados. Nesse caso, é recomendada uma autorização prévia na portaria. >
Já em caso de compras pela internet, há condomínios, segundo Renata Vieira, que criaram espaços para recebimento de mercadorias na ausência dos condôminos, estabelecendo regras, como por exemplo, a definição de quais tipos de mercadoria e o tamanho, prazo máximo para retirada pelo condômino, protocolo para recebimento e entrega de cada encomenda ao condômino/destinatário.>
Falando em segurança, Gedaias Freire da Costa destaca a importância em assegurar o cumprimento das regras condominiais mediante a informativos, reuniões, discussões e aplicação de penalidades aos que relutam em seguir os acordos. >
“Para uma boa convivência em comunidade ou condomínio é preciso conhecimento e cumprimento das regras aprovadas pelos próprios moradores, incluindo bom senso, paciência e tolerância”, finaliza o presidente do Sipces. >
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